"Você me faz sentir como se eu fosse a pessoa mais sortuda do mundo."
***
Era uma tarde preguiçosa, dessas raras entre corridas, e eu mal conseguia acreditar que tínhamos conseguido reunir boa parte da equipe da Mercedes para algo que não envolvesse carros, números ou estratégias. O Indoor Padel Club parecia o cenário perfeito para um momento de descontração. Ainda assim, olhando para as expressões de George e Kimi, percebi que ninguém estava exatamente pronto para um jogo casual. Competitividade corria no sangue de todos ali.
— Ok, pessoal, escolham suas duplas — anunciei, segurando minha raquete com confiança enquanto observava George, Kimi e o resto da equipe. — Nada de desculpas sobre cansaço. Se vamos jogar, vamos fazer direito.
George, com aquele sorriso travesso que eu conhecia tão bem, veio na minha direção e passou o braço ao redor dos meus ombros.
— Nós seremos uma dupla, é claro. Somos imbatíveis, não somos, amor?
Eu ri, mas antes que pudesse responder, Kimi, com seus 19 anos de pura audácia, cruzou os braços e lançou um olhar desafiador.
— Com todo respeito, George, acho que seria mais justo você ficar comigo. Assim, talvez tenhamos uma chance contra ela.
A risada coletiva foi inevitável. Até Toto, que estava encostado na parede como um espectador curioso, soltou um comentário sobre "estratégias sendo testadas até no lazer."
Depois de um breve debate — que, convenhamos, foi mais provocação do que discussão — as duplas foram definidas. Eu e Kimi de um lado, contra George e um engenheiro de dados que, segundo ele mesmo, "também tinha talento esportivo além do Excel."
Os primeiros pontos foram tranquilos, marcados por sorrisos e algumas jogadas hesitantes, mas isso mudou rápido. George era incapaz de jogar algo sem competitividade, e quando ele começou a provocar, soube que as coisas iam esquentar.
— Eu pensei que você fosse boa em calcular ângulos, amor — disse ele depois que eu errei um saque. O tom era brincalhão, mas os olhos brilhavam com desafio.
— Eu sou boa em ângulos — retruquei, ajustando a posição e acertando uma cortada perfeita que passou por ele sem chance de defesa. — Só não preciso calcular muito para ganhar de você.
Kimi levantou a mão para um high-five, rindo alto.
— Essa foi boa! Acho que formamos uma boa dupla, hein?
George fez uma careta fingida, enquanto o engenheiro — que estava se esforçando muito — sussurrava algo sobre "não ser culpa dele."
À medida que o jogo avançava, as provocações aumentavam. Kimi, apesar da pouca idade, estava determinado a vencer, e eu não ficava atrás. George, por outro lado, tentava equilibrar as jogadas enquanto mantinha o ar de líder da equipe. Ou talvez ele estivesse apenas tentando não tropeçar na própria raquete novamente — uma cena que arrancou gargalhadas de todos nós.
— Isso vai sair na reunião de segunda-feira — Kimi provocou depois que George perdeu mais um ponto por distração.
— Continue falando, Antonelli — George rebateu. — Sua próxima estratégia vai ser mudar de time.
O engenheiro, tentando ajudar, acertou uma bola no teto, provocando um momento de caos generalizado. Eu não sabia se ria ou se consolava o pobre homem, mas era impossível não achar graça de tudo aquilo.
No final, eu e Kimi vencemos por uma margem pequena, mas suficiente para garantir que George ficasse fingindo ofensa durante todo o encerramento.
— Foi sorte — ele disse, cruzando os braços enquanto me olhava com aquele olhar acusador. — Você me distraiu de propósito.
— Eu sou uma estrategista — respondi, piscando para ele. — É o meu trabalho.
No lounge do clube, as energias estavam mais calmas. Copos de água e isotônicos passavam de mão em mão, enquanto a conversa fluía entre risadas e comentários sobre o jogo. Toto, como sempre, fazia observações perspicazes, enquanto George se sentava ao meu lado, ainda fingindo estar chateado.
— Você sabe — ele começou, inclinando-se para mim. — Você me deixou ganhar alguns pontos só para não me humilhar completamente. Admito que foi gentil da sua parte.
Eu ri, olhando para ele com a sobrancelha arqueada.
— Claro, amor. Eu sempre penso no seu ego.
Ele riu também, segurando minha mão por um momento.
— Seja no padel ou nas corridas, com você no time, eu me sinto invencível.
Aquela era uma das coisas que eu mais amava em George. Não importava se estávamos em uma pista ou em um clube qualquer; ele fazia com que tudo parecesse especial, como se cada momento juntos fosse parte de algo maior.
— Bem — eu disse, apertando de leve sua mão. — Você deveria. Afinal, eu sou sua melhor estratégia.
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Imagines Fórmula 1
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