A ponte

103 16 3
                                    

O casamento de Colin e Penélope estava longe de ser um conto de fadas, mas o cenário era digno de um império. A cerimônia, realizada em uma luxuosa mansão italiana pertencente à família Bridgerton, exalava poder e elegância. Guardas fortemente armados cercavam a propriedade, o luxo era mesclado com um ar de perigo constante. Estava claro que essa união não envolvia apenas o amor ou o tradicional casamento entre famílias ricas. Agora, havia mais em jogo—Penélope carregava o primeiro filho deles, um herdeiro da máfia.

Penélope, vestida com um deslumbrante vestido de renda branca, mantinha um semblante frio enquanto descia as escadas para o altar. O olhar dela não se desviou de Colin, que a observava com uma mistura de desejo e frustração. Ele sabia que a tinha perdido de certa forma, mesmo que estivessem prestes a dizer os votos. As brigas, as desconfianças e o orgulho haviam erguido um muro entre eles, mas agora, com a vida de uma criança em jogo, tudo parecia diferente.

Colin, com um terno preto impecável, olhou para Penélope tentando encontrar algum vestígio da mulher que ele amava por trás daquela máscara de indiferença. Ele sabia que tinha errado, sabia que sua posição como chefe da máfia colocava um peso imenso sobre ela. Agora, com um filho a caminho, ele queria consertar as coisas. Mas Penélope parecia decidida a não perdoá-lo tão facilmente.

Ao chegarem ao altar, o silêncio dominou o salão. A tensão entre os noivos era palpável, e todos os convidados percebiam. Violet e Edmund Bridgerton, com olhares preocupados, sentavam-se na primeira fila, acompanhados dos filhos, todos cientes dos conflitos que cercavam o casal.

— Você está linda — Colin murmurou enquanto o padre começava a cerimônia. Penélope, no entanto, não respondeu, mantendo-se ereta, com o olhar distante.

Quando chegou o momento dos votos, Colin foi o primeiro a falar. Sua voz era firme, mas com um toque de vulnerabilidade. Ele olhou diretamente para ela, tentando quebrar a barreira que os separava.

— Penélope, eu sei que falhei com você de muitas maneiras — começou ele, os olhos verdes refletindo um arrependimento sincero. — Mas eu prometo, a partir de hoje, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ser o homem que você e nosso filho precisam. Não é apenas uma promessa para o mundo, mas para você.

Penélope ouviu as palavras, mas seu coração não se deixou abalar. Quando chegou a vez dela, sua voz foi calma, porém sem emoção.

— Eu, Penélope Featherington, prometo ser sua esposa diante da lei, diante desta família — suas palavras eram calculadas, distantes, e seu olhar não encontrava o dele. — Prometo estar ao seu lado, não importa as circunstâncias.

Era claro para todos ali que seus votos eram uma fachada. Ela estava cumprindo um dever, uma formalidade. Colin sentiu o golpe, mas se manteve firme, sabendo que precisaria de muito mais do que promessas para reconquistar a confiança e o coração de Penélope.

Quando a cerimônia terminou, e o padre os declarou marido e mulher, Colin se inclinou para beijá-la. Penélope permitiu o beijo, mas seus lábios estavam frios, e o toque breve foi quase uma formalidade. Assim que se afastaram, ela lhe deu um sorriso gélido, antes de virar-se para os convidados.

Enquanto os Bridgertons aplaudiam com rostos tensos e preocupados, Anthony cochichou para Benedict:

— Isso vai ser interessante. Ambos são teimosos demais para ceder, mas algo me diz que as coisas entre eles estão longe de terminar.

Penélope, agora oficialmente uma Bridgerton e esposa do chefe da máfia, sabia que o caminho à frente seria difícil. Ela estava grávida, e por mais que o conflito entre ela e Colin a machucasse, não havia como escapar. Colin, por sua vez, estava determinado a encontrar uma forma de fazer o casamento deles funcionar, mesmo que tivesse que enfrentar a própria teimosia e o orgulho de sua esposa.

Between Blood and Desire. (Polin ' máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora