Mansão Cortez González >
Henrique:
Estou bastante preocupado; Lorenzo está livre. Me arrependo de um dia tê-lo considerado como pai, pois ele é um homem egoísta, cruel e sem compaixão. Tenho medo pela segurança da minha família, dos meus amigos e da minha noiva, Mary. Preciso encontrar Lorenzo para que a justiça seja feita.
- Alguma novidade sobre Lorenzo? pergunta Fernando.
- Infelizmente, ainda não. O psicopata sumiu, responde Henrique.
- Precisamos ficar atentos. Ele é esperto e conseguiu simular a própria morte por anos, comenta Apolo.
- Temos que cuidar e proteger nossa família desse monstro, diz Luiz.
- E nós vamos protegê-la, mesmo que eu tenha que acabar com ele pessoalmente, afirma Henrique com determinação.
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O ar gélido da madrugada paira no escritório de Henrique, contrastando com a chama incandescente da preocupação que o consome. A imagem de Lorenzo, livre e implacável, o assombra. A cada tique-taque do relógio, a angústia se intensifica, afogando-o em um mar de incertezas. Afinal, onde está aquele monstro?
De repente, um grito rasgou o silêncio da casa, ecoando pelo corredor e penetrando em seus ossos. O grito vinha do quarto de Mary, sua noiva, seu porto seguro. O coração de Henrique disparou, a adrenalina o inundou, e ele se lançou para fora da cadeira, em direção ao quarto dela.
Ao abrir a porta, a cena que se deparou o congelou. Mary, sua amada, ajoelhada no chão, a cabeça baixa, os ombros tremendo, lágrimas escorrendo pelo rosto. O choro era abafado, mas carregava uma intensidade que cortava o ar. Em cima da cama, uma caixa de madeira, fechada, repousava como um monstro adormecido.
Henrique se aproximou cautelosamente, a mente a mil por hora. A caixa, de madeira escura e trabalhada, tinha uma pequena abertura na lateral, onde se podia ver o brilho de olhos vermelhos e brilhantes. Um arrepio percorreu sua espinha. Uma serpente venenosa, com escamas reluzentes e corpo esguio, estava ali, aprisionada, mas pronta para atacar.
A dor de Mary o dominou. Ele se ajoelhou ao lado dela, colocando uma mão em seu ombro, tentando confortá-la. "Mary, o que aconteceu? Quem te mandou essa caixa?"
Ela levantou a cabeça, o rosto marcado pela angústia, e olhou para ele com olhos cheios de terror. "Henrique, eu... eu não sei. Acordei com essa caixa aqui, e... e quando abri, vi a cobra. Ela é... é venenosa."
A voz dela falhava, e Henrique sentiu a fragilidade dela, a vulnerabilidade que o deixava impotente. Ele precisa agir, proteger sua amada, mas a ameaça da serpente o deixa paralisado.
"Fique calma, Mary. Vou cuidar disso. Não se preocupe." Ele se levantou, a mente trabalhando freneticamente. A cobra, a caixa... havia alguma conexão com Lorenzo? Estaria ele por trás disso?
A pergunta o assombrou, mas ele sabia que precisava agir rápido. A segurança de Mary era o que importava.
Ele observa Mary, tremula em seus braços, e a culpa o corroí por dentro. Como ele, um homem forte e protetor, deixou que algo tão terrível chegasse perto dela? A caixa, agora no chão, era uma ameaça silenciosa, um monstro adormecido pronto para despertar.
O rosto de Mary, pálido e molhado de suor, refletia o terror que Henrique sente . Ele a abraça com força, buscando transmitir um pouco de sua própria força, mas era como se ele estivesse abraçando o vazio, a fragilidade da vida.
A pergunta martelava em sua mente: quem fez isso? Quem ousaria colocar uma cobra venenosa na cama de Mary. Era um ato de covardia, de ódio, de crueldade.
Ele a leva para seu quarto, um refúgio de paz e amor, mas o medo pairava no ar, pesado e sufocante. Deitaram-se juntos, a respiração de Mary ainda ofegante, e Henrique a acaricia, tentando acalmá-la. As lágrimas brotam, quentes e salgadas, um rio de dor e impotência que inunda seu coração.
Ele não permitiria que a levassem, não permitiria que a morte a roubasse dele. Ele a protegeria, mesmo que para isso tivesse que enfrentar o próprio inferno. O amor por Mary é a força que o impulsiona, a chama que o mantém vivo, a promessa que ele fará de tudo para protegê-la.
O medo gelado que percorrera o corpo de Mary durante a noite ainda a mantinha presa em um sono leve, inquieto. Henrique, com o rosto crispado de raiva, se movia com cautela para não perturbá-la. Em suas mãos, a caixa de madeira, pesada e fria, continha a serpente venenosa que havia sido plantada em sua cama.
A fúria o consome. Como ousaram invadir seu lar, seu refúgio, e colocar em risco a vida da mulher que ama?
Com passos pesados, ele se dirigiu ao escritório, a caixa se movendo levemente em suas mãos. A cada passo, a raiva aumentava, misturada a um medo crescente. Quem teria feito isso? Ele precisa encontrar as respostas, precisa proteger Mary, precisa fazer justiça.
A serpente é apenas um aviso, um sinal de que algo muito mais sinistro está por trás desse ataque. A mente de Henrique trabalha freneticamente, buscando pistas, conectando os pontos. Ele não descansará até encontrar o culpado.
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Focado em encontrar respostas, Henrique atende o telefone quando ele toca:
- Alô? ele diz...
- Oi Henrique, como você está? pergunta uma voz que ele reconhece bem.
- Beatriz, ele responde com raiva.
- Sou eu mesma, querido. Gostou do presentinho que deixei para sua noiva? ela pergunta sarcasticamente.
- Foi você, sua demônia. Vou acabar com você, Beatriz.
- Não vai, querido. É melhor você cooperar, pois peguei algo muito importante para você: ela diz rindo, enquanto "uma voz fraca e feminina chama por Henrique" .
- Stella, ele diz ao reconhecer a voz. - Deixe minha irmã em paz, Beatriz. Ela não tem nada a ver com isso, Henrique diz nervoso.
- Não há negociações por telefone, querido. Você virá pessoalmente buscar sua irmãzinha. E para o bem da garota, é melhor que venha sozinho. Vou te passar o endereço, se apresse, Henrique. O tempo está passando, "tique-taque", "tique-taque", ela diz antes de desligar.
Nervoso, ele arremessa o copo contra a parede, que se quebra com um barulho alto.
- O que aconteceu, menino? Helena pergunta ao entrar no escritório.
- Vovó, preciso que a senhora cuide da Mary e não a deixe sozinha. Tenho algo