20 - Lando Norris

342 16 0
                                    

"Vou amar você até que cada parte que você esconde seja o que você mais admire em si mesma

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

"Vou amar você até que cada parte que você esconde seja o que você mais admire em si mesma."

***

O espelho refletia uma imagem que não combinava com a que Lando descrevia. Eu observava cada linha, cada detalhe, tentando encontrar a beleza que ele via em mim. Mas, para mim, cada imperfeição gritava mais alto, como um lembrete constante de que talvez eu nunca estivesse à altura. Lando era um piloto de Fórmula 1, alguém cuja vida parecia sempre envolta em velocidade, glamour e uma aura de perfeição. E eu? Bem, eu era só eu.

Em momentos como esse, era difícil esconder minhas inseguranças, mas me forçava a engolir essas dúvidas. Eu sabia que ele me amava – ele demonstrava isso de tantas formas. Ainda assim, o medo se esgueirava pelos meus pensamentos, como se esperasse apenas o momento certo para me convencer de que ele merecia alguém melhor.

Durante os eventos em que o acompanhava, via como as mulheres que o cercavam brilhavam sob os flashes das câmeras. Suas peles eram perfeitas, seus sorrisos irretocáveis, cada uma parecia saída de uma capa de revista, e ao lado delas, eu me sentia deslocada. Tinha dias em que apenas sair de casa já era uma batalha, mas ao lado dele, me esforçava para manter uma fachada de confiança, mesmo que por dentro estivesse desmoronando.

Certa noite, enquanto eu tentava desviar o olhar do espelho, Lando apareceu atrás de mim. Ele colocou as mãos nos meus ombros e, gentilmente, me fez encarar o reflexo. Ele parecia sereno, mas seu olhar tinha uma intensidade que me deixou inquieta.

— Sabe que você é linda, certo? – ele perguntou, como se fosse uma verdade óbvia.

— Lando, você não precisa dizer isso só para me agradar, sabe? – minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, quase como se confessasse um segredo.

Ele suspirou, e, sem desviar o olhar, deslizou uma mão até o meu rosto, segurando-o com delicadeza, como se estivesse lidando com algo precioso.

— Eu não digo isso para te agradar, Sn – ele respondeu firme. – Eu digo porque é a verdade.

Meus olhos começaram a arder, mas resisti em deixar qualquer lágrima escapar. Eu queria acreditar nele, queria tanto, mas era como se algo dentro de mim me impedisse.

— Eu sei que você vê um monte de coisas que não gosta – ele continuou, aproximando-se até que pudesse me envolver em um abraço. – Mas, para mim, você é perfeita. Você sempre foi.

Aquelas palavras soavam como uma promessa, mas ainda assim eu não conseguia absorvê-las. Minha mente insistia em me lembrar de todos os momentos em que não me senti suficiente. Mas Lando não desistia. Ele parecia saber exatamente o que eu precisava, mesmo quando eu não conseguia expressar em palavras.

Ele começou a encontrar pequenos momentos para me mostrar o que ele via. Certo dia, enquanto passeávamos em um parque isolado, ele parou de repente, me puxando suavemente para perto. Ele olhou para mim com aquele sorriso que eu tanto amava, o mesmo sorriso que parecia iluminar qualquer ambiente.

— Sabe, eu nunca te falei isso – ele começou, com uma expressão suave. – Mas toda vez que você ri, é como se o mundo parasse um pouco. Tem algo na sua risada que me faz sentir... eu mesmo, entende? Como se fosse o único som que importasse.

Eu sorri, meio tímida, e ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Eu podia sentir seu coração acelerado, e percebi que, de alguma forma, ele estava tão exposto quanto eu. Era como se ele estivesse tentando me mostrar que estávamos no mesmo barco, que ele também tinha suas inseguranças, e que isso nos tornava humanos.

Naquela noite, em casa, ele cozinhou para nós. A cozinha estava cheia de aromas deliciosos e luzes suaves. Eu o observava enquanto ele se movia, confiante e focado, e percebi como pequenos detalhes, como o jeito que ele mordia o lábio enquanto pensava, me faziam admirá-lo ainda mais. Ele percebeu meu olhar e sorriu.

— Peguei você me espionando – brincou, enquanto me puxava para perto, me girando suavemente antes de me envolver em um abraço caloroso. – É exatamente assim que eu te vejo, Sn. Cada detalhe seu me faz te amar ainda mais.

Ele não só falava, mas também mostrava, com toques, olhares e momentos compartilhados, que para ele eu era mais do que suficiente. No entanto, ainda havia uma parte de mim que se recusava a acreditar. Eu queria tanto ser perfeita para ele que esquecia de ser eu mesma.

Um dia, depois de um evento em que ele havia sido fotografado com uma das modelos mais comentadas do momento, minha insegurança veio à tona de forma mais intensa. Eu tinha evitado mencionar o assunto, mas quando estávamos sozinhos, meu desconforto transbordou.

— Você sabe que... eu nunca vou ser como elas, né? – minha voz saiu mais tremida do que eu esperava, e me senti ridícula por estar tocando no assunto.

Ele parou tudo o que estava fazendo, encarando-me com um olhar sério e profundo. Ele se aproximou e segurou meu rosto com ambas as mãos, seus polegares acariciando minha pele suavemente.

— Sn, eu não quero você para ser como elas. Eu quero você para ser você – ele sussurrou, como se dissesse um segredo. – Não vejo ninguém além de você. As outras pessoas ao meu redor... são apenas isso, pessoas. Mas você é minha pessoa. Entende?

Ele parecia determinado, e eu senti como se todas as paredes que havia construído ao meu redor começassem a desmoronar. Ele trouxe meu rosto para perto e beijou minha testa, tão suavemente que parecia estar selando uma promessa. Uma promessa de que ele estaria lá, sempre, até que eu conseguisse me ver da mesma forma que ele.

Nos dias que se seguiram, ele continuou a demonstrar, em pequenos gestos, como eu era importante para ele. Ele me levava para lugares isolados, longe das câmeras, para que eu pudesse ser eu mesma sem preocupações. Em uma dessas tardes, ele me levou a um campo aberto, onde só havia o céu, a brisa e nós dois. Ele segurou minha mão e pediu que eu fechasse os olhos.

— Eu quero que você pense em cada parte de você que você acha imperfeita – ele disse. – Agora, eu quero que imagine o que eu vejo.

Enquanto ele falava, senti como se todas aquelas dúvidas estivessem sendo dissipadas, uma a uma, pela sinceridade em sua voz. Ele me fez entender que cada detalhe em mim, cada pequena coisa que eu via como um defeito, era, para ele, uma peça única que compunha quem eu era.

Naquela tarde, sob o céu, enquanto ele me olhava como se fosse a única pessoa no mundo, comecei a acreditar, só um pouco, que talvez houvesse algo em mim que eu também pudesse amar. Ele me abraçou forte, como se soubesse o peso que estava tirando dos meus ombros.

Lando me amava de um jeito que ia além da beleza que eu não conseguia ver. Ele me amava como alguém que vê a verdade por trás das paredes, alguém que entende as cicatrizes e as aceita como parte do todo. Ele estava determinado a me mostrar, todos os dias, que eu não precisava ser outra pessoa. Eu só precisava ser eu mesma.

E, aos poucos, com ele ao meu lado, comecei a ver meu reflexo de um jeito diferente. As inseguranças ainda surgiam, mas agora, quando olhava para ele, via algo maior, uma verdade que ia além das aparências. Ele me ensinou que o amor verdadeiro é aquele que não tenta nos moldar, mas sim aquele que nos abraça completamente, com todos os defeitos e todas as qualidades.

Foi então que percebi que, talvez, só talvez, eu pudesse me amar tanto quanto ele me amava.

Imagines Fórmula 1Onde histórias criam vida. Descubra agora