𝟑𝟔 ⌁ 𓈒 ֹ ANGELINA CORVETTI ˳ׄ ⬞

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Os gemidos de Angelina ressoavam pelas paredes frias do porão, espalhando pelo ar o som de sua entrega. Abandonada ao desejo, ela permitia que seu corpo falasse por si, a cintura arqueando, a cabeça tombando para trás em resposta aos toques de Lorenzo, que se entregava ainda mais a cada som que escapava dos lábios dela.

- Não... Não podemos... mas não para! - implorou, as palavras lutando contra a própria razão.

Os lábios entreabertos buscavam o fôlego perdido, mas Lorenzo os capturava, roubando-lhe o ar num beijo feroz. Suas línguas se entrelaçavam em uma dança que parecia vital, como se suas vidas dependessem daquela intensidade. A mão dele, possessiva, dominava sua nuca, puxando-a com firmeza em direção a ele, impondo uma proximidade que queimava suas vontades.

Uma corrente elétrica atravessou o corpo de Angelina, arrancando-lhe um gemido mais alto, arrastado, que abafou com a própria mão, num último vestígio de contenção. Entregou-se inteira, derretendo nos dedos firmes de Lorenzo, enquanto ele a provocava com a precisão de quem saboreia cada reação dela com um prazer silencioso.

Ofegante, Angelina tentou retomar o fôlego, firmando as mãos sobre a superfície da mesa. Seu olhar encontrou os dedos de Lorenzo, que ainda carregavam seu gosto, e ela sentiu-se invadida por um misto de surpresa e desejo. Sabia que aquela imagem permaneceria com ela, como um eco perturbador que lhe traria de volta a necessidade de reviver o que acabara de sentir.

- Você... não vai contar a ninguém mesmo! - murmurou, a voz fraca, ao ser atingida pela realidade do que haviam feito.

Ela balançou a cabeça em negação, ajeitando os fios desalinhados. Com a ajuda dele, desceu da mesa, as pernas ainda trémulas, mas firmes o suficiente para sustentar seu corpo quando os pés tocaram o chão. Ajustou o vestido, e, ao levantar o olhar, foi surpreendida pela mão de Lorenzo segurando-lhe o queixo, depositou um beijo suave em seus lábios, arrancando-lhe um sorriso involuntário.

- Te vejo no jantar! - respondeu em um sussurro.

Angelina o seguiu com o olhar enquanto ele saia, encostada na mesa, os pensamentos emaranhados em uma culpa amarga. Por um breve momento, desejou desaparecer. Mas o sabor da transgressão já estava cravado em sua pele, e mesmo que quisesse, sabia que jamais conseguiria esquecer o que havia acontecido







Naquela noite, após o banho, Angelina caminhava inquieta de um lado para o outro em seu quarto. Seu corpo, exausto pelo dia, se rebelava contra o desejo de descanso, insistindo em mantê-la acordada, mesmo quando ela tentava, com todas as forças, sucumbir ao sono.

- Que inferno! Esse homem acabou comigo - resmungou, lançando-se contra a cama e deixando seu peso afundar no colchão.

Seus olhos se fixaram no teto, como se ali pudesse encontrar a resposta para todos os seus tormentos. Apesar de ser vasta, aquela mansão parecia irremediavelmente silenciosa, como se o silêncio fosse seu único companheiro naquela noite. Não sairia para caminhar pelos corredores tão tarde, temia cruzar com alguém e ter que dar explicações. Então, decidiu que a única coisa a fazer seria tentar se cansar dentro de seu próprio quarto.

Pensou em assistir a um filme, mas as cenas na tela pereciam tão vazias e sem vida quanto ela se sentia. As músicas em seus fones de ouvido só aumentavam sua dor de cabeça. Seus pincéis e quadros estavam a quilómetros de distância, e a arte, que tanto a preenchia, não estava ali para ajudá-la. Nada parecia ser o suficiente. Mas talvez ele fosse.

Angelina não sabia em qual dos muitos quartos Lorenzo se encontrava, orgulhosa e desinteressada, não estava disposta a procurá-lo. Deixou essa ideia de lado rapidamente. A única coisa que não conseguia afastar eram as memórias, o toque dele ainda queimando sua pele, o fato de que o Don italiano havia arrancado dela algo que ninguém jamais conseguiu.

𝗙𝗜𝗥𝗘 𝗔𝗡𝗗 𝗕𝗟𝗢𝗢𝗗 - @𝗅𝟢𝗌𝗍𝗋𝖾𝗂𝖽Onde histórias criam vida. Descubra agora