Já imaginou fazer parte do eletrizante universo da Fórmula 1, vivendo momentos intensos ao lado dos maiores pilotos do mundo? Neste livro, você terá a chance de mergulhar em histórias únicas e inesquecíveis, onde cada página o leva para os bastidore...
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"O amor não é sobre esperar a tempestade passar, é sobre aprender a dançar na chuva."
***
Eu sempre soube que o relacionamento com Lance Stroll não seria fácil. Quando as coisas começaram, nunca pensei que seríamos o casal perfeito, mas havia algo sobre ele que me fazia querer mais. Lance não era apenas o piloto de Fórmula 1 que todos conheciam, ele era alguém complexo, com seus próprios dilemas e sentimentos. Mas também havia algo em seu mundo, em sua família, que sempre parecia estar à espreita, uma sombra que pairava sobre nós.
Eu sou brasileira, de uma família simples, sem grandes riquezas ou títulos. Lance vem de uma linhagem de poder e tradição. A sua família, especialmente o pai, Lawrence Stroll, sempre fez questão de deixar claro que ele deveria se cercar de pessoas de "berço de ouro", de famílias que pudessem agregar algo a sua imagem e status. E eu... eu não me encaixava nesse quadro.
Não sou da elite financeira, e, por mais que tentasse ignorar as diferenças, a verdade sempre estava lá, na distância fria e calculista que a família Stroll sempre mantinha. Lance sabia disso. Ele sabia o quanto sua família desaprovava nosso relacionamento. Sabia que tudo o que eu representava, tudo que eu sou, parecia um obstáculo para eles. E, embora ele tentasse ser o "rebelde" em suas ações, a verdade era que ele ainda se sentia preso pelas expectativas e pela pressão do pai.
Era uma tarde qualquer, e eu estava na casa de Lance, esperando ele chegar de um compromisso com o time. As horas passaram, e quando ele finalmente chegou, havia algo no ar. Algo tenso. Lance parecia mais distante do que o normal, mais reservado. Algo estava incomodando ele, e eu sabia que não demoraria muito para que ele me dissesse o que estava acontecendo.
— O que aconteceu, Lance? — perguntei, tentando quebrar o gelo. Ele respirou fundo antes de falar.
— Eu tive uma conversa com meu pai hoje — ele começou, evitando o olhar. — E ele... ele não aceita mais o nosso relacionamento.
Eu franzi a testa, sentindo uma mistura de frustração e tristeza. Era como se esse momento fosse inevitável, mas isso não o tornava mais fácil de lidar.
— Eu já sabia que ele não aprovava. Mas você tem que entender, Lance, eu não vou me esconder para agradar a ninguém, especialmente o seu pai — respondi, tentando manter a calma.
Lance finalmente olhou para mim, seus olhos profundos e preocupados. Eu sabia o quanto ele odiava isso, odiava ver essa tensão entre nós, mas ele não parecia ter coragem para lutar. Ele nunca teve.
— Eu... eu sei, mas meu pai, ele... ele está colocando tudo em jogo. Ele diz que isso não é o que ele imaginou para mim. Ele não quer me ver com você, Sn. Ele acha que você não tem o que é necessário, sabe? — Ele disse, com a voz baixa, quase como se estivesse se desculpando. — Eu não sei o que fazer. Não posso simplesmente virar as costas para a minha família.
A raiva cresceu dentro de mim, misturada com a dor de ouvir aquilo. Ele estava sendo fraco, e isso me machucava mais do que qualquer outra coisa. Lance sempre foi muito bom em me tratar com carinho e atenção, mas quando as coisas ficavam realmente difíceis, ele se tornava passivo, deixando que os outros decidissem por ele. E isso nunca foi o que eu esperei dele.
— Você sempre me diz que vai lutar por nós, Lance. Mas eu não vejo você fazendo nada! — eu disse, tentando segurar a raiva que agora transbordava. — Você sempre foi muito bom em falar bonito, mas quando chega a hora de tomar uma atitude, você se esconde atrás da sua família e da sua própria insegurança. Eu mereço mais do que isso.
Lance ficou em silêncio, e o olhar dele foi de frustração para dor. Ele sabia que eu tinha razão. Ele sabia que não estava cumprindo com a promessa que fizera, mas ele estava tão preso no que a família dele esperava dele, tão perdido entre o amor por mim e o peso das expectativas do pai, que não conseguia dar o passo que precisava.
— Eu não sei o que fazer, Sn. Eu não quero perder você, mas ao mesmo tempo, não quero perder minha família. Eu... não posso ir contra meu pai — ele respondeu, a voz trêmula, com uma tristeza que eu não sabia como lidar.
Eu estava furiosa, mas ao mesmo tempo, algo dentro de mim queria entendê-lo. Eu sabia que ele estava lutando contra uma pressão enorme, mas a verdade era que ele estava se esquecendo de lutar por nós. Ele estava escolhendo a segurança de sua família em vez de me escolher. E isso era o que mais me magoava.
— Eu não vou esperar mais, Lance. Eu não sou uma opção. Eu não vou ficar aqui enquanto você tenta decidir entre me escolher ou agradar ao seu pai. Não sou assim. Não sou isso para você.
Ele se aproximou de mim, como se estivesse tentando me tocar, mas eu recuei.
— Sn, por favor, não. Eu não quero perder você. Eu só... eu só não sei o que fazer.
Eu suspirei profundamente, sentindo uma dor apertar meu peito. Eu queria muito que ele tivesse a coragem de me escolher, mas percebi que, no fundo, ele não estava pronto para esse passo. Ele não estava pronto para enfrentar a realidade de que nosso amor exigiria que ele quebrasse barreiras. E, por mais que eu o amasse, eu sabia que não poderia continuar nesse relacionamento em que ele não estava disposto a lutar.
— Talvez seja melhor a gente terminar — eu disse, sentindo cada palavra sair como uma lâmina cortando o coração. — Você não pode me escolher, Lance. E eu não posso viver de promessas vazias.
Ele ficou em silêncio, olhando para mim com os olhos marejados. Eu sabia que ele estava arrependido, que ele sentia a dor da escolha, mas não estava disposto a fazer o sacrifício necessário para me ter ao seu lado.
— Eu sinto muito, Sn. Eu... eu te amo. Mas eu não posso ir contra meu pai. Não agora.
Eu virei as costas para ele, tentando segurar as lágrimas. Era o fim. Um fim doloroso, mas que já estava predestinado. Eu só queria que Lance tivesse sido mais forte, que ele tivesse sido capaz de enfrentar o que sua família queria e me escolhido de verdade.
Naquele momento, sabia que o amor não era suficiente. Ele tinha que ser mais do que palavras. Ele precisava ser ação.
Mas algo no fundo de mim ainda dizia que, talvez, Lance não fosse realmente capaz de me escolher. Ele queria ser o filho perfeito para Lawrence Stroll, e eu... eu sempre fui apenas uma opção. E enquanto ele se perdesse em sua busca por aprovação, eu teria que seguir em frente, por mais que isso quebrasse meu coração.
E assim, o que restava entre nós era apenas o eco de promessas não cumpridas.
