Esse capítulo também contém cenas um pouco explícitas de automutilação, aconselho parar por aqui caso seja sensível a esse tema.
Sophia Rossi
Era de noite, por volta das 23h05, e a casa estava uma completa bagunça, provavelmente por ser apenas o primeiro dia. Eu estava no meu quarto, com as luzes apagadas e quase caindo no sono, até que a porta bate com força e eu ouço as vozes dos amigos de Mack e a dele.
— Que porra é essa? — me assusto ao ver cinco homens entrando de uma vez no quarto.
— Eu vou ficar aqui. — Mack diz, com a voz arrastada por causa das drogas, o que não era surpresa.
— Não, você não vai. Estou tentando dormir, e você não pode entrar do jeito que quiser com quinze ou sabe-se lá quantas pessoas, e se eu estivesse pelada? — digo, irritada, a raiva evidente na minha voz.
Mackned segura meu braço com força e aperta "delicadamente". Não me surpreendo; era normal ele ficar agressivo quando usava drogas, especialmente quando bebia, e, sinceramente, pouco me importo. Se ele algum dia me batesse, eu retrucaria mil vezes pior. — Ou talvez só chorasse e me cortasse, como sempre faço. —
— Ah, eu vou, vou sim, porque o quarto não é só seu, e quem iria se importar de ver uma tábua dessa pelada? Sinceramente, já vi coisa bem melhor do que esse seu corpo sem sal. Agora, se puder dar licença. — Ele me empurra em direção à porta.
Os amigos dele seguraram o riso, e alguns até olharam surpresos, mas ninguém fez nada. Eu apenas revirei os olhos diante da ignorância dele, não dando importância para o comentário desnecessário, e mostrei o dedo do meio antes de sair para o extenso e escuro corredor. Olhei para a cozinha e pude ouvir os gritos das garotas na piscina e as risadas dos rappers.
Andei um pouco pelo corredor e entrei no banheiro, que, graças a Deus, estava vazio. Me olhei no espelho e vi o rosto cansado à minha frente; quase me assustei. O Halloween nem chegou e eu já estou fantasiada para assustar as crianças. Eu havia perdido totalmente o sono, mas ainda estava tão cansada quanto uma mãe de recém-nascido. Abri o espelho e procurei por algo. Não encontrei e comecei a vasculhar o banheiro inteiro, até finalmente achar.
Faço meu truque, que aprendi há muito tempo, e finalmente consigo tirar a lâmina da gilete. Tranco bem a porta do banheiro para que ninguém me interrompa no meu momento conturbado, me sento no vaso e começo o meu "pesadelo". Fiz dois cortes no braço, não muito grandes, mas bem profundos. Tive que usar a toalha de rosto para estancar o sangue e segurar por um bom tempo até que finalmente parasse de sangrar. Nessa hora, a porta bateu, e eu me assustei, pulando do vaso e gritando que já estava saindo.
Joguei a toalha no lixo e lavei bem o rosto. Abri a porta, e uma pessoa, que nem percebi quem era, entrou apressadamente. Ignorei e tentei achar um lugar para ficar. Já tinham se passado uns 30 minutos desde que tinha entrando no banheiro, mas a bagunça na mansão parecia a mesma, com a mesma gritaria e o mesmo barulho de antes. Tentei entrar no quarto, mas Mackned ainda estava lá com seus amigos.
Suspirei e zumbi, frustrada, ao ver que a porta do quarto estava trancada. Me encostei na porta e olhei ao redor. Todos os quartos pareciam ocupados, menos o que estava em frente ao meu; ele parecia silencioso e escuro. Entrei lentamente e, ao não ver ninguém à frente, rapidamente entrei e fechei a porta, suspirando aliviada por finalmente poder ficar sozinha.
— Posso ajudar em alguma coisa? — diz uma voz familiar.
Tomo um grande susto e olho rapidamente para o lado, vendo a figura loira deitada na cama enquanto fumava um baseado.
