"Justiça"

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Mary:

Abro os olhos com dificuldade, a luz é muito intensa e me incomoda. Olho ao redor para tentar entender onde estou e percebo que estou em um quarto de hospital, pois o som do equipamento ao meu redor ecoa. Como eu não morri? Será que estou sonhando? Como cheguei aqui? Estou muito confusa e minha cabeça dói bastante. Tento me mover, mas só sinto uma dor intensa no peito.

- Senhorita, não pode se levantar. Você acabou de passar por uma cirurgia e seu estado de saúde ainda é delicado, diz o médico enquanto ajusta a cama.

Tiro a máscara de oxigênio e, mesmo com dificuldade para falar, pergunto ao médico quem me encontrou e quem salvou minha vida.

- Infelizmente, não tenho essa informação. Apenas meu superior sabe, mas vou informá-lo que você já acordou e ele virá conversar com você. Agora, tente descansar e não tente se levantar da cama.

Fechando os olhos, meus pensamentos se voltam para a Luna, minha gatinha, minha única e leal companheira, que foi tirada de mim, assim como meus pais. Durante toda a minha vida, acreditei que meu pai havia abandonado minha mãe e a mim, quando na verdade ele nem sabia que eu existia. Marcos deixou um rastro de destruição por onde passou, e agora
estou sozinha.

Para onde eu vou agora?

Marcos:

Eu pulo o muro e sigo em direção aos fundos da casa. Olho para o chão, mas não vejo ninguém. Não consigo acreditar que ela conseguiu escapar. Quem a salvou? Que droga, ela não pode viver, especialmente agora que conhece a verdade. Eu vou te encontrar, Mary, e quando isso acontecer, vou arrancar seu coração com as minhas próprias mãos.

Helena:

Aos pés da cama dela, eu a observo e fico muito contente ao saber que meu neto já a conhece. Ele está completamente apaixonado por ela, embora esteja um pouco confuso, o que é compreensível, já que nunca sentiu isso antes, nem mesmo com a atual noiva. Mary é tão diferente de Beatriz; ela é doce, carinhosa, determinada e trabalhadora, tudo o que meu neto precisa.

- Vovó, a senhora vai passar a noite aqui? - pergunta Henrique.

- Vou sim, meu querido. Pode ir descansar, você precisa dormir um pouco.

- Não consigo dormir em casa. Além da preocupação, tem a Beatriz que não me deixa em paz.

- Você pode dormir na minha casa.

- Mesmo assim, vovó, não posso sair daqui. Se a pessoa que tentou matá-la aparecer, preciso estar aqui. E eu não confio nos seguranças - ele diz, sério.

- Henrique, pode ir . Estarei atenta a qualquer coisa suspeita. Vá descansar, meu filho. Ela está em boas mãos.

- Tudo bem, vovó. Voltarei em uma hora, isso é mais que suficiente - diz ele, me dando um beijo na testa.

Henrique:

Ao chegar na casa da minha avó, tomo um banho quente e desejo que a água levasse todos os meus problemas embora. Coloco uma roupa confortável, já que em uma hora preciso voltar para o hospital. Sento na cama e pego meu notebook, abrindo os registros das câmeras de segurança. Mesmo que ninguém more lá, as câmeras ainda funcionam. Abro o arquivo da gravação e dou play. Vejo uma figura com cabelo ruivo pulando o muro, carregando um gato, uma mala e uma mochila pequena. Ela parece assustada, sempre olhando para os lados. Ela tenta entrar pela porta dos fundos, mas ao perceber que está trancada, desiste e se senta no chão. Depois de alguns minutos, vejo um homem loiro pulando o muro com uma faca na mão. A câmera registra o momento exato em que ele crava a faca no peito de Mary. Ao ver essa cena, sinto um ódio intenso ; Eu vou matar esse desgraçado. Algo me chama a atenção: ele voltou mais tarde e ficou frustrado por não encontrá-la.

Eu vou me vingar por você, Mary.

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