"Falsa"

19 18 17
                                        

"ELAS SUMIRAM..."

A frase ecoou nos ouvidos de Humberto, como um trovão em um dia claro. O sangue gelou em suas veias, o coração disparou em um ritmo frenético, e as pernas falharam, quase o fazendo desabar. Como era possível? Elas, as mulheres que ele tanto protegia, as joias que ele jurava defender com sua própria vida, haviam sumido.

Um nó se formou em sua garganta, apertando-o com força. A cena se desenrolou em sua mente como um filme em câmera lenta.

A única explicação lógica, a única que conseguia processar em meio ao turbilhão de emoções, era a presença de um traidor. Alguém, dentro de sua própria equipe, havia aberto as portas para o inimigo, entregando as mulheres que ele tanto amava.

A raiva ferveu em seu peito, misturada a uma dor profunda e avassaladora. Ele não podia permitir que isso ficasse impune. Ele não descansaria até encontrar o responsável por essa traição, até que a justiça fosse feita.

Humberto respirou fundo, tentando controlar a fúria que o consumia. Era hora de agir, de encontrar as mulheres e punir o traidor. A missão agora era mais do que proteger, era vingar.

- "Estou exausto, não temos nenhuma pista," Henrique diz, visivelmente frustrado.

- "As câmeras do shopping não registraram nada, e o trajeto até onde o carro foi encontrado não tem câmeras de trânsito. Só espero que elas estejam bem," comenta Gabriel.

- "Vou acabar com o desgraçado que tocar na minha esposa e na minha filha," Gael diz, cheio de raiva.

- "Que elas estejam bem," Humberto diz, preocupado.

- "Conseguimos, com muita dificuldade, mas eles finalmente dormiram," Pedro fala ao descer as escadas, referindo-se a Luiz, José e Marcelo.

- "Eles estavam exaustos," Fernando observa.

- "Eu descobri," Henrique diz em voz alta, chamando a atenção de todos na sala. "É o Douglas, ele é o traidor."

- "O quê? Vou acabar com aquele desgraçado," Mariano responde, furioso.

- "Leve-o para os fundos da casa. Temos muito a discutir com ele," diz Humberto, com um olhar frio.

O suor escorria pelo rosto de Douglas, mas não era o medo que o fazia transpirar. Era a satisfação cruel de ver a fúria de Humberto e Henrique crescendo a cada minuto. As horas se arrastavam como se estivessem presas em um labirinto de areia movediça, e a cada resposta evasiva, a cada sorriso irônico, a tensão na sala aumentava.

Humberto, com as veias saltando em seu pescoço, socou a mesa, fazendo os papéis voarem. "Você acha que pode brincar com a gente, Douglas? Você sabe onde elas estão, e a cada segundo que passa, a sua situação fica pior!"

Henrique, com a voz rouca de raiva, se aproximou de Douglas, seus olhos faiscando como brasas. "A paciência tem limites, Douglas. Diga onde elas estão, ou as consequências serão terríveis."

Douglas, com um sorriso debochado, apenas balançou a cabeça. "Vocês são patéticos. Acham mesmo que vão me fazer falar? Eu não sei de nada, e vocês não têm provas."

O silêncio que se seguiu foi mais pesado que o ar. Humberto e Henrique se entreolharam, a fúria em seus rostos se transformando em uma decisão fria e implacável. Eles não tinham mais tempo para jogos. A busca pelas nove mulheres, cada uma com seu nome diferente, mas com a mesma ausência, se tornava um pesadelo que se alimentava da própria desesperança.

Douglas, por trás de sua fachada de indiferença, sentia um frio na espinha. Ele sabia que a paciência de Humberto e Henrique tinha um limite. E ele sabia que, se não abrisse a boca, as consequências seriam muito mais sérias do que ele imaginava.

𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁Onde histórias criam vida. Descubra agora