- Capítulo XV

30 7 0
                                    

Gustav Elijah

  Por mais que eu queria ter feito algo mais que beijos e chupões, sei que estávamos cansados demais para esquentar as coisas, e conhecendo Sophia do jeito que é, ainda estava muito envergonhada para avançarmos no progresso que nem começamos.

  Já era de manhã e agora estava escovando os dentes com minha escova que trouxe, até que vejo a figura rosada descabelada e sonolenta aparecer atrás de mim no espelho grande.

— Bom dia, flamingo. - digo com a voz rouca e a boca cheia de pasta enquanto movimentava a escova nos dentes.

— Bom dia... - sussurrou a garota esfregando os olhos na tentativa de despertar.

  Quando cuspi a água e toda a pasta na pia, a rosada subiu seus olhos para mim e logo os mesmos se arregalaram.

— Eu fiz isso em você? - ela parecia surpresa.

— Acredite se quiser, doeu mais quando tu fez do que tá doendo agora. - eu digo rindo e olhando para o coágulo enorme em meu pescoço que a pequena havia deixado na noite anterior.

— Que vergonha! Precisa cobrir isso... - ela se aproxima e passa sua delicada mão no chupão que me fez.

— Não precisa, ninguém vai perceber, principalmente por causa das tatuagens. Agora os seus estão bem visíveis.

— Os meus? Como assim os meus, Gustav?! -

Ela parece se desesperar um pouco ao ouvir a palavra no plural e olha para o espelho um pouco assustada, logo percebe dois pequenos coágulos em seu fino pescoço, tenho orgulho de dizer que fui eu que os deixei.

— Puta merda, Gustav... Como que vou cobrir isso? Nem se eu passar reboco de parede fica discreto! - diz passando a mão.

— Simples, não cubra. São minhas marcas, meu presente para você. - eu a abraço por de trás e cheiro seu pescoço, mas ela inclina sua cabeça, se distanciando.

— Um cu! Oque as pessoas vão achar de mim? Já imagino as atrocidades que Kelly irá falar, e Lucas? Nem me fale...

— Que nada, o máximo que elas podem fazer é ficar com inveja. - eu digo me aproximando novamente e beijo sua bochecha, oque deixa a pequena um pouco irritada. — Não se preocupe muito com isso, com oque as pessoas vão pensar. Isso foi um momento nosso e foi divertido, não foi? -

— Foi... Só tirando o fato que você quase virou um sanguessuga.

— Pior você que virou um vampiro, senti até minha alma ser chupada.

— Isso quer dizer que foi bom. - ela dá um sorrisinho inocente, mesmo sabendo que por trás daquele sorriso de santo, tinha até que bastante entidade, tirando isso ela ficou fofa.

Ela também escovou seus dentes e depois fomos para a cozinha procurar algo para comer. Sua geladeira era tão vazia quanto aquele sentimento que me dominava de vez em quando por estar sempre sozinho.

— Vixe, acho que vamos ter que ir na padaria comprar pelo menos pão ou um sanduíche. Tem problema? - diz a garota após fechar a porta da geladeira com um sorriso sem graça.

— Por mim tudo bem. - digo dando de ombros.

  Trocamos de roupa para não sair de pijama na rua e saímos de seu apartamento, dando bom dia para o porteiro e seus vizinhos, que ficaram um pouco surpresos em me ver. A padaria era quase do lado de seu prédio, então não tivemos que andar muito até chegar. Porém foi um pouco desconfortável pois as pessoas não paravam de me encarar como se fosse um alienígena ou um extraterrestre provavelmente por causa de minhas tatuagens, mas era estranho pois elas apenas olhavam para meu pescoço em um ponto fixo. Sério que ainda com as tatuagens o chupão tava visível o suficiente para verem de longe?

De volta ao Passado 💫 - lil peepOnde histórias criam vida. Descubra agora