Trono destruído

13. Manhã na biblioteca

A manhã chegou com uma luz pálida que atravessava as cortinas finas do quarto de Felix, iluminando suavemente o ambiente. Ele estava deitado, os lençóis bagunçados em torno de seu corpo inquieto, a respiração irregular. Tentava apagar o resquício do sonho que o perturbava, mas parecia impossível.

Era sempre a mesma coisa ultimamente, mas naquela noite fora ainda mais intenso. No sonho, Hyunjin estava sem camisa, os músculos esculpidos brilhando sob uma luz imaginária. Ele se aproximava com um olhar penetrante, os longos dedos tocando os braços de Felix com uma delicadeza que contrastava com a força de suas mãos. Felix se via sendo puxado para um abraço, o calor de Hyunjin irradiando como se pudesse derreter o gelo que sempre o acompanhara.

A sensação era tão real que Felix sentia como se ainda estivesse preso naquele momento, mesmo de olhos abertos. Ele virou-se de lado na cama, resmungando para si mesmo e tentando forçar a mente a pensar em outra coisa. Qualquer coisa. Mas era como se seu subconsciente tivesse se rebelado. Cada vez que fechava os olhos, flashes do sonho retornavam com uma vividez cruel: as mãos de Hyunjin em sua cintura, a boca dele percorrendo sua pele com beijos quentes, os sussurros que Felix não conseguia distinguir, mas que provocavam arrepios.

Ele jogou a cabeça contra o travesseiro, frustrado.

— Que droga... — murmurou, a voz rouca de sono e irritação.

Então ele percebeu.

Seu corpo estava reagindo. A ereção despontava dolorosamente sob o fino tecido de seda do pijama, tornando impossível ignorar. Felix congelou, o rosto imediatamente se aquecendo de vergonha. Ele cruzou as pernas sob o cobertor em um esforço desesperado para conter a sensação, mas isso só piorou a situação. O atrito involuntário arrancou um som baixo de sua garganta, um misto de dor e algo que ele não queria admitir.

— Não, não, não... — sussurrou para si mesmo, os olhos fechados com força.

Ele levou a mão ao rosto, cobrindo-o como se pudesse se esconder de sua própria vergonha. Mas a outra mão, quase sem pensar, moveu-se para baixo, pressionando contra o membro ereto como uma tentativa de abafar aquela sensação. O toque, no entanto, fez o oposto do que ele pretendia. Uma onda de prazer inesperada percorreu seu corpo, arrancando um gemido contido que ele tentou sufocar mordendo os lábios.

— Imbecil — repreendeu a si mesmo em voz baixa, forçando a mão a se afastar.

O ar estava pesado no quarto, carregado por um silêncio incômodo, quebrado apenas pelos sons de sua respiração irregular. Felix tentou se concentrar em outra coisa, qualquer coisa que pudesse apagar as imagens de Hyunjin da sua mente. Mas cada vez que tentava afastá-las, elas voltavam com mais força, trazendo consigo o calor que ele não conseguia controlar.

Ele virou-se para o outro lado da cama, pressionando o rosto contra o travesseiro e murmurando palavras inaudíveis de frustração.

"Por que ele?", pensou, a mente ainda pregando peças com lembranças imaginárias do príncipe, seu sorriso preguiçoso, sua voz baixa e rouca, o olhar que parecia enxergar através dele.

...

A água quente envolvia Felix, o vapor preenchendo o ambiente com uma suavidade quase acolhedora. Ele estava imerso na banheira, a espuma cobrindo parcialmente seu corpo, enquanto suas mãos lentamente espalhavam o sabonete perfumado pela pele. Fechava os olhos, tentando se perder na tranquilidade do momento, mas sua mente não lhe dava descanso.

As imagens voltavam como um sussurro persistente: Hyunjin sem camisa, com aquele sorriso preguiçoso e provocador, o brilho do olhar que parecia desafiá-lo, como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre Felix. Ele mordeu os lábios involuntariamente, a memória vívida o atingindo como um golpe traiçoeiro. Sentiu o calor subir novamente em seu corpo, culminando em uma ereção sob a água.