"As despedidas nunca são fáceis, mas são uma parte da nossa jornada."
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Aquele domingo em Interlagos não era apenas mais uma corrida; era o encerramento de uma era. O GP do Brasil de 2022, o último que ele disputaria, estava carregado de emoções, tanto para Sebastian quanto para mim. Como esposa de Sebastian Vettel, eu sabia que este momento seria uma mistura de alegria e tristeza, de orgulho e despedida. Estar ali, ao lado dele, no seu último dia de competições como piloto de Fórmula 1, me fez perceber como os momentos mais simples podem se tornar os mais significativos.
Eu estava no paddock, observando cada movimento dele. Ele estava concentrado, como sempre. A sua energia era a mesma de sempre – calma, meticulosa, mas com aquele fogo interior que o fez conquistar o mundo da Fórmula 1. Mas hoje, havia algo diferente no seu olhar. Eu poderia ver a intensidade e, ao mesmo tempo, a suavidade que vinha com a consciência de que aquela seria a última vez que ele competiria em Interlagos, onde tantas memórias inesquecíveis haviam sido feitas.
Lembro-me de como ele sempre falava sobre a importância de Interlagos para ele, não apenas pelas vitórias, mas pela atmosfera do lugar, pelas pessoas que o faziam se sentir em casa. Ele sempre dizia que esse circuito tinha uma energia especial, algo que o conectava com a sua paixão pela corrida. Era como se ele estivesse dizendo adeus a mais do que apenas a um autódromo, mas a uma parte de si mesmo.
Enquanto ele se preparava para o aquecimento do carro, eu o observava em silêncio. Ele tinha a mesma postura tranquila, mas havia algo em seus olhos que não conseguia disfarçar: um cansaço. Não físico, mas emocional. Ele estava em paz, eu sabia disso, mas também estava se despedindo de algo que foi sua vida por tanto tempo. Sebastian sempre teve uma relação muito especial com a Fórmula 1. A velocidade, a precisão, o desafio... Isso sempre foi quem ele era. E eu sempre soube que essa despedida seria inevitável, mas isso não tornava o momento mais fácil.
— Você está pronto, amor? — perguntei, me aproximando dele enquanto ele colocava o capacete.
Ele me olhou, os olhos azuis profundos refletindo uma mistura de sentimentos.
— Sempre estarei pronto para mais uma corrida — respondeu com um sorriso, mas não o sorriso de quem está prestes a enfrentar um desafio qualquer. Era um sorriso melancólico, talvez até saudoso.
Ele subiu no carro, e o som do motor tomou conta do ambiente. Ele estava ali, no cockpit do seu último carro de Fórmula 1, pronto para dar tudo de si. Enquanto ele se preparava para a largada, uma onda de nostalgia me envolveu. Eu me lembrei dos primeiros dias, dos primeiros sorrisos, dos primeiros momentos juntos. Lembro-me de como, quando o conheci, ele era apenas um jovem talentoso tentando se encontrar no mundo da F1, sem imaginar o que o futuro lhe reservava.
A corrida começou, e o barulho dos motores era quase ensurdecedor. Eu sentia uma mistura de orgulho e dor em meu peito. Ele estava lá, lutando como sempre fez, mas eu sabia que dentro dele havia algo mais profundo, algo que ele tentava controlar. A despedida era iminente, e o peso disso parecia ser mais intenso a cada volta.
Eu me dirigia ao box, onde poderia assistir de perto, com a esperança de que ele se sentisse seguro ao saber que eu estava ali. Quando a corrida avançava, podia ver a familiaridade de Sebastian com o traçado de Interlagos. Cada curva parecia estar escrita em sua alma. Era como se o circuito tivesse sido desenhado para ele, para que ele fizesse o que fazia de melhor. Não importava o quanto ele estivesse ciente de que estava se despedindo, ele ainda tinha aquele espírito competitivo, aquela chama interna que sempre o impulsionou a ser o melhor.
Ele fez algumas ultrapassagens impressionantes, suas manobras de sempre, precisas e calculadas. Eu sabia que ele estava fazendo o possível para deixar uma última marca, para mostrar ao mundo, e a si mesmo, que ainda era o Sebastian Vettel que todos conheciam e admiravam. Mas enquanto ele competia, eu sentia a dor da despedida chegando mais perto. Cada volta era uma contagem regressiva, não para a linha de chegada, mas para o fim de sua carreira.
Sebastian sempre foi um homem de poucas palavras quando se tratava de suas emoções, mas eu sabia o que ele sentia. Já compartilhamos tantos momentos, tantos desafios, e eu o conhecia como ninguém. Quando ele cruzou a linha de chegada, um sorriso tímido apareceu em seu rosto. Não foi uma vitória, mas o sorriso de quem sabia que tinha dado tudo de si.
— Foi incrível, Sebastian — eu disse, minha voz trêmula.
— Eu só fiz o que amava. O resto... o resto é apenas história — ele respondeu com um sorriso suave.
Eu estava esperando por ele na saída do pit lane, meu coração batendo forte enquanto ele se aproximava, ainda com o capacete, mas a visão do seu rosto já visível. Ele estacionou o carro e desceu, lentamente, como se quisesse desacelerar o tempo. E, quando ele me viu, seu olhar se suavizou. Eu estendi os braços, e ele veio até mim, me abraçando com força. Ele estava ali, diante de mim, mas havia algo mais profundo nos seus olhos, algo que ele não conseguia esconder. Ele havia deixado sua marca no mundo da F1, mas também sabia que aquela era a última vez.
— Foi a última, não foi? — eu sussurrei, sentindo a dor da despedida em cada palavra.
— Sim, Sn... — ele murmurou, sua voz carregada de emoção. — Não imaginei que fosse tão difícil. Eu dei tudo o que pude. Mas é hora de seguir em frente.
Nós ficamos ali por alguns minutos, o som da celebração dos outros pilotos ao fundo. Mas, para nós, aquele momento era único. Era o fim de uma era para ele, mas para nós, era o começo de algo novo. Ele poderia não estar mais atrás do volante de um carro de Fórmula 1, mas sua essência, sua paixão, seu legado permaneceriam imortais.
Enquanto caminhávamos de volta para o paddock, eu sabia que a despedida era mais do que apenas um adeus a um esporte. Era o fim de uma era para ele, mas também o começo de uma nova vida. Uma vida onde ele poderia explorar novas possibilidades, novas aventuras, sem a pressão dos circuitos e das corridas. Mas, ao mesmo tempo, seria impossível para ele, ou para qualquer um de nós, apagar o legado que ele havia deixado na Fórmula 1.
Sebastian Vettel será lembrado não apenas pelas suas conquistas, mas pelo tipo de homem que ele foi. O respeito que ele conquistou, as vitórias que ele alcançou, a maneira como ele tratava cada pessoa ao seu redor com a mesma humildade de sempre... isso foi o que o tornou uma lenda.
E, enquanto deixávamos o circuito de Interlagos para trás, eu sabia que, embora ele estivesse se despedindo das corridas, Sebastian Vettel sempre faria parte da história da Fórmula 1, um legado que nunca seria esquecido. Ele não precisava de mais vitórias para ser lembrado. Ele já havia dado tudo de si, e mais. O seu espírito de luta, sua paixão, e seu amor pela corrida eram as maiores conquistas que ele poderia deixar para o mundo.
— Eu te amo — eu sussurrei, segurando sua mão.
— Eu também te amo, Sn — ele respondeu com um sorriso suave.
E, naquele momento, sabia que, mesmo com a despedida, a história de Sebastian Vettel continuaria a ser escrita, e eu teria o privilégio de ser parte dela.
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Imagines Fórmula 1
FanfictionJá imaginou fazer parte do eletrizante universo da Fórmula 1, vivendo momentos intensos ao lado dos maiores pilotos do mundo? Neste livro, você terá a chance de mergulhar em histórias únicas e inesquecíveis, onde cada página o leva para os bastidore...