- Capítulo XLV

9 2 1
                                    

Gustav Elijah

  Depois de Sophia finalmente se acalmar, percebi o quão cansada estava, ela tinha passado literalmente o dia todo na rua e no curso, então a convidei para irmos dormir. Ela aceitou, porém, quando chegamos no quarto, ela decidiu que era uma ótima hora para comprar seu voo para a Itália. Eu obviamente decidi dormir, pois passei a tarde trabalhando e também estava morto de cansaço, mas obviamente não consegui, já que Sophia estava ao meu lado da cama com o computador, mexendo nele desesperada por uma passagem.

— Sophia, vamos dormir, amanhã você resolve isso.. - eu resmungo com a voz rouca enquanto me virava para ela pela quinquagésima vez.

— Você fica um tesão quando está rouco. - ela diz ainda concentrada na tela do notebook, me ignorando completamente.

— E você fica um tesão quando está cheia de olheiras. - eu retruco, sabendo que dessa vez ela iria olhar.

  Ela me olha com um olhar mortal de canto de olho. Eu logo começo a rir de nervoso e me inclino para beija-lá, mas ela se inclina pro outro lado, recusando meu beijo.

— Se eu fico um tesão quando estou com olheiras, é melhor você me beijar amanhã. - ela diz, voltando a atenção no notebook.

— Ah, Sophia... Vem logo, eu estou com saudades de dormir agarradinho com você, a gente faz até conchinha se vc quiser. - eu a encaro fazendo beicinho.

— Gus, isso é muito importante e grave também, eu preciso fazer isso agora, se não eu vou morrer de ansiedade. - ela diz, me retrucando um olhar de pena.

— Tudo bem, tudo bem. Eu posso pelo menos ficar no seu colo? - eu digo, me sentindo derrotado.

— Como você vai ficar no meu colo? - ela pergunta sem paciência, enquanto apontava para o notebook.

Eu gentilmente afasto o aparelho de seu colo, o colocando um pouco acima do joelho e apoio minha cabeça em seu colo. Ela suspira e com um mão, começa a fazer cafuné em meu cabelo, enquanto a outra movia o mouse.

Eu teria uma ótima noite de sono, se não fosse acordado pelo grito de Sophia que ecoou em minha cabeça quando eu pulei de susto.

— Sophia?! Oque aconteceu?! Foi o Mackned?? - eu sento na cama rapidamente, movendo a cabeça para o lado e para o outro tentando acha-la, enquanto a mesma estava sentada em uma pequena mala, seu cabelo desgrenhado e sua expressão irritada.

— Aconteceu que essa porra não quer fechar! - ela grita, sua irritação visível em sua voz.

— Porra, eu pensei que era algo sério! - eu digo com um tom desapontado e me jogando de trás para a cama.

— Você bem que poderia me ajudar, né. - ela bufa.

— Ah, tá, que eu vou sair da minha cama confortável para te ajudar a fechar uma mala. - eu digo me enrolando com os lençóis.

— Primeiro que essa cama é minha, segundo que, eu vou viajar amanhã, você quer mesmo passar as últimas horas que eu estou aqui, dormindo? - ela faz sua chantagem emocional e eu me apoio na cama para encara-la incrédulo.

— Você diz como se fosse suas últimas horas de vida. - percebo que eu não teria outra opção a não ser ajuda-la, então eu me levanto da cama, indo em sua direção.

— Enquanto você arruma aí, eu vou preparar um omelete fresquinho com bacon para o meu cavalheiro preferido. - ela de repente muda de humor, oque me faz suspeitar.

Ela rapidamente saí do quarto e eu abro a mala, me deparando com umas quinze roupas diferentes — metade sendo minhas, meus olhos se arregalam, sério mesmo que ela queria fechar a mala com aquele tanto de roupa? E outra, ela tinha pegado quase todo o meu guarda-roupa!

— Sophia! Isso é sério?! - eu grito alto, para ter certeza de que ela vai escutar, mesmo sabendo que não iria responder nada.

Depois de um tempo tirando algumas roupas minhas e algumas coisas que EU achava desnecessário, eu finalmente consegui fechar a pequena mala, e quando terminei fui para a cozinha, observar Sophia fazer meu omelete com bacon.

— Você quer ajuda aí? - eu digo me apoiando na ilha da cozinha atrás dela.

— Eu sou Italiana, so come girarmi. - ela disse, concentradíssima no bacon que ainda fritava bacon.

— Eu não entendi porra nenhuma que você acabou de dizer. - eu digo, minha expressão era confusa, de quem não entendeu nada.

— Eu sei que não entendeu, e esse que é o engraçado, eu posso falar a coisa mais absurda em italiano e você não vai nem perceber. - ela diz rindo.

— Mas você pode falar coisas absurdas, eu não me importo de qualquer maneira. - eu digo esfregando os olhos.

— Quero foder você até nossos órgãos se contraírem e ficarmos presos um no outro para sempre. - ela se vira para mim, tentando falar de forma séria, mas eu conseguia ver pelos seus olhos que estava prestes a ter uma crise de riso.

— Ah.. É.. Eu aceito, eu acho.. - eu franzi as sobrancelhas, ainda tentando processar suas palavras.

  Ela começa a rir e volta a atenção para o bacon, que agora já estava pronto, graças a deus pois eu estava morrendo de fome. Ela coloca o bacon junto com a omelete em um prato raso e pequeno, logo em seguida me dá. Ela volta para o balcão, pegando a garrafa de café e colocando em uma xícara azul com alguns pontinhos brancos, oque parecia muito o céu estrelado. Logo em seguida ela me dá a xícara de café, e deposita um pequeno selinho em meus lábios, se sentando ao meu lado para me observar comer.

— Nossa, isso está com um cheiro delicioso! - eu digo com água na boca, encarando o omelete como um leão faminto.

— Eu botei o meu ingrediente secreto. - ela diz sorrindo para mim e apoiada com a cabeça na mão.

— Amor? - eu pergunto antes de comer a primeira garfada.

— Boa noite cinderella. - ela diz, com o olhar fixo em
mim.

  Eu de repente paro de comer, a olhando incrédulo para ela, como se estivesse cometido um crime, oque realmente foi se você parar para pensar.

— Estou brincando! E você ainda acredita, haha... - ela começa rir de novo e eu bufo, voltando a comer normalmente.

...

I'll wake up, she made bacon...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

De volta ao Passado 💫 - lil peepOnde histórias criam vida. Descubra agora