29 - Carlos Sainz

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"Eu te amo e eu não sei como você pode ser tão insuportável

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"Eu te amo e eu não sei como você pode ser tão insuportável."

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A atmosfera em Monza era elétrica, como sempre. O Grande Prêmio da Itália não era apenas uma corrida; era um espetáculo. Era difícil não sentir a adrenalina enquanto caminhava pelos boxes, com os motores rugindo ao fundo e os fãs gritando em apoio a seus pilotos favoritos. No entanto, eu estava lá por um motivo diferente: era uma jornalista esportiva, e minha tarefa era cobrir as corridas e, claro, fazer uma análise crítica.

Carlos Sainz, o piloto da Ferrari, sempre foi uma figura controversa na minha carreira. Ele era carismático, sem dúvida, mas eu não conseguia ignorar suas falhas nas pistas. Nossos encontros em entrevistas geralmente se tornavam um jogo de provocações. Para mim, ele era o epítome do potencial não realizado. Mas, claro, a paixão dos fãs e sua presença carismática tornavam tudo mais complicado.

Durante a coletiva, o ambiente estava tenso. As perguntas se acumulavam, e eu sabia que tinha que fazer a minha parte. Quando chegou a minha vez, minha voz soou clara e provocativa.

— Carlos, muitos argumentam que você não está à altura das expectativas da Ferrari. O que você tem a dizer sobre isso? — perguntei, segurando o olhar.

Ele sorriu, mas seus olhos brilhavam com uma mistura de desafio e diversão.

— Sn, sempre aprecio suas perguntas. Elas trazem à tona a verdade, mesmo que eu não concorde com todas. — O tom da sua voz tinha uma leveza que contradizia a pressão do momento, e eu sabia que ele estava se divertindo.

Depois da coletiva, enquanto os outros jornalistas se dispersavam, Carlos se aproximou de mim.

— Sn, você não pode simplesmente sair assim. Que tal um café? Precisamos ajustar algumas impressões. — Eu hesitei. Era um convite inesperado, e a ideia de estar a sós com o piloto que eu frequentemente criticava era ao mesmo tempo intrigante e desconcertante.

Acabamos em uma pequena cafeteria perto do circuito. A tensão inicial logo se dissipou, e a conversa fluiu como uma corrida suave. Carlos falava com paixão sobre as corridas, e eu percebi que havia muito mais em sua personalidade do que a imagem que eu havia construído.

— Sabe, você é uma das poucas que não tem medo de me desafiar. Isso é raro e refrescante. — ele disse, e eu não pude evitar sorrir.

À medida que o café se transformava em uma refeição leve, começamos a compartilhar risadas. Falei sobre minhas experiências em cobrir corridas e como algumas pessoas, como ele, conseguiam transformar uma simples entrevista em algo memorável.

— E você é uma das poucas que não tem medo de me desafiar. Isso é raro e refrescante. — Carlos disse com um sorriso.

Percebi que, ao contrário do que eu imaginava, a rivalidade entre nós estava se transformando em uma conexão inesperada. As provocações se tornaram piadas internas, e a conversa fluiu naturalmente. O que antes era tensão agora era pura diversão. As horas passaram voando, e nós dois nos perdemos no momento.

Nos dias seguintes, Carlos começou a me surpreender com convites para explorar Milão.

— Você deve conhecer a cidade além do paddock, Sn. Que tal um passeio? — Eu hesitei, mas a curiosidade superou qualquer receio.

Caminhávamos pelas ruas, visitando cafés escondidos e admirando a arquitetura. Ele tinha um jeito especial de tornar cada momento divertido.

Numa dessas tardes, enquanto saboreávamos gelato em uma praça, ele disse:

— Sabe, você tem uma maneira única de ver as corridas. Eu adoraria ouvir mais sobre o que você pensa. Pode ser um desafio, mas eu gosto de um bom debate.

Olhei para ele, surpreso. Nunca pensei que alguém como Carlos Sainz estivesse tão interessado na minha perspectiva.

Com o tempo, nossa conexão se intensificou. O que começou como uma rivalidade em frente às câmeras evoluiu para algo muito mais profundo. As provocações agora eram acompanhadas por olhares significativos, risadas e momentos de silêncio que diziam mais do que palavras.

Em um dos nossos passeios, Carlos me contou sobre sua infância, suas lutas e conquistas.

— Esses troféus — ele disse, apontando para os prêmios na prateleira — são apenas pedaços de metal, mas representam tudo o que passei para chegar até aqui.

Eu olhei para ele, admirando não apenas os troféus, mas o homem que estava diante de mim. A linha entre a rivalidade e a atração estava se tornando cada vez mais tênue.

Ainda assim, a rivalidade ainda estava lá, apenas transformada. Eu tinha que me lembrar de que, como jornalista, minha tarefa era ser crítica e imparcial. E, apesar de tudo, eu sentia que Carlos estava se tornando mais do que apenas um piloto que eu cobria. Ele era alguém que me desafiava, não só nas corridas, mas também em minha maneira de pensar e sentir.

Em uma noite chuvosa, enquanto estávamos em seu apartamento, Carlos me mostrou uma coleção de seus troféus.

— Esses são apenas pedaços de metal, mas representam tudo o que passei para chegar até aqui. — ele repetiu, e eu pude ver a paixão em seus olhos.

Aquela conversa me fez perceber o quanto eu estava investindo emocionalmente na história dele, e não apenas como jornalista.

À medida que o GP da Itália se aproximava, a pressão aumentava. Carlos tinha que se preparar para a corrida, e eu, como sempre, tinha que cobri-la. Na noite anterior à corrida, ele me convidou para uma corrida amistosa de karts.

— Vamos ver quem é mais rápida na pista, Sn. — Eu ri, aceitando o desafio, mas a verdade era que eu estava nervosa.

Na pista, as risadas e as provocações voltaram. Era uma corrida divertida e leve, e quando finalmente cruzamos a linha de chegada, Carlos me puxou para um abraço.

— Você é melhor do que eu pensava! — ele disse, rindo. E naquele momento, percebi que a atração que crescia entre nós não era apenas física; era uma conexão profunda.

No dia da corrida, a tensão estava no ar. Enquanto me preparava para a cobertura, não consegui evitar a ansiedade. A rivalidade estava de volta, mas agora havia um novo elemento: a preocupação. Queria que Carlos se saísse bem, não apenas como um jornalista, mas como alguém que se importava com ele.

A corrida foi intensa. A adrenalina tomou conta, e eu gritei a cada curva que Carlos tomava. Quando ele cruzou a linha de chegada em segundo lugar, eu não consegui conter a empolgação.

— Você fez isso, Carlos! — gritei, enquanto ele se aproximava, o sorriso no rosto e a satisfação em cada movimento.

Após a corrida, em meio ao caos, Carlos se aproximou.

— Sn, obrigado por estar aqui. Você sabe que sua opinião importa para mim, certo? — Olhei para ele, e naquele momento, percebi que a rivalidade havia se transformado em algo muito mais significativo.

Eu estava apaixonada pelo homem por trás do piloto. A partir daquele dia, nossa relação se aprofundou. O que começou como um jogo de provocações se tornou um romance repleto de risadas, desafios e a certeza de que, mesmo em meio à rivalidade, havia espaço para a atração. Monza havia sido apenas o começo, e eu estava ansiosa para descobrir aonde essa nova jornada nos levaria.

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