27 - Lewis Hamilton

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"O que eu gosto é de correr

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"O que eu gosto é de correr. E correr, para mim, é como um espetáculo."

Ayrton Senna

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O ano de 2024 marcava um momento histórico para o automobilismo: 30 anos da morte de Ayrton Senna. O GP de Interlagos, em São Paulo, estava prestes a começar, e a atmosfera estava carregada de emoção. As nuvens pesadas no céu pareciam refletir a nostalgia que pairava no ar, como se o próprio Ayrton estivesse presente, observando tudo de seu lugar especial nas pistas.

Como filha de Senna, e este seria um dia repleto de sentimentos contraditórios. Ansiedade e excitação se misturavam em meu peito enquanto me preparava para um momento que eu sabia que seria inesquecível. Meu coração pulsava ao pensar que, pela primeira vez, veria Lewis Hamilton, meu namorado e ícone do automobilismo, pilotar o carro que pertencera ao meu pai, um carro que simbolizava a paixão e a maestria que Ayrton trouxe para as corridas.

Naquele dia, a chuva começou a cair suave, mas a previsão era de que as gotas se tornassem uma tempestade. Mesmo assim, a paixão pelo esporte e a homenagem a Ayrton pareciam impulsionar todos os presentes. Enquanto caminhava em direção aos boxes, não pude deixar de sentir o peso da história em cada passo. Os mecânicos da McLaren trabalhavam freneticamente, fazendo os últimos ajustes no carro que meu pai usou em sua última temporada, e o som de suas conversas misturava-se com o barulho distante das multidões que se aglomeravam nas arquibancadas.

Quando finalmente vi Lewis, meu coração disparou. Ele estava concentrado, mas ao me ver, seu rosto se iluminou com um sorriso que fazia minha ansiedade se dissipar. Ele segurava uma bandeira do Brasil, um símbolo não só do meu país, mas também da essência de Ayrton.

— Você está pronta para isso? — ele perguntou, sua voz carregada de emoção.

Eu apenas assenti, incapaz de articular palavras, sabendo o quão importante aquele momento era para nós dois.

A expectativa era palpável. Quando o anúncio foi feito — "Lewis Hamilton dará algumas voltas no carro de Ayrton Senna em homenagem ao legado do piloto" — a multidão explodiu em aplausos e gritos de incentivo. Meus olhos se encheram de lágrimas. Era uma oportunidade única, uma conexão não apenas entre dois grandes pilotos, mas entre gerações. Uma homenagem que uniria passado e presente de uma forma que nunca imaginei ser possível.

Conforme as primeiras gotas de chuva começavam a cair mais pesadamente, Lewis subiu no carro, colocando o capacete. O momento era sério, mas havia uma determinação em seu olhar que me encheu de orgulho. Ele olhou para mim na borda da pista e acenou com a bandeira, um gesto que misturava amor e respeito. O rugido do motor ecoou, e senti um nó na garganta. Era como se Ayrton estivesse ali, guiando o filho que nunca teve.

As voltas começaram sob a chuva, e cada curva, cada acelerada, era um tributo à maestria de Ayrton. O carro deslizava pela pista encharcada, um espetáculo de habilidade e emoção. A forma como Lewis dominava o veículo, como se estivesse dançando em sincronia com a pista, me lembrava dos momentos em que meu pai desafiava as leis da física, transformando o volante em uma extensão de seu ser.

Enquanto assistia Lewis contornar a curva do S do Senna, um misto de saudade e alegria tomou conta de mim. Era impossível não lembrar dos relatos sobre meu pai, suas conquistas e suas batalhas nas pistas. O carro de Ayrton, agora nas mãos de Lewis, parecia ganhar vida própria, revivendo a magia de um tempo que muitos consideravam perdido.

A chuva intensificou, mas isso apenas tornava a corrida mais dramática. Cada gota parecia uma lágrima de saudade, e ao mesmo tempo, um símbolo de celebração. A multidão estava em êxtase, torcendo e vibrando a cada volta que Lewis completava. Eu podia ver a conexão entre ele e meu pai, um legado que transcendeu o tempo e o espaço.

Finalmente, chegou o clímax da homenagem. Lewis cruzou a linha de chegada, levantando a bandeira do Brasil em um gesto poderoso. Meu coração disparou ao ver aquela cena, tão semelhante àquela que havia sido gravada na memória de todos nós: Ayrton levantando a bandeira, um símbolo de vitória e orgulho. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, não apenas por saudade, mas por saber que a memória de Ayrton estava sendo celebrada de uma maneira tão especial.

O silêncio reverente da multidão era palpável. Era como se todos estivessem segurando a respiração, absorvendo aquele momento de pura emoção. Lewis parou o carro, saiu e começou a caminhar em minha direção, segurando a bandeira com orgulho.

— Foi incrível, Sn. Senti ele em cada volta. Ele me guiou — disse ele, puxando-me para um abraço apertado. A chuva continuava a cair ao nosso redor, mas naquele instante, nada mais importava.

A conexão que senti com Lewis naquele momento era indescritível. Estávamos unidos pela paixão pelo automobilismo, pelo legado de Ayrton e pela história que estávamos escrevendo juntos. Olhei para o céu, vendo as nuvens escuras se afastarem lentamente, e um sentimento de paz me envolveu. Sabia que, mesmo após 30 anos, o legado de Ayrton Senna estava mais vivo do que nunca. A conexão entre ele e Lewis era um testamento do impacto que ele deixara no mundo do automobilismo.

Com o coração cheio de emoção, olhei para Lewis e sorri. Ele era a prova viva de que o espírito de Ayrton ainda ecoava nas pistas, que sua paixão e determinação estavam sendo transmitidas para a próxima geração de pilotos. O legado de meu pai não era apenas um conjunto de memórias; era uma força que continuava a inspirar aqueles que amavam o esporte.

Enquanto a chuva finalmente começava a diminuir, os aplausos e gritos de apoio da multidão se tornaram mais intensos. Era como se todos estivessem celebrando não apenas a corrida, mas também a vida de Ayrton, sua determinação e seu amor pelo automobilismo. Eu sabia que aquele dia ficaria gravado em minha memória para sempre, não apenas como um tributo a meu pai, mas como um momento de amor e conexão entre mim e Lewis.

Ayrton Senna pode ter partido, mas seu legado continuaria a viver em todos que o amavam e o respeitavam. E eu sabia, no fundo do meu coração, que, enquanto houver pessoas dispostas a lembrar e celebrar sua história, ele nunca estaria realmente ausente. Com Lewis ao meu lado, estava pronta para enfrentar o que o futuro me reservava, honrando a memória de meu pai a cada passo do caminho.

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