"Traidor"

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Henrique:

Após passarmos a noite no hospital, Stella e eu fomos liberados. Só de pensar que quase perdi dois amores da minha vida, um desespero imenso me invade.

- Graças a Deus vocês chegaram - diz Helena, aliviada.

- Estamos bem, vovó - respondo.

- Todos nós estávamos muito preocupados - comenta Luiz.

- Stella! - diz Apolo, desesperado, ao entrar na sala.

- Calma, irmão, ela está bem. Passamos a madrugada no hospital em observação. Os médicos deram um remédio para aliviar a dor no pescoço dela - explica Henrique.

- Dor no pescoço? O que aconteceu? O que aquela psicopata fez com nossa irmã? - pergunta Fernando.

- Ela colocou a Stella em cima de uma cadeira de madeira frágil, com uma corda pendurada no teto e amarrada ao pescoço dela. Qualquer movimento brusco poderia quebrar a cadeira.

- Desgraçada! Eu vou acabar com aquele monstro! - diz Apolo, cheio de raiva.

- Ela já está morta. Morreu em uma explosão. Não sobrou nada.

- Pelo menos temos uma boa notícia em meio ao caos, comenta Fernando.

- Menos um problema para nos atormentar, afirma Luiz.

- Agora, eu vou levar essa moça para a cama, e você, Henrique, vai tomar um banho e descansar, ordena Helena.

- Pode deixar, irmão. Eu e a vovó vamos cuidar da Stella, diz Apolo, pegando Stella dos braços de Henrique. Tem alguém lá em cima que precisa muito de você agora.

- Como ela está? Henrique pergunta sobre Mary.

- Não está bem. Depois que você saiu, ela acordou gritando por você. Tivemos que dar um chá de camomila para acalmá-la um pouco, responde Helena.

- Vou subir. Agora vou cuidar do amor da minha vida, diz Henrique.

Subo as escadas um pouco angustiado. Ao abrir a porta do quarto, encontro Mary deitada na cama, em sono profundo. Hoje, sinto a mesma angústia daquele dia em que a encontrei caída no chão com uma faca cravada em seu peito. O medo de perdê-la é aterrorizante; eu amo essa mulher com todo o meu ser.

Tomo um banho quente, coloco uma roupa confortável e me deito ao lado dela , acariciando seus cabelos ruivos.

- Henrique... ela murmura.

- Oi, meu amor... respondo sorrindo para ela.

- Você voltou para mim. Eu tive tanto medo de te perder, diz ela, chorando.

- Você nunca vai me perder, meu amor. Eu sou seu para sempre e estarei sempre ao seu lado, digo enquanto a abraço.

- E a Stella? Como ela está? A Beatriz machucou ela?

- A Stella está bem, agora está descansando. E a Beatriz está morta, morreu queimada, e nunca mais poderá nos atormentar.

- Fico aliviada. Ela era uma verdadeira psicopata. Como ela conseguiu colocar uma cobra no meu quarto? Temos tantos seguranças aqui, a não ser que...

- Um traidor? Com certeza temos, meu amor. E eu já sei quem é. O desgraçado conseguiu fugir, mas não por muito tempo. Mas agora, vamos parar de falar sobre coisas ruins e vamos falar sobre nós.

- É uma ótima ideia. Eu te amo tanto, Henrique, muito mais do que consigo expressar com  palavras, diz Mary, emocionada.

- Eu também te amo, minha princesa. Não consigo mais esperar. Vamos nos casar em um mês? Por favor, diga que sim. Todos na nossa família que estavam noivos já se casaram, e já temos duas grávidas. Eles não estão brincando: diz Henrique, fazendo o pedido com um olhar de cachorro abandonado.

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