𝟓𝟖 ⌁ 𓈒 ֹ LORENZO MATTIOLI ˳ׄ ⬞

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Dentro de si, Lorenzo sentia uma pontada de medo, como uma sombra fria que se arrastava em seu peito. O silêncio entre eles parecia gritar, carregado pela incerteza do que Angelina poderia dizer. Ele conhecia cada nuance dela, aquele espírito livre que tanto admirava. Sabia que Angelina sempre quis uma vida que pudesse chamar de sua, um destino moldado por suas próprias escolhas, sem amarras ou obrigações impostas. Era por isso que ele, apesar de todo o amor que sentia, decidiu dar-lhe a liberdade de escolher. Amá-la significava querer sua felicidade acima de tudo, mesmo que isso o destruísse por dentro, mesmo que a felicidade dela fosse longe dele.

Ainda assim, o medo se agarrava a ele, apertando seu peito como um vício impossível de abandonar. E se ela não o escolhesse? E se decidisse que ele não fazia parte do futuro que sonhava? O peso dessa possibilidade era insuportável, martelando em sua mente sem piedade. Ele tentava manter a calma, mas seu coração batia acelerado, como se antecipasse uma dor que talvez nunca viesse.

Quando Angelina finalmente quebrou o silêncio com suas palavras, Lorenzo sentiu o ar voltar a seus pulmões. Foi como se o mundo, que até então parecia desabar sobre ele, subitamente voltasse ao equilíbrio. Ela o estava escolhendo. Angelina, com toda sua liberdade, com todas as escolhas que poderia fazer, estava decidindo ficar ao lado dele. Aquele instante foi mais do que um alívio; foi a confirmação de tudo o que ele sempre desejou, uma reafirmação de que valia a pena lutar, arriscar, amar.

Lorenzo sentiu um calor reconfortante preencher seu peito enquanto segurava a mão dela. O toque era mais do que um simples gesto; era uma promessa não dita, um pacto entre dois corações que haviam encontrado no outro seu lugar seguro. Seus olhos se encontraram, e o sorriso que ela lhe deu era tão genuíno, tão carregado de amor, que ele quase perdeu o fôlego novamente.

Ele retribuiu o sorriso, um daqueles raros, cheios de emoção crua, e naquele momento teve ainda mais certeza de que estava tomando a decisão certa sobre aquela viagem. Angelina o amava, e ele a amava com a mesma intensidade. Não havia mais dúvidas, não havia mais medos que pudessem prevalecer. Naquele instante, Mattioli soube que nada no mundo seria capaz de mudar o que sentiam. Eles pertenciam um ao outro, e esse amor seria a força que guiaria ambos, não importa o que viesse pela frente.

Santorini se desdobrava diante deles como uma pintura divina, uma obra-prima que parecia desafiar a realidade. As casas brancas, reluzentes sob a intensidade do sol grego, pareciam esculpidas diretamente na encosta vulcânica, como se fossem parte da própria terra. As cúpulas azuis, imponentes e harmoniosas, destacavam-se contra o céu límpido, fundindo-se de maneira quase mágica com o mar Egeu, que brilhava ao longe como uma joia líquida. Cada passo pelas ruelas estreitas revelava uma nova cena de encanto: o som suave das ondas ecoando ao fundo, a textura das pedras sob os pés, e o perfume inebriante das buganvílias vibrantes que abraçavam os muros brancos. Ali, o tempo parecia suspenso, convidando-os a mergulhar em uma experiência que era tão visual quanto espiritual.

A suíte da cobertura do hotel era um refúgio de perfeição, como se tivesse sido projetada para capturar a essência de Santorini. Assim que cruzaram a porta, foram imediatamente hipnotizados pela vista. As paredes de vidro proporcionavam uma janela para o infinito, revelando o mar em toda a sua vastidão. O azul profundo das águas parecia guardar histórias antigas, mistérios sussurrados apenas ao vento que vinha do mar. No terraço, a piscina infinita fundia-se com o horizonte, criando a ilusão de que era possível caminhar sobre as águas e tocar o céu. Espreguiçadeiras de design elegante e um gazebo discreto complementavam o ambiente, oferecendo um convite ao relaxamento absoluto e à contemplação silenciosa.

O interior da suíte era igualmente encantador. O luxo estava nos detalhes, não na ostentação, com um design minimalista que respeitava a serenidade do local. O quarto era um santuário de conforto, com tons neutros que exalavam calma e uma cama espaçosa que parecia prometer os sonhos mais tranquilos. O banheiro, uma obra de arte em mármore claro, exibia uma banheira estrategicamente posicionada diante de uma janela panorâmica, oferecendo uma experiência de puro deleite enquanto o olhar se perdia no horizonte.

𝗙𝗜𝗥𝗘 𝗔𝗡𝗗 𝗕𝗟𝗢𝗢𝗗 - @𝗅𝟢𝗌𝗍𝗋𝖾𝗂𝖽Onde histórias criam vida. Descubra agora