Trono destruído

33. Fogo e gelo

Felix segurou a garrafa de vinho com mãos ainda trêmulas enquanto servia outra taça para si mesmo. O líquido vermelho sangue enchia o cristal com um som quase hipnótico, e ele levou a taça aos lábios com a confiança de quem se permitia relaxar. A cada gole, ele sentia o calor se espalhar por seu corpo, uma sensação que era ao mesmo tempo ousada e tranquilizante. Hyunjin observava cada movimento de Felix com um olhar intenso, encostado na beirada da mesa, a própria taça pendendo de seus dedos longos e despreocupados.

— Você parece estar aproveitando bem — comentou Hyunjin, a voz baixa e arrastada.

Felix riu suavemente, seus olhos brilhando de leveza.

— Talvez eu esteja — respondeu, esvaziando mais uma taça e a pousando com firmeza na mesa antes de se servir novamente.

Os dois trocaram mais olhares, seus movimentos vagarosos, como se ambos estivessem saboreando não apenas o vinho, mas também a tensão que crescia entre eles. Felix ainda não estava bêbado, mas sentia-se diferente: mais solto, mais destemido. Hyunjin, por sua vez, parecia da mesma forma, a postura sempre impecável, mas o leve rubor em suas bochechas o traía.

Quando Hyunjin finalmente se aproximou, Felix mal teve tempo de reagir. A mão de Hyunjin o puxou pelo pulso com firmeza, mas sem força excessiva, guiando-o para fora da sala de jantar. Felix o seguiu sem questionar, sentindo uma onda de adrenalina correr por seu corpo. Eles subiram as escadas, seus passos ecoando pelos corredores silenciosos até chegarem ao quarto de Felix.

Assim que a porta se fechou atrás deles, Hyunjin o puxou para si, suas bocas se encontrando em um beijo ardente que queimou qualquer hesitação restante. O sabor do vinho ainda estava fresco em seus lábios, misturando-se com a intensidade do momento. Felix enroscou os braços ao redor do pescoço de Hyunjin, os dedos afundando nos cabelos negros como se quisesse se ancorar naquele instante.

Hyunjin segurou Felix pela cintura, suas mãos grandes se moldando à curva do corpo dele enquanto aprofundava o beijo. Felix gemeu contra os lábios de Hyunjin, o som abafado mas carregado de desejo. Ele sentia o calor da respiração de Hyunjin contra sua pele, os hálitos de vinho misturando-se em uma dança embriagante.

O beijo era desesperado, quase feroz. Felix inclinou a cabeça para o lado, permitindo que Hyunjin tomasse ainda mais dele, os dentes de Hyunjin mordiscando seu lábio inferior de forma provocativa. Felix estremeceu, suas mãos escorregando para os ombros largos de Hyunjin enquanto ele tentava se firmar.

— Hum... tão bom... — murmurou Felix entre os beijos, sua voz baixa e hesitante, mas carregada de anseio.

Hyunjin não respondeu com palavras. Ele apenas o puxou ainda mais para si, suas mãos subindo pelas costas de Felix até segurarem sua nuca com firmeza. O toque era dominador, mas não rude, e Felix não conseguiu evitar o arrepio que percorreu sua espinha.

Os dois tropeçaram em direção à cama de Felix, sem nunca quebrar o beijo. Quando finalmente pararam, Hyunjin afastou os lábios apenas o suficiente para olhar nos olhos de Felix. Seu olhar estava pesado, escuro, cheio de promessas não ditas.

— Você tem ideia do que faz comigo? — Hyunjin sussurrou, sua voz tão baixa que parecia mais um gemido do que uma pergunta.

Felix corou, mas não desviou o olhar.

— Acho que tenho — respondeu, sua voz um pouco trêmula, mas carregada de uma confiança.

Hyunjin sorriu de canto, inclinando-se para capturar os lábios de Felix novamente. Eles se devoravam, as línguas travando uma batalha feroz, explorando cada canto das bocas um do outro com uma intensidade avassaladora. O quarto parecia mais quente, o ar preenchido pelos sons abafados de gemidos e respirações aceleradas.