"Nós poderíamos ter tido tudo..."
***
Dois anos se passaram desde aquela tarde em que decidi colocar um ponto final no que tinha com Lance Stroll. Não foi fácil. O amor que sentia por ele deixou marcas, mas, com o tempo, consegui reconstruir minha vida. Hoje, sou uma empresária bem-sucedida, dona de uma agência de marketing digital em São Paulo que atende clientes de renome no Brasil e no exterior. Tudo que conquistei veio do meu esforço, sem atalhos ou favores.
Enquanto isso, o mundo de Lance continuava girando no paddock da Fórmula 1. Eu evitava notícias sobre ele, mas às vezes era impossível ignorar as manchetes. "Lance Stroll em ótima fase na Aston Martin." "Lance Stroll aparece com nova namorada." As revistas adoravam criar narrativas, mas eu sabia que, por trás das câmeras, ele ainda carregava a pressão de ser o filho de Lawrence Stroll.
Naquela manhã, eu estava em um evento de negócios em Mônaco, representando minha empresa em uma conferência de inovação e tecnologia. Depois de tanto trabalho, poder participar de algo tão grandioso era uma vitória pessoal. Vestindo um elegante vestido preto e salto alto, eu caminhava pelo salão, conversando com investidores e possíveis parceiros.
Foi quando senti um par de olhos me observando. Virei a cabeça, e lá estava ele. Lance Stroll.
Ele parecia o mesmo, mas havia algo diferente em seu olhar. Menos arrogância, mais peso. Ele não esperou que eu me aproximasse; veio direto até mim.
— Sn — ele disse, sua voz baixa e hesitante, como se temesse que eu desaparecesse se ele falasse alto demais.
— Lance — respondi, com um aceno educado. Não havia raiva em mim, mas também não havia aquele calor que costumava sentir ao vê-lo.
Ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.
— Você está linda — ele disse, finalmente, com um sorriso que parecia sincero, mas carregado de arrependimento.
— Obrigada — respondi, mantendo a compostura. — O que está fazendo aqui?
— Eu sou um dos convidados do evento. Meu pai é patrocinador de um dos projetos apresentados. — Ele deu de ombros, parecendo desconfortável em mencionar o pai.
Eu apenas assenti, sem me aprofundar. Mas Lance não estava ali para uma conversa casual.
— Sn, eu preciso falar com você. Sobre... sobre nós — ele começou, e eu senti um frio na barriga, mas não deixei transparecer.
— Lance, já faz dois anos. Acho que não há mais nada a ser dito — interrompi, tentando cortar o assunto antes que ele pudesse começar.
— Eu sei que errei. Sei que deveria ter lutado por você, por nós. Mas eu estava perdido naquela época. Preso em tudo o que meu pai esperava de mim. — Ele passou a mão pelos cabelos, visivelmente frustrado. — Mas não importa quanto tempo passe, eu não consigo parar de pensar em você.
Minha garganta secou. As palavras dele eram tudo o que eu queria ouvir naquela época, mas agora... agora era tarde demais.
— Lance, eu segui em frente. Construí minha vida, e, sinceramente, estou em um lugar muito bom agora. Não preciso mais de você para me validar ou para me fazer feliz.
Ele pareceu encolher com minhas palavras, mas não desistiu.
— Eu sei disso. E é exatamente por isso que estou aqui. Porque você não precisa de mim. Mas eu preciso de você, Sn. Desde que você saiu da minha vida, nada faz sentido. Eu tentei seguir em frente, tentei encontrar alguém que me fizesse sentir o que você me fazia sentir, mas ninguém chega perto.
Eu respirei fundo, tentando manter a calma. Ele parecia sincero, mas eu sabia que o amor, por mais forte que fosse, não apagava o passado.
— Lance, você me deixou. Você escolheu agradar seu pai, manter a sua posição, em vez de lutar por nós. E agora que eu consegui reconstruir minha vida, você aparece, esperando que eu simplesmente esqueça tudo?
Ele balançou a cabeça, como se lutasse contra a culpa.
— Não espero que você esqueça. Só espero que você me dê uma chance de mostrar que sou diferente agora. Eu me afastei do meu pai. Estou tentando construir algo por mim mesmo, não por ele. E você foi a única pessoa que sempre me viu pelo que eu realmente sou, não pelo meu sobrenome.
Por um momento, pensei no garoto que conheci, o garoto que me fez rir, que me mostrou um lado dele que ninguém mais conhecia. Mas aquele garoto também era o homem que me deixou quando eu mais precisava dele.
— Lance, talvez você tenha mudado, e isso é ótimo. Mas eu não sei se consigo confiar em você de novo.
Ele parecia devastado, mas assentiu, como se estivesse aceitando o que eu dizia.
— Eu entendo. Só... só queria que você soubesse o quanto sinto sua falta. E, se algum dia você mudar de ideia, eu estarei aqui.
Com isso, ele se afastou, me deixando sozinha no meio do salão.
Enquanto o via partir, senti uma mistura de emoções. Parte de mim queria acreditar que ele era sincero, que realmente havia mudado. Mas a outra parte, a parte que aprendeu a ser forte sozinha, sabia que o passado não se apaga tão facilmente.
Talvez o destino ainda tivesse algo reservado para nós. Ou talvez aquele fosse o nosso verdadeiro fim. De qualquer forma, eu sabia que, agora, eu era dona do meu futuro, e isso era o suficiente.
***
Fim!
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Imagines Fórmula 1
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