49 | Marina

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Quando achei que Roberto me deixaria sozinha, senti as mãos dele envolverem minha cintura novamente. Seus dedos firmes pressionavam minha pele com um tipo de urgência que fazia o ar parecer mais denso dentro da cabine.

— Você tá maluco? — sussurrei, colocando as mãos no peito dele, tentando criar alguma distância. — Minha mãe acabou de sair daqui.

Ele não respondeu. Em vez disso, abaixou o rosto, roçando os lábios no meu pescoço, enviando arrepios que subiam pela minha espinha. Meu coração batia tão rápido que parecia ecoar no pequeno espaço entre nós.

— Roberto, para... — Minha voz saiu baixa, quase inaudível.

Ele ignorou, suas mãos subindo pelo tecido leve do meu vestido, com a intenção clara de tirá-lo.

— Eu não consigo. — A voz dele era rouca, carregada de frustração. — Você me deixa louco, Marina.

Segurei os pulsos dele antes que ele fosse mais longe.

— Não dá. — Minha voz saiu firme dessa vez, embora meu corpo parecesse implorar o contrário. — Minha mãe pode voltar a qualquer momento. Isso aqui já foi estranho o suficiente.

Ele parou, mas não se afastou. Seus olhos me encaravam intensamente como se estivesse lidando com um desejo incontrolável.

— Eu quero te ver se trocando. — A declaração veio carregada de uma simplicidade que só ele poderia ter em um momento tão absurdo.

— Roberto, não começa. — Cruzei os braços, tentando bloquear o efeito que ele tinha sobre mim. — Isso aqui é perigoso demais. Você sabe disso.

Ele soltou um suspiro, mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, seus lábios encontraram os meus novamente. O beijo foi intenso, desesperado, como se ele quisesse me convencer de algo que palavras não conseguiriam. Minhas mãos involuntariamente deslizaram para os ombros dele, e por um breve momento, me perdi de novo naquela conexão que parecia sempre nos puxar para o mesmo ponto.

Quando ele finalmente se afastou, seus olhos ainda carregavam aquela intensidade.

— Você sabe que não vamos fugir disso pra sempre, né? — ele indagou, com um sorriso de lado que parecia mais uma provocação.

— Sai daqui antes que minha mãe volte — respondi, apontando para a porta, mas com um tom que denunciava o quanto ele mexia comigo.

Ele riu baixo, um som grave que fez meu estômago revirar, e saiu, fechando a porta atrás de si sem dizer mais nada.

Suspirei, levando as mãos ao rosto, tentando me recompor. Não era possível que eu sempre perdesse o controle tão facilmente com ele. Era como se ele soubesse exatamente quais botões apertar.

Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos, e comecei a tirar o vestido. O biquíni branco que Bárbara havia me dado parecia ser a escolha certa para aquele dia, mas, ainda assim, decidi colocar um short jeans por cima. Não me sentia à vontade andando tão exposta, principalmente com a possibilidade de encontrar o Gabriel e Roberto surtar de novo.

Ao sair da cabine, encontrei Bárbara, Rosane, minha mãe e Roberto, eles estavam todos próximos à borda do iate, olhando em direção à ilha. Caminhei até eles, curiosa, e segui o olhar do grupo. Foi então que vi.

Uma mansão gigantesca se erguia no meio da ilha, suas paredes brancas contrastando com o verde ao redor. Mesmo à distância, dava para perceber o estado de abandono, mas havia algo fascinante naquilo.

— Que lugar é esse? — perguntei, olhando para Bárbara.

— Era de um bilionário que perdeu tudo em um esquema de lavagem de dinheiro — ela explicou, apoiando-se na borda. — Dizem que ele fugiu para o exterior e nunca mais voltou. A mansão ficou assim, largada.

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