Desorientada, com uma forte dor de cabeça e sem saber exatamente onde estou, olho ao meu redor e percebo que estou amarrada. Ainda confusa, lembro do armazém em chamas e de que eles estavam mortos. Não consegui salvá-los, e uma dor profunda me invade; é difícil aceitar essa realidade.
— Olha só, a bela adormecida finalmente acordou.
— Você! Por que você fez isso, sua psicopata delinquente?
— Sabe, eu nunca amei o Henrique. Eu só o usava para alcançar meus objetivos. Tudo estava perfeito até você aparecer. Você realmente acha que eu não sabia que o Henrique amava você, Mary? — Beatriz diz com um tom de deboche.
— Por que você fez isso? Por que tanto ódio? — pergunto, indignada.
— Vocês atrapalharam meu plano. Depois que você apareceu, o Henrique não era mais o mesmo, e isso estava arruinando tudo. Foi por isso que eu finji estar paraplégica. O Henrique se sentia culpado e iria se casar comigo, e eu seria a senhora Cortez González.
- Você está fora de si. Um dia, você vai pagar por tudo o que está fazendo agora. A vida vai te devolver em dobro. Você matou minha família, sua desgraçada, digo furiosa enquanto tento me levantar.
- Sua família? Ela ri com desprezo. Me poupe. Um casal de idosos inúteis, uma empregada qualquer e um garoto se achando empresário e mafioso. Eu fiz um favor ao acabar com eles.
- NÃO fale assim deles, sua doente.
- E o que você vai fazer a respeito? Vai chamar a mamãe? Ah, me desculpe, eu esqueci que sua querida mamãe foi assassinada. Que triste.
- Eu vou acabar com você, seu demônio, digo dominada pelo ódio enquanto acerto seu rosto com um soco.
Dominada pelo ódio, Beatriz aperta o pescoço de Mary com força, fazendo com que seus olhos se enchem de lágrimas de dor. Beatriz descarrega toda a sua raiva em Mary com socos, tapas e chutes, puxando-a pelo braço até o quarto que era de Henrique. "Sabe, Mary, eu deveria ter te atropelado no dia em que você estava vendendo flores na calçada, mas não tem problema, eu posso fazer isso agora", diz Beatriz, jogando-a no chão e amarrando seus pés.
- Você pode até me matar, mas nunca encontrará paz. Nunca será amada como eu fui pela minha família e por Henrique. Você pode usar o dinheiro dele, ficar com esta casa e viver aqui, mas em cada cômodo e em cada móvel, você se lembrará do quão horrível você é, um ser desprezível, um monstro sem coração. Você nunca saberá como é viver em paz consigo mesma. A cada passo que der nesta casa, verá Henrique e saberá que este lugar não é seu e nunca será, diz Mary, olhando nos olhos de Beatriz.
- Cale a boca, sua infeliz, ela responde, visivelmente transtornada.
- Você sabe que é verdade. Esta casa é marcada pelo amor, e você está manchando a memória da minha família com suas mãos sujas de sangue inocente.
- Não me provoque, sua maldita. Eu sou muito pior do que você imagina, mas posso te dar uma morte rápida se você se ajoelhar e pedir misericórdia, diz Beatriz com um olhar perturbador.
- NUNCA, jamais, responde Mary, determinada.
A fúria de Beatriz era um turbilhão que se materializava em cada gesto. O ódio em seus olhos era um fogo que consumia qualquer resquício de compaixão. O lenço amarrado na boca de Mary silenciava os gritos que jamais seriam proferidos.
Com passos firmes, Beatriz se aproximou do cofre, a chave fria em sua mão. O dinheiro, seu objetivo, estava ao seu alcance. Mas a crueldade que habitava seu coração não se contentaria com a mera posse.
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomanceA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
