53 - Nico Rosberg

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"Não é o destino, é a jornada

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"Não é o destino, é a jornada."

***

Eu sempre adorei as montanhas. Algo na vastidão gelada e no ar fresco me fazia sentir mais viva, como se tudo fosse possível. Era minha primeira vez em uma estação de esqui, e eu estava adorando cada segundo da minha pausa. O frio, as montanhas cobertas de neve, a sensação de liberdade enquanto descia pelas pistas — tudo parecia perfeito. Ou pelo menos parecia até que eu fiz a escolha errada de pista.

Estava descendo a montanha, tentando me manter equilibrada quando uma curva traiçoeira me fez perder o controle. Os esquis escorregaram debaixo de mim, e antes que eu pudesse perceber, estava caindo para o lado, completamente desorientada. A neve voou para todos os lados enquanto tentava me recompor, mas a força do impacto foi forte o suficiente para me fazer parar por alguns segundos.

Então, um som familiar cortou o silêncio: uma voz suave, calma, mas com uma preocupação clara.

— Você está bem? — perguntou ele, enquanto uma sombra se aproximava.

Eu olhei para cima, esperando ver algum instrutor ou, no mínimo, um desconhecido tentando ajudar, mas o que vi me fez congelar por um momento. De cabelo loiro e pele clara, ele estava usando um casaco preto de esqui, com óculos de sol empoleirados na cabeça. Seus olhos azuis, tão intensos que pareciam refletir o céu claro da montanha, me encaravam com uma preocupação genuína. Ele era... Nico Rosberg.

— Ah, você... — Eu não sabia o que dizer. Fiquei parada por um instante, sem acreditar no que estava acontecendo.

Ele sorriu, um sorriso fácil e simpático, e estendeu a mão para me ajudar a me levantar. Eu não sabia se estava mais surpresa por vê-lo ali ou pela sua gentileza.

— Você se machucou? — perguntou ele, segurando meu braço com cuidado, me ajudando a me levantar. Seu toque era firme, mas delicado.

— Não, não acho. Só um pouco atordoada. Obrigada — respondi, começando a me recompor, ainda sem entender muito bem a situação.

— Acho que você se perdeu um pouco na pista — ele disse com um sorriso divertido, notando que eu claramente não estava mais no caminho certo.

Eu olhei ao redor, percebendo que estava muito mais distante de onde deveria estar. Ele tinha razão. As árvores ao redor estavam mais densas, e a pista parecia bem mais complicada do que as que eu havia experimentado até agora. Uma sensação de vergonha começou a surgir, mas Nico, sempre educado, não parecia zombar da minha falta de habilidade.

— Eu acho que posso te ajudar. Está com medo de continuar sozinha? — ele perguntou, com a voz baixa, mas suave, quase como se fosse uma oferta de ajuda, e não uma imposição.

Eu hesitei. Não era todo dia que você se encontrava com uma lenda da Fórmula 1 em uma pista de esqui, muito menos sendo ajudada por ele.

— Bem, acho que você tem mais experiência nesse tipo de coisa do que eu. — Eu ri, tentando aliviar a tensão. — Aceito sua ajuda, então.

Ele sorriu, um sorriso acolhedor, e antes que eu pudesse protestar, ele pegou suas próprias luvas e ajustou seus esquis, pronto para me acompanhar.

— Vamos lá, vou te guiar — disse ele, com uma leveza no tom, como se fosse algo simples. Ele começou a descer lentamente, me acompanhando e me dando dicas sobre como manter o equilíbrio e me ajustar aos movimentos da pista.

Enquanto íamos mais para baixo, o ambiente ao nosso redor parecia criar a atmosfera perfeita. A neve caía suavemente, cobrindo tudo com uma camada macia e pura. O silêncio das montanhas só era interrompido pelos nossos risos ocasionais, as palavras que trocávamos, e o som de nossos esquis cortando a neve.

A conversa entre nós foi ficando cada vez mais fluida, natural. Começamos a falar sobre a vida, sobre as montanhas, sobre os esportes que ambos amávamos, e até sobre nossos passatempos fora das competições. Fiquei surpresa com a maneira descontraída e leve com que ele falava sobre tudo. Nico não era apenas um campeão de Fórmula 1, mas também alguém com uma visão calma e relaxada sobre o mundo. Ele parecia não ter pressa. E aquilo me deixava mais à vontade, como se eu pudesse ser eu mesma sem me preocupar.

A medida que a descida ficava mais tranquila, me senti mais relaxada, mais confiante. Era como se eu estivesse flutuando na neve, acompanhada de alguém que tinha uma graça natural para tudo que fazia. Ele me ajudava a manter o ritmo, me corrigia suavemente quando eu errava, e quando a pista ficava mais difícil, ele estava lá, me orientando com calma.

— Não tem que ter pressa, Sn. A beleza de estar aqui é aproveitar cada segundo — ele disse, olhando para mim enquanto começávamos a descer mais rapidamente.

Eu olhei para ele, surpresa com a percepção dele. Era como se ele soubesse que eu tinha um hábito de querer correr, de fazer tudo rápido, de ir direto ao ponto. Mas ali, naquele momento, com ele me guiando pelas montanhas, tudo parecia mais lento, mais fácil.

Finalmente, quando chegamos ao pé da montanha, ele parou e me olhou com aquele sorriso tranquilo que já começava a me parecer familiar.

— Eu sabia que tinha algo especial em você desde o momento em que nos encontramos aqui. Parece que o destino quis nos juntar — ele disse, com uma suavidade na voz que quase me fez acreditar nas palavras dele. Algo no ar entre nós parecia... mágico.

Eu não sabia o que responder, então apenas sorri, sentindo o calor nas bochechas enquanto o frio lá fora tornava o ambiente ainda mais aconchegante. Ele me olhou por um momento, parecendo ponderar algo, e então, com um gesto suave, me convidou.

— Que tal um chocolate quente? Eu conheço um lugar aqui nas montanhas. Pode ser uma boa maneira de finalizar nossa descida — ele sugeriu, e seu olhar profundo e sincero me fez aceitar sem hesitar.

Fomos caminhando em direção à cabana, e a conversa logo tomou um rumo mais pessoal. Falamos sobre nossas vidas, as escolhas que fizemos, as diferenças entre nossos mundos. Eu era só uma mulher que estava ali para relaxar, enquanto ele tinha um passado de vitórias e troféus, mas, de alguma forma, ali, naquele momento, éramos apenas duas pessoas compartilhando algo genuíno e simples.

O chocolate quente estava delicioso, e a cabana onde fomos era acolhedora, com uma lareira crepitando ao fundo, aquecendo o ambiente e tornando tudo ainda mais íntimo.

A conversa fluiu naturalmente, sem pressa. Quando olhei para ele, vi algo mais profundo nos seus olhos. Ele parecia estar tão presente naquele momento quanto eu. Não era mais um encontro acidental, mas um destino silencioso, quase como se as montanhas tivessem nos unido de alguma forma.

Quando o sol começou a se pôr e a neve começou a cair mais forte, eu sabia que aquele dia seria inesquecível. Não só pela experiência única nas montanhas, mas pela maneira como alguém que eu nunca imaginaria cruzar meu caminho havia se tornado uma parte especial da minha história.

E talvez, apenas talvez, aquele fosse o tipo de encontro que acontecia por uma razão, algo mais do que simples coincidência.

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