O som estridente do alarme rasgou a madrugada, arrancando Pérola e Tatiana de um sono leve. A casa tremeu com o estrondo dos primeiros tiros, vindos de fora, uma sinfonia de metal e fúria que gelava o sangue. O rádio da sala, ligado em canal policial, transmitia a voz tensa do oficial: "Bernardo está em maioria, estamos perdendo homens! Reforcem a posição!"
A porta da sala foi atingida por uma rajada de tiros, a madeira lascando e voando. O medo, frio e cortante, invadiu o corpo de Pérola. Tatiana, com os olhos arregalados, puxou Pérola para o quarto, engasgando com um grito silencioso.
Gabriel e Humberto, em posição de combate, trocavam tiros com Bernardo e John. As balas ricocheteavam pelas paredes, transformando a casa em um campo de batalha. Humberto, através da fumaça e dos clarões dos disparos, viu nos olhos de Bernardo um ódio visceral, uma sede de vingança que o congelou por um instante.
A casa, outrora um refúgio, agora era um palco de destruição. Paredes rachadas, móveis destruídos, o cheiro acre de pólvora impregnava o ar. O desespero, como um monstro invisível, se agarrava às gargantas de todos, sufocando qualquer esperança.
Um estrondo ecoou pela casa, um rugido que sacudiu os alicerces. Humberto e Gabriel, pegos de surpresa, foram lançados para o alto, caindo inertes no chão. Bernardo e John, arrastaram os dois para fora da casa.
Dois soldados, com rostos impassíveis, seguravam Pérola e Tatiana pelos braços, suas mãos pequenas e trêmulas agarrando-se desesperadamente às roupas dos homens. O outro soldado, com um olhar frio, conduzia Dona Maria e José, seus rostos marcados pelo medo e pela incredulidade.
Pérola e Tatiana, com lágrimas escorrendo pelo rosto, gritavam por Humberto E Gabriel , seus corpos tremendo de pânico.
Sem tempo para questionar, sem chance de resistir, foram todos colocados no carro, seus destinos incertos, suas vidas interrompidas bruscamente por um estrondo que ecoava em seus ouvidos, um prenúncio de um futuro sombrio e desconhecido.
A tensão no ar era palpável, mais densa que o próprio ar. Humberto, Pérola e Gabriel, unidos por cordas grossas, sentiam o peso da situação. Seus rostos, antes cheios de vida, agora refletiam o medo que os oprimia. Tatiana, amarrada a um ferro fincado no chão, lutava para manter a calma, mas seus olhos denunciavam o terror que a consumia.
Do outro lado da sala, Maria e José, unidos por uma corda que os prendia à janela, observavam a cena com um misto de raiva e impotência. Seus corpos estavam imóveis, mas seus espíritos fervilhavam de desejo de lutar.
Em frente a eles, os três inimigos: Bernardo, Beatriz e John. A frieza em seus olhares era arrepiante, a crueldade se espreitava em cada gesto. Bernardo, com um sorriso cruel, observava as vítimas, enquanto Beatriz, com uma expressão implacável, examinava cada movimento. John, o mais calado dos três, mantinha uma postura ameaçadora, seus olhos escuros fixos nos reféns.
O silêncio era ensurdecedor, quebrado apenas pelo som da respiração ofegante dos prisioneiros e pelo tic-tac incessante do relógio na parede. A qualquer momento, o destino deles poderia ser selado.
- Finalmente consegui te pegar, Humberto, depois de meses, diz Bernardo com sarcasmo. Olha que ironia, de todas as mulheres que você poderia escolher, foi logo a minha ex. E agora você também virou papai do bastardo?
- Cala a boca, seu idiota, responde Humberto, irritado. Deixe minha família em paz; o problema é entre nós. Então me mate logo.
- Nunca! Quero que vocês sofram até o fim. Esperei muito por essa vingança, e você vai pagar por isso, diz ele, apertando a garganta de Gabriel com força.
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomansaA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
