57 - Mark Webber

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"A vida é uma aventura ousada ou não é nada

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"A vida é uma aventura ousada ou não é nada."

***

Eu sabia que algo estava errado quando o Mark apareceu na nossa sala de estar, de calça de moletom e camisa de manga longa, com aquele sorriso de "eu tenho uma ideia", que eu já conhecia muito bem. Eu estava lá, deitada no sofá, tentando aproveitar uma manhã de descanso, com uma xícara de café na mão e um livro que não tinha me prendido até agora.

— Ei, que tal um passeio de caiaque? Ao amanhecer.

Eu levantei uma sobrancelha. A ideia, à primeira vista, parecia totalmente insana – a não ser que você fosse casado com Mark Webber, um homem que tinha essa capacidade de convencer qualquer um a fazer algo totalmente fora da rotina com uma simples frase e um olhar.

Eu olhei para ele, com um sorriso cúmplice. Mark nunca foi de fazer planos convencionais. Era o tipo de cara que sugeria atividades aparentemente aleatórias, como andar de skate em uma pista de terra ou correr descalço pela praia, sem mais nem menos. Sempre me arrastando para o meio dessas maluquices, e, honestamente, eu adorava.

— Você tá falando sério? Caiaque? Agora? — Perguntei, tentando manter a minha expressão séria, embora por dentro já estivesse começando a rir.

Ele me deu um daqueles sorrisos marotos que só ele sabe fazer, tipo "você vai amar, vai por mim". Sabia que eu não ia resistir.

— Sim, amor. O sol tá prestes a nascer, e a água tá maravilhosa. Vai ser tranquilo. Eu prometo que não vamos virar o caiaque, como da última vez.

Eu senti um frio na barriga. Não porque eu não confiasse nele, mas porque, no fundo, eu sabia que aquele comentário sobre "não virar o caiaque" era uma piada interna que só nós dois entendíamos – e que eu preferiria esquecer. Da última vez que saímos de caiaque, as coisas não saíram exatamente como planejado, e o caiaque virou de uma maneira épica, nos deixando molhados e em um estado de total desespero. Eu acabei rindo da situação depois, mas não foi a experiência mais relaxante do mundo.

— Você já deve ter me esquecido, mas eu não vou me esquecer daquela vez em que o caiaque virou e você... bem, vamos dizer que você não nadou muito bem. — Eu dei uma risadinha.

Mark fez um gesto dramático com a mão, como se estivesse jogando a culpa toda em mim, e isso só me fez rir mais.

— A culpa não foi minha! Você é que quis remá-lo de lado, e não eu!

Eu rolei os olhos, mas já estava me levantando do sofá. Como poderia resistir a um dia de aventura com ele, ainda mais com essa proposta de um passeio romântico pela manhã? Se há uma coisa que Mark Webber sabia fazer muito bem, era transformar qualquer coisa simples em uma aventura divertida e inesquecível. E eu, sendo a otimista que sou, estava disposta a acreditar que dessa vez o caiaque não nos causaria um desastre.

Em minutos, estávamos dirigindo para o local. O céu começava a clarear, tingido de tons suaves de laranja e rosa, e uma leve brisa matinal passava pela janela do carro. O sol mal havia começado a esboçar sua chegada, e o cenário era absolutamente perfeito. Não era muito cedo, mas o suficiente para o mundo parecer em um estado de calma pré-atividade. Apenas nós dois e a natureza.

Mark estacionou perto do rio, e eu o segui até onde os caiaques estavam aguardando.

— Eu não sei se estou pronta para enfrentar mais uma virada — eu disse, tentando não parecer muito preocupada.

Mark me deu um olhar cheio de confiança.

— Hoje vai ser diferente, eu prometo. Não vamos virar. Aliás, vai ser tudo super tranquilo. — Ele estava claramente se esforçando para me convencer, mas o brilho nos olhos dele me disse que ele sabia muito bem que a palavra "tranquilo" não era algo que poderia ser garantido quando se estava com ele.

Depois de um breve momento de ajuste nos caiaques, nós dois entramos na água. Era um rio calmo, quase como um espelho, com as primeiras luzes do amanhecer refletindo na superfície lisa. A água estava gelada, mas agradável o suficiente para me fazer sentir uma sensação revigorante ao mergulhar as remadas na corrente suave. No começo, ficamos ali, remando lentamente, sem pressa, enquanto o sol começava a subir no horizonte, pintando o céu de tons quentes.

A sensação de remarmos juntos, lado a lado, era quase mágica. Não havia pressa, não havia pressões – apenas o som suave dos nossos remos cortando a água, e o canto distante dos pássaros. Eu poderia passar horas ali, sem que o tempo parecesse passar. Mark estava quieto por um momento, só focado na nossa jornada. Eu olhei para ele e percebi o quanto eu amava aquele momento de tranquilidade, um raro espaço onde não havia compromissos, onde apenas existíamos.

— Tá vendo? Não viramos! — ele exclamou com um sorriso satisfeito, como se tivesse ganhado a maior das vitórias.

Eu ri.

— Agora, só falta você não cair na água. Estou começando a confiar em você de novo.

Ele fez um gesto exagerado de confiança, como se fosse impossível que algo desse errado agora.

— Eu sou um profissional. Eu nunca mais vou fazer você passar por isso novamente.

Mas não demorou muito até que ele parasse de remar e se virasse para mim, com um olhar peculiar no rosto. Não era o tipo de olhar que indicava que ele estava prestes a dizer algo sério, mas sim o tipo de olhar de quem estava prestes a fazer algo irreverente.

— Eu tô pensando numa coisa — disse ele, com aquele tom de quem tem uma ideia que vai me pegar de surpresa. — Vamos parar aqui por um momento.

Eu arqueei a sobrancelha, mas já sabia o que viria.

— Aqui? Agora?

Mark não respondeu, apenas virou o caiaque para o lado e nos conduziu até uma pequena área mais isolada do rio, onde o céu agora começava a ganhar mais intensidade em suas cores douradas e rosadas. Ele parou o caiaque e me olhou com uma intensidade que fez meu coração bater mais rápido.

E então, sem aviso, ele se inclinou para frente e me beijou. Não foi um beijo qualquer. Foi daqueles que fazem tudo ao redor desaparecer, que fazem a água, o céu, e até o mundo parecerem parar por um momento. Ele me beijou com calma, mas com uma paixão silenciosa que eu só sentia com ele. E eu sabia exatamente o que esse beijo significava.

A sensação de estar ali, sob o céu dourado, com ele ao meu lado, me fez perceber uma verdade simples e poderosa: não importava o que o futuro nos reservava, eu queria estar ao lado dele em cada uma dessas pequenas aventuras. Ele não precisava falar uma palavra. O beijo disse tudo.

Quando nos afastamos, ele sorriu com aquele olhar travesso de sempre, como se soubesse que me conquistara mais uma vez.

— Eu quero explorar a vida com você. Não só o amanhecer, mas tudo. Cada dia. Com você.

Eu sorri, completamente encantada com as palavras dele, e não consegui evitar a risada baixa que escapou de meus lábios.

— Eu topo, Webber. Vamos explorar tudo. Desde que você prometa que não vai virar o caiaque de novo.

Ele riu junto comigo, e então ficamos ali, apenas nos olhando, enquanto o sol finalmente subia completamente no horizonte, enchendo o céu de luz e esperança.

Quem diria que um simples passeio de caiaque, com promessas de aventuras futuras, acabaria se tornando um momento que eu nunca esqueceria?

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