Mary:
Não quero mais ficar deitada, quero sair logo desse hospital, desejo recuperar minha vida. Dona Helena tem sido muito gentil comigo, e os médicos são extremamente competentes, mas estou ansiosa para receber alta.
- Oi, minha filha, diz Dona Helena ao entrar no quarto. Como você se sente?
- Estou ótima, pronta para ir para casa. Não vejo a hora de receber alta.
- Calma, mocinha. Você precisa estar 100% bem antes de ir para casa. E, a propósito, você vai morar comigo.
- Como assim, Dona Helena? Eu me demiti, não posso trabalhar para a senhora.
- Você vai morar comigo, mas não como empregada, e sim como minha neta.
- Agradeço pelo carinho, mas não posso aceitar, Dona Helena. Como mencionei na carta, tem alguém muito perigoso me perseguindo, e não quero envolvê-los nessa confusão.
- Mary, minha querida, você não precisa se preocupar com isso. Hoje, muitas coisas farão sentido, diz ela, me deixando mais confusa do que já estava.
O que fará sentido?
- Como está a minha paciente mais comportada? O doutor pergunta ao entrar no quarto. Pronta para ir para casa?
- Estou mais do que pronta, doutor. É tudo o que eu mais quero agora.
- Sua saúde está excelente, mas você precisa ter alguns cuidados. Nada de exageros, mantenha uma alimentação saudável. Isso tudo ajudará na sua recuperação. Você já está liberada, é só se cuidar que tudo voltará ao normal.
- Pode deixar, doutor. Estarei de olho nessa mocinha, diz Dona Maria, fazendo o médico sorrir.
Nos despedimos dos enfermeiros e médicos que cuidaram de mim e seguimos para a casa da Dona Maria. Ao chegar, sou recebida por Seu Luis e Mari com muitos abraços.
- Você nos deixou preocupados, menina. Não faça mais isso, diz Seu Luis enquanto me abraça.
- É verdade, Mary. Como você pôde nos assustar desse jeito? Mari diz indignada.
- Desculpem, eu não queria assustar ninguém. Vou tentar não sumir novamente.
- Vamos para o seu quarto, Mary. Precisamos conversar.
- O que aconteceu, Dona Helena? perguntei nervosa.
- Você precisa se acalmar, Mary. Venha, sente-se aqui, ela segurou minha mão enquanto nos sentávamos na cama.
- Pode me contar, Dona Helena. Seja o que for, só me diga.
- Eu sei que o homem que te perseguia é o seu padrasto, Mary.
- Como a senhora sabe disso? Eu nunca contei a ninguém, como isso é possível?
- Vou te explicar, Mary. Quando você desapareceu e deixou aquela carta, eu mostrei para meu neto mais velho, o Henrique. Eu sabia que ele poderia te encontrar. Ele tentou, mas parecia que a terra havia te engolido. Em uma noite, ele estava muito inquieto e decidiu sair um pouco. Ele passou pela antiga casa da minha filha e foi aí que ele te encontrou quase sem vida. Foi meu neto quem salvou sua vida.
- Meu Deus, Dona Helena! Eu não sei o que dizer. E onde ele está? Eu quero agradecê-lo por ter me salvado. Não sei como retribuir, mas saiba que serei eternamente grata a ele por isso, disse emocionada.
- Pode entrar.
Olho para a porta e é como se o tempo parasse. Diante de mim está a pessoa que salvou minha vida. Ao olhar em seus olhos, uma memória surge: o homem que quase me atropelou enquanto eu fugia do Marcos, porque não olhei antes de atravessar a rua. Era ele o tempo todo, "o moço dos olhos castanhos". Não consigo desviar o olhar.
- Olá, "ruivinha dos olhos verdes", ele diz com um sorriso encantador. Como você está?
- Olá, "Moço dos olhos castanhos". Estou muito grata por sua preocupação.
- Não precisa agradecer, Mary, ele responde, desviando o olhar.
- Preciso sim. Você salvou minha vida, e isso significa mais do que qualquer coisa para mim. Muito obrigada de verdade. Se não fosse por você, eu não estaria aqui.
- Eu faria tudo de novo quantas vezes fosse necessário. Ele nunca mais tocará em você, diz enquanto segura meu rosto entre as mãos.
- Agradeço de coração por todo o seu apoio, mas não posso incluir você nisso.
- Mary, você não entende, eu já estou envolvido e não posso voltar atrás, digo com firmeza.
- Eu não posso, você me salvou e não quero que se machuque por minha causa, falo com a voz embargada.
- Eu não vou deixar você, não precisa ter medo. Estarei sempre aqui para te proteger, mesmo que isso signifique arriscar a minha vida.
- Não diga isso, Henrique. O Marcos é perigoso e eu tenho medo dele.
- Você não precisa ter medo de pessoas mortas, pequena, ele responde calmamente, olhando nos meus olhos.
- Como assim? O Marcos está morto? Como você sabe disso? Tem certeza, Henrique? pergunto nervosa e confusa com a informação.
- Eu preciso ser honesto com você, Mary. Se, depois de saber a verdade, você não quiser me ver, eu vou entender e respeitar sua decisão. Depois que te encontrei praticamente sem vida, decidi investigar quem tentou te matar. Com a ajuda das câmeras de segurança, consegui descobrir.
- Marcos era um traficante, Mary, um verdadeiro monstro, um assassino frio que destruiu várias famílias, assim como fez com a sua. Eu só descobri porque ele tinha um cúmplice, e antes de morrer na prisão, eu o interrogei. Marcos soube que você não estava morta , e eu sabia que ele iria querer acabar com o que começou. Então, decidi acabar com ele de uma vez por todas. Eu matei aquele monstro com minhas próprias mãos, Mary, e ele nunca mais vai te tocar.
- Você... você o matou? Ela pergunta, assustada.
- Sim, pequena, eu o matei. E faria isso quantas vezes fosse necessário para te proteger. Acredite, eu posso te proteger. Eu sou um mafioso, Mary, um assassino frio, mas a diferença é que não mato por diversão e muito menos inocentes, apenas aqueles que merecem. Eu entendo se você não quiser que eu fique por perto, não vou te julgar. Mas eu precisava ser honesto com você sobre quem eu realmente sou. Além de ser hacker, sou um mafioso.
Se você não quiser conviver com a minha família, não se sinta obrigada a isso. Você sempre poderá contar conosco, agora você é livre para viver sem medo. Fico aliviado em saber que o que te impedia de viver não está mais entre nós.
- Não tenho motivos para não querer você por perto; você salvou a minha vida, e isso é o que importa para mim. Não me importo se você é um mafioso ou um hacker, isso não faz diferença. O Henrique que conheci hoje mostrou ter um coração enorme. Só tenho a agradecer por ter me salvado de um monstro. Nunca vou esquecer esse gesto, digo emocionada.
- Você é tudo o que importa, Minha Pequena - Tenho uma surpresa para você, ele diz enquanto sai do quarto e volta com algo nas costas. "Feche os olhos e abra as mãos", ele pede. Eu faço isso e, ao sentir algo peludo e macio em meus braços, abro os olhos devagar e vejo a Luna em meus braços.
Estou tão emocionada que fico sem palavras ao olhar para o Henrique, com os olhos cheios de lágrimas. - "Ela sobreviveu, você a salvou também. - Isso não é um sonho, certo?"
- "Não é um sonho, minha pequena. Você tem sua companheira de volta."
- "Obrigada, Henrique. Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida; Emocionada, eu o abraço com força. "Nunca desejei estar nos braços de alguém como desejo estar nos seus."
" No abraço certo, A vida reinicia" 💕
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomanceA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
