Henrique:
Já passou da meia-noite e, mesmo com o médico dizendo que não posso ficar aqui, não quero ir embora. Não posso deixá-la sozinha; quem tentou machucá-la pode tentar novamente, e eu não vou permitir que isso aconteça. Fico me perguntando quem poderia ter feito algo assim com ela, Mary, minha ruivinha de olhos verdes. A sensação de perda é intensa. Não consegui salvar minha mãe; cheguei tarde demais, e ela levou um pedaço do meu coração. Por que estou chorando tanto por alguém que não conheço? Nunca fui assim. Meu único desejo é que ela se recupere e que eu possa ver seu lindo sorriso novamente. Por favor, pequena, reaja; você não sabe o quanto eu preciso de você.
- Sr. Henrique? O médico me chama. Não é saudável passar a noite acordado. O senhor pode ir para casa descansar; eu o avisarei sobre qualquer informação da paciente.
- Eu não quero sair. Só sairei quando ela acordar, e ela vai acordar.
- Mas, senhor, não é permitido ficar no corredor. Eu prometo avisá-lo sobre qualquer mudança.
Mesmo sem querer, decido ir embora, mas não quero voltar para casa, pois não aguentaria ver a Beatriz. Opto por passar a noite na casa da minha avó. Estaciono o carro e toco a campainha. Vovó vem me atender.
- Oi, meu querido neto, ela diz me abraçando. Como você está? Parece triste, aconteceu algo?
- Aconteceu sim, vovó, respondo com os olhos cheios de lágrimas.
- Oh, meu neto, o que te deixou tão triste assim? Vem, vamos entrar. Vou fazer um chá de camomila para te acalmar um pouco.
Sento no sofá enquanto espero minha avó voltar com o chá, perdido em meus pensamentos. Meus olhos se fixam em uma fotografia da minha mãe, que sorri lindamente. Ela se parecia muito com a vovó, sinto que nunca conseguirei superar a perda dela; ainda dói muito.
- Voltei, meu filho. Aqui está o seu chá. Beba um pouco, vai te fazer bem. E me conte o que aconteceu.
conto tudo para ela sobre como conheci a Mary e onde a encontrei novamente. Não consigo conter as lágrimas e choro como uma criança. Minha avó me abraça e me acolhe em seu colo, fazendo carinho no meu cabelo. Então, pego minha carteira e tiro a foto da Mary que encontrei entre suas coisas, mostrando-a para minha avó, que rapidamente se emociona.
- Henrique, onde você conseguiu essa foto?
- Eu peguei das coisas da Mary no hospital, vovó. Ela é linda, não é?
- Sim, meu filho, ela é muito linda. E você a encontrou, meu menino. Obrigada por isso, ela diz me abraçando.
- Sim, vovó, eu pensei que nunca mais a veria, mas o destino uniu nossos caminhos.
- A pessoa que tentou matá-la é a mesma que invadiu o quarto dela naquela noite, ela mencionou na carta.
- Carta, vovó? Do que a senhora está falando? A Mary nunca veio aqui.
- Sim, meu amor, ela veio sim. Essa menina aqui é a mesma que eu contratei para trabalhar para mim.
Era ela o tempo todo, por isso aquela carta me afetou tanto. Minha Mary, suas palavras me deram esperança; elas são tão doces e lindas. Eu vou te proteger, pequena, ninguém mais vai te tocar, isso é uma promessa.
- Você está apaixonado por ela, Henrique? minha avó pergunta, curiosa.
- Para ser sincero, nem eu sei o que estou sentindo. Estou muito confuso, vovó. Tenho uma vontade enorme de protegê-la e um medo terrível de perdê-la. Nunca senti algo tão confuso assim.
- Meu filho, você está assim porque se encantou por ela desde o primeiro encontro. É amor à primeira vista. O medo de perdê-la já mostra que você a ama de verdade.
Como é possível me apaixonar por alguém que só vi uma vez na vida? Que tipo de encantamento é esse?
O que você está fazendo comigo, pequena feiticeira? Você virou meu mundo de ponta cabeça, mas por favor, volte para mim. Eu preciso de você.
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomanceA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