— Desculpa, pensei que o quarto estava vazio. Eu já estou saindo. — digo, com uma expressão constrangida.
— Pode ficar, se quiser. Lá fora está uma barulheira. — ele diz, antes de tragar o baseado.
Suspiro, por ele me deixar ficar, embora eu não soubesse se era de alívio ou de nervosismo por estar ao lado dele depois de tanto tempo.— Senta aí. — ele me convida a sentar ao seu lado na cama.
Vou até ele, parecendo tímida e envergonhada, e me sento ao seu lado, na mesma posição — encostada na cabeceira da cama. — Ele inclina o baseado para mim, me oferecendo, solta uma baforada de fumaça, e eu, obviamente, aceito. Maconha de graça, quem não aceitaria?
— Então, como está seu relacionamento com o Mack? — ele pergunta, esperando que eu termine de tragar para lhe devolver o beck.
— Um inferno total, ele é um completo drogado. — digo logo depois de soprar toda a fumaça da erva e devolver o baseado para ele.
— Eu também sou um drogado. — ele diz, rindo.
— Mas não como ele. Você se droga para tentar fugir de uma dor que sente quando está sóbrio; ele se droga porque acha legal e engraçado. Na verdade, acho que ele só se droga por não ter nada pra fazer e por ser um completo vagabundo. — finalmente digo tudo o que queria.
— Se você o odeia tanto assim, por que continua com ele? Não faz sentido ficar com alguém que você não ama. — ele diz, tentando olhar em meus olhos, mas eu desvio o olhar.
— Você ama a Arzaylea? — finalmente o olho com um olhar direto.
Ele pensa um pouco, ainda olhando nos meus olhos, e traga o baseado, voltando a olhar para o quarto, ignorando completamente minha pergunta. Eu rio, sabendo que estou certa.
Passamos um tempo conversando, o suficiente para ficar chapados a ponto de nem saber onde estávamos. Bom, pelo menos eu, né.
— Tá, tá, vamos lá. Qual foi a maior burrada que você já fez na vida? — digo, com a voz arrastada e hálito de maconha.
— Ter deixado você escapar dos meus braços tão facilmente. — ele diz, também com a voz arrastada. Por mais que a frase parecesse séria, ele a disse com tanta leveza que eu quase duvidei de sua sinceridade.
— Estou falando sério, Gustav... — digo, empurrando levemente seu ombro com o meu.
— Eu também estou, Sophia. — ele diz, com um sorriso divertido no rosto, e eu começo a rir. — Por que está rindo? —
— Porque eu não acredito em você. — digo, rindo e olhando para meus pés enquanto os balanço.
Então Gustav coloca delicadamente a mão em meu queixo e me inclina para olhar em seus olhos. Fico um pouco confusa no início, mas logo começo a me perder em cada detalhe dele. Seus olhos estavam divididos entre meus lábios e meus olhos, alternando rapidamente entre um e outro, até que finalmente nossos "quebra-cabeças" — nossos lábios — se juntam em um beijo sintonizado.
Me surpreendo de início, mas logo retribuo sem medo e sem hesitação. Ele pede espaço para que possamos entrelaçar nossas línguas, e eu aceito, começando um beijo profundo e suave. O beijo estava tão bom que precisamos fazer pequenas pausas para recuperar o fôlego rapidamente.
— E se Arzaylea ver? Ela pode entrar a qualquer momento... — sussurro durante uma das pausas, mas volto a beijá-lo logo em seguida para não perder tempo.
— Foda-se essa piranha, ela deve estar transando com outro agora mesmo. — ele diz na outra pausa do beijo e, logo depois, pula em cima de mim como um leão faminto.
...
Sem ideia do que por aqui...
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De volta ao Passado 💫 - lil peep
Novela JuvenilGustav Elijah, mais conhecido como Lil Peep. Estava vivendo sua vida de famoso naturalmente. Indo para os shows, turnês, fazendo musicas, drogas... Até ele reencontrar sua antiga amiga; secreta paixão em um posto e sua vida virar de cabeça para baix...