Duas semanas se passaram, e o desespero se instalou na família Caccini e nos amigos. O desaparecimento de Tatiana era um mistério insondável, um buraco negro que engolia qualquer esperança. Nenhuma ligação, nenhum sinal, nenhuma pista. O silêncio era ensurdecedor, amplificando o medo e a angústia.
Humberto, pai de Tatiana, era um vulcão em erupção, a dor o consumia por dentro. Seus olhos, antes brilhantes, agora estavam opacos, refletiam o vazio que o dominava. Gabriel, o noivo, se perdia em um mar de tristeza, cada dia que amanhecia era uma agulha que perfurava seu coração. A imagem de Tatiana, radiante e cheia de vida, se transformava em um fantasma que o assombrava.
Pérola, a sogra, grávida e lutando contra a fragilidade do corpo e da alma, se mantinha forte pelo bebê que carregava. Mas por trás da máscara de coragem, a dor dilacerava seu ser. Era como se um pedaço dela tivesse sido arrancado, deixando um vazio incomensurável.
A cada dia que passava, a esperança diminuía como um fio de água se esvaindo na areia. A ausência de pistas era um tormento, uma crueldade que se alimentava da incerteza. A família Caccini se agarrava a qualquer fio de esperança, mas a realidade se impunha: o paradeiro de Tatiana era um enigma sem solução.
Tatiana:
Estou aqui há duas semanas e não consigo lidar com a saudade da minha família e do meu noivo. Já pensei em fugir, mas sei que não adiantaria. Estou deitada na cama, chorando de angústia, quando, de repente, ouço um choro baixo. Assustada, me levanto e sigo na direção do som. Encontro uma menina sentada no canto do quarto.
'- Oi, tudo bem? ; pergunto enquanto me aproximo e ela me olha.
- Oi ; ela responde, fungando.
- Qual é o seu nome, princesa? E por que você está chorando?
- Meu nome é Stella. E o seu?
- Meu nome é Tatiana. Por que você está chorando? Onde está sua mãe, princesa?
- Minha mãe faleceu há um ano, ela responde entre lágrimas.
- Sinto muito, princesa. Minha mãe também faleceu, mas eu era muito pequena. Eu tenho meu pai que me ama muito. E o seu pai, onde está?
- Meu pai é o pior do mundo. Ele me bate sempre que está bravo e diz que tudo é minha culpa. Ele me obriga a fazer coisas que não quero, como ser gentil com a esposa dele e assistir ele maltratando as pessoas. Quando me recuso, ele me agride, como fez agora há pouco. Ele te sequestrou, não foi?
- Sim, princesa, ele me sequestrou, mas não sei o motivo.
- Ele sempre faz isso. Ele é um verdadeiro monstro, sem coração. Hoje ele me bateu e disse que se eu não obedecê-lo, vai me deixar com fome e matar a Lúcia, a governanta, que é minha única amiga aqui.
- Calma, princesa. Você não está sozinha, digo enquanto a puxo para um abraço cheio de carinho.
Horas depois.......
A cena era de um horror silencioso. Stella, deitada na cama, dormia um sono pesado, quase inconsciente. Seus cabelos loiros, antes sedosos, estavam emaranhados e manchados de sangue, como se tivessem sido arrastados pela lama. Sua pele branca, normalmente rosada, agora era um mapa de hematomas roxos e vermelhos, marcas cruéis de uma violência inominável. O monstro, aquele que deveria protegê-la, a havia torturado, a havia deixado em pedaços.
Observava-a, a dor me dilacerando por dentro. Queria gritar, queria quebrar tudo ao meu redor, mas sabia que a fúria não a salvaria. O monstro, com sua crueldade fria, a havia deixado vulnerável, indefesa.
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomanceA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
