26 - Sebastian Vettel (PARTE I)

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"A linha entre o ódio e o desejo é tênue — e perigosa

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"A linha entre o ódio e o desejo é tênue — e perigosa."

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A corrida no icônico circuito de Mônaco estava cheia de tensão. Eu, Sn, uma piloto talentosa e determinada, competia na minha primeira temporada na Fórmula 1, e minha equipe era rival da de Sebastian Vettel. A adrenalina pulsava em minhas veias enquanto enfrentava as curvas apertadas e retas desafiadoras do circuito. O cheiro de borracha queimada e o som ensurdecedor dos motores criavam uma sinfonia que me empurrava para o limite.

O sol brilhava intensamente sobre a pista, e a atmosfera estava elétrica. Desde o início da corrida, a batalha entre mim e Vettel se intensificou. Ele estava logo à frente, suas manobras precisas e ousadas me desafiavam a cada volta. Naquela corrida, a rivalidade entre nós se manifestava em cada curva, em cada ultrapassagem. Sentia que era mais do que apenas uma competição; era uma luta por respeito e reconhecimento em um mundo dominado por homens.

Enquanto nos aproximávamos da famosa curva Monte Carlo, o meu coração acelerou. Essa curva era conhecida por ser traiçoeira, e as mínimas falhas poderiam custar caro. Eu sabia que precisava ser ousada, mas também cautelosa. Com Vettel colado em meu retrovisor, a pressão aumentava.

Num movimento rápido, decidi tentar uma ultrapassagem ousada. Com um impulso de confiança, acelerei e mergulhei na curva, mas Vettel não estava disposto a ceder. Ele acelerou, lado a lado comigo, nossos carros quase se tocando. O mundo ao meu redor se tornou um borrão enquanto nossos pneus se arrastavam contra a pista. Eu podia sentir a vibração do motor, o cheiro do combustível queimado e a pressão da competição.

De repente, uma freada brusca de Vettel quase me fez perder o controle. Ele se posicionou para me bloquear, e eu, sem tempo para pensar, virei o volante com toda a força. A traseira do meu carro deslizou, e por um momento, o pânico tomou conta de mim. Em questão de milissegundos, visualizei um acidente iminente, com o meu carro rodopiando descontrolado em direção ao muro. A única coisa que consegui fazer foi acelerar ainda mais, tentando recuperar a estabilidade enquanto a adrenalina disparava.

O público ao meu redor prendeu a respiração, e eu podia ouvir os gritos e aplausos dos torcedores. Com uma última manobra desesperada, consegui evitar o impacto e retomar a trajetória. Mas, ao olhar para o retrovisor, percebi que Sebastian não teve a mesma sorte. Ele também teve que se desviar, e o carro dele balançou perigosamente antes de conseguir se estabilizar.

Após a bandeira quadriculada, com Vettel terminando em segundo e eu em terceiro, as emoções estavam à flor da pele. Ao sair do carro, a tensão explodiu. Eu fui direto até ele, tentando controlar a frustração.

— Você poderia ter me causado um acidente! — exclamei, gesticulando enquanto meu coração ainda disparava de adrenalina.

Sebastian, igualmente irritado, retrucou:

— Se você não tivesse cortado a curva, nada disso teria acontecido! — Ele me lançou um olhar penetrante, firme e desafiador. — Não me venha com essa história!

Senti a frustração tomar conta de mim, e nossos olhares se cruzaram, carregados de tensão. Ao redor, os fãs e a mídia observavam em silêncio, absorvendo cada palavra, cada gesto. Nos bastidores, a atmosfera era igualmente carregada. A equipe de Vettel tentava acalmá-lo, enquanto eu conversava com os membros da minha equipe, ainda indignada.

Algum tempo depois, quando a poeira da corrida começou a baixar, Sebastian se aproximou de mim, o rosto mais calmo, mas ainda determinado. Ele começou:

— Sn, eu só queria pedir desculpas pela nossa discussão. A corrida é intensa, e nós dois sabemos como isso pode afetar nossas emoções.

Eu me virei para ele, irritada demais para aceitar aquelas palavras tão facilmente.

— Desculpas? — rebati, sentindo a indignação ferver em cada palavra. — Você não faz a menor ideia do que está falando, Vettel! — Minha voz saía rápida e cheia de raiva, e o sangue pulsava quente nas minhas veias. — Acha que pode simplesmente aparecer aqui com esse discurso barato de arrependimento, como se nada tivesse acontecido?

Ele ficou em silêncio, mas o olhar dele era um desafio direto, me encarando com aquela expressão inabalável. E isso só me deixou ainda mais irritada.

— Me poupe da sua hipocrisia, Sebastian! — gritei, dando um passo à frente, ignorando qualquer noção de espaço pessoal. — Você quase me tirou da pista! Eu sou uma piloto, e não vou recuar nem aceitar esse seu teatrinho ridículo!

Sebastian ergueu uma sobrancelha, e pude ver um leve sorriso surgindo nos lábios dele, como se ele estivesse se divertindo com a minha reação. Isso fez meu sangue ferver ainda mais.

— E pode acreditar — continuei, cada palavra carregada de desprezo —, você vai me ver lutar até o fim, sem essa sua arrogância barata ou desculpinhas ensaiadas.

Um silêncio tenso se instalou entre nós. Vi um brilho de provocação nos olhos dele, como se, mesmo com meus insultos, ele ainda achasse graça. Minha frustração transbordava, mas, para minha surpresa, ele não se afastou. Em vez disso, deu um passo à frente, aproximando-se perigosamente.

Antes que eu pudesse reagir, Sebastian me interrompeu de uma forma completamente inesperada. Num movimento rápido e decidido, ele me beijou. Fui pega de surpresa, meu coração disparando ainda mais — agora não pela corrida, mas pela intensidade daquele momento.

Assim que ele se afastou, olhou em meus olhos por um instante e, com um sorriso provocador, murmurou:

— Desculpas aceitas, então?

E se virou, desaparecendo entre os bastidores, deixando-me ali, desnorteada, tentando processar o que acabara de acontecer.

***

Continua...

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