- Capítulo XLIII

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Sophia Rossi

  Eu acordei e lá estava ele do meu lado, dormindo e rocando que nem um idoso com asma, isso que dá usar drogas.

  Eu me levantei com todo cuidado do mundo para que não o acordar, ele estava dormindo que nem uma pedra e ainda por cima de bruços, então essa missão não foi muito difícil. Fui até o banheiro e escovei meus dentes com o dobro de cuidado, realmente não queria acorda-lo, ele estava tão cansado da noite de ontem, por mim ele descansaria o dia todo.

  Andei até a cozinha, procurando algo para comer ou algo assim, mas para o meu azar não tinha absolutamente nada, apenas uma pizza de ontem. Eu suspirei alto, claramente frustrada, e me assustei ao escutar o som da porta bater. Seja lá quem for que estive do outro lado da porta, estava com bastante pressa ou só parecia irritado. Suas batidas soaram como uma pisada de um gigante na terra, tão fortes que eu fiquei com medo da porta simplesmente cair.

— Calma, Calma! Já estou indo.. - sussurro para mim mesma, correndo para atender a porta, para não acordar o Gus.

— Achei que teria que arrombar essa merda, porque nem para abrir a porra de uma porta você sabe! - Mackned logo grita na minha cara assim que eu abro a porta.

  Eu simplesmente gelei, suas palavras cuspidas na minha cara tinham um cheiro fortíssimo de álcool, seus olhos vermelhos e seu nariz com a carne amostra deixavam na cara o quão drogado ele estava, tudo bem que mesmo se ele não estivesse desse jeito eu saberia que ele estava drogado; até porque, ele sempre está drogado.

— Oque você está fazendo aqui? Achei que fugir com meu ex-namorado deixaria bem claro que não tem mais nada entre nós. - eu digo, tentando parecer fria e confiante, mas eu tremia como se tivesse parkinson.

— Você é maluca de achar que a gente não tem nada. - ele grita e logo em seguida segura meu braço com uma força indescritível.

  Sinto seus dedos pressionarem contra minha pele clara, aquilo doía, e muito. Poderia ver de como ao redor de meu braço estava vermelho e que aquilo claramente iria deixar uma marca.

— Eu vou fazer questão de transformar a sua vida em um inferno. Vou grudar na sua cabeça como seus fios de cabelo e fazer você nunca mais esquecer de mim. - ele se aproxima, ficando a centímetros de distancia do meu rosto.

  E então ele me empurra com força, me fazendo cair de bunda e bater num móvel atrás de mim, oque fez um barulho muito alto e consequentemente um machucado enorme em minhas costas. Nesse momento só pude fazer uma careta de dor e me encolher no chão, enquanto Mackned me olhando de baixo, com um sorriso terrível no rosto. Consigo escutar passos vindo do corredor do quarto, eu me assusto e tento me levantar, mas não consigo por conta do machucado em minhas costas.

— Sophia?! Aconteceu alguma coisa? Você tá bem?! - eu escuto a voz rouca de Gus ecoar pelo cômodo que habitava uma tensão assustadora. — Mackned?! Oque você fez? - ele grita e corre até mim, com um tom o tanto quanto preocupado.

— Gus, está tudo bem, foi apenas um mal entendido, ele já está indo, não é, Mackned? - eu finalmente digo, o olhando de cima.

— Oque?! É óbvio que não está nada bem, esse filha da puta acabou de te agredir! - Gus exclama, tentando me ajudar a levantar.

— Eu não agredi ninguém, apenas avisei uma coisa importante. Mas não se preocupem, eu já estou de saída. Te vejo no clube hoje, peep. - Mackned diz antes de ir embora e desaparecer no corredor do andar aonde morava.

  Gus bate a porta rapidamente e a tranca, bufando com irritação e se virando para mim, enquanto me ajudava a ir até o quarto.

— Oque ele te disse? Ele te ameaçou ou algo do tipo? - ele pergunta enquanto me senta na beirada da cama.

  Eu rapidamente cubro a marca da mão de Mackned no meu braço. Eu não queria que ele se preocupasse tanto.

— Ele não disse nada além de xingamentos, ele ainda está chateado por eu basicamente ter o traído. - eu digo, tentando fazer parecer que não tinha sido nada demais.

— Sophia, não mente para mim. Você sabe que se ele te ameaçou, a gente pode abrir um boletim de ocorrência contra ele. - ele diz, muito mais preocupado do que deveria.

  Ele estava andando de um lado para o outro, procurando pelo Rifocina e um curativo para colocar em minhas costas, que doíam muito.

— Eu sei, mas isso não será preciso, eu só acho que você está exagerando demais. - eu digo, parecendo nervosa.

  Ele então vai até mim com uma expressão de desaprovação sem dizer uma única palavra, ele sobe minha camisa enquanto eu arrumo meu cabelo e ele coloca o remédio em minha costas. Dei um gemido ingênuo pelo susto do spray gelado, mas logo relaxei, aproveitando que ele não arde.

— Obrigado Gus. - eu sussurro assim que ele termina colocando um curativo. — Você sempre cuida de mim, como se eu fosse uma criança desajeitada e você fosse meu pai... - eu digo um pouco constrangida pelo momento.

— Fico feliz por isso, eu acho. - ele franze as sobrancelhas e me vira para ficar de frente a ela. — Ainda não consigo acreditar que ele teve coragem de fazer aquilo com você.. - ele resmunga olhando para um canto vazio.

— Vamos esquecer disso. Vem, vamos assistir um filme. - eu digo me arrastando na cama e puxando o controle. 

  Gus bufa e revira os olhos, sabendo que não teria outra saída, ele apenas se junta a mim sem reclamações.

...

Acharam esse capítulo muito dramático?

Eu definitivamente estou escrevendo menos do que antes...


De volta ao Passado 💫 - lil peepOnde histórias criam vida. Descubra agora