Felix foi guiado pelos corredores até chegar a duas portas imensas que foram empurradas, lhe dando a visão de um imenso salão. O salão era imenso, de tirar o fôlego. Um espaço tão amplo que os passos de Felix ecoavam como trovões, mesmo sendo leves. As paredes eram de mármore branco, refletindo a luz dos imensos candelabros de cristal pendurados no teto abobadado. Cortinas vermelhas profundas caíam das janelas altas, trazendo uma atmosfera de realeza inquestionável. Mas não eram os detalhes do salão que prendiam sua atenção, e sim o trono que se destacava em um pequeno palco a alguns degraus de distância.
Lá estava ele.
O homem sentado no trono não era apenas bonito — ele era surreal. Felix já havia visto outros feéricos da realeza antes, mas nenhum como aquele. Os cabelos negros e lisos caíam em ondas suaves sobre os ombros, emoldurando um rosto esculpido com precisão quase cruel. Os olhos amendoados, de um tom dourado e hipnótico, estavam fixos nele, avaliando-o com uma intensidade que fazia Felix sentir-se nu, mesmo estando completamente vestido.
O sorriso no rosto do homem era de puro lazer, preguiçoso e malicioso ao mesmo tempo, como se ele estivesse acostumado a observar tudo e todos sob sua vontade. O terno que vestia era de um vermelho profundo, como sangue fresco, um contraste brutal com a pele pálida e impecável. Cada detalhe, das unhas pintadas de preto aos anéis pesados em seus dedos, emanava poder e controle.
Felix percebeu que estava encarando por tempo demais, mas não desviou o olhar.
O guarda que o trouxera fez uma reverência profunda, mantendo os olhos no chão enquanto falava:
— Alteza Hyunjin, trouxe o prisioneiro, como ordenado.
O homem no trono — o príncipe, Felix supôs — ergueu uma mão firme, e fez um gesto de dispensa.
— Pode ir — disse ele, a voz baixa e suave como veludo.
O guarda se retirou apressado, fechando as portas do salão com um estrondo que ecoou por toda a sala. Felix estava sozinho.
Ele engoliu em seco, mas não demonstrou o nervosismo. Mesmo com o coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir, Felix ergueu o queixo, sustentando o olhar penetrante do príncipe. Ele não se curvaria. Ele não se abaixaria para aquele homem, por mais poderoso ou intimidador que fosse.
O príncipe notou. Um sorriso maior, mais provocador, surgiu em seus lábios. Ele inclinou a cabeça para o lado, como se estudasse Felix com renovado interesse.
— Então você é o famoso assassino — disse o príncipe, a voz baixa, quase um murmúrio, mas que parecia ressoar em todo o salão. — Felix, não é?
Felix apertou os punhos, mas manteve a postura.
— E você é o príncipe — respondeu, a voz carregada de uma ousadia que ele sabia ser perigosa, mas que não conseguia evitar.
O sorriso do príncipe Hyunjin alargou-se. Ele inclinou-se para frente em seu trono, apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto o observava com olhos brilhantes de curiosidade.
— Não se curva, nem mesmo na minha presença? Interessante... — Hyunjin deixou a frase pairar no ar, como se estivesse gostando do pequeno desafio que Felix representava.
Felix arqueou uma sobrancelha, desafiador, mesmo que suas pernas estivessem quase tremendo.
— Eu não me ajoelho para ninguém.
Hyunjin riu. Não foi uma risada alta, mas baixa e arrastada, como se ele realmente estivesse se divertindo. Ele se recostou novamente no trono, cruzando uma perna sobre a outra e observando Felix com um ar de superioridade calma.
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Trono destruído
FanfictionNa terra distante de Terrasen, onde feéricos de poderes elementares governam vastos reinos, Felix, um assassino notório com a habilidade de manipular gelo, é capturado pelo Estado após uma missão fracassada. Preso em uma masmorra, ele aguarda sua ex...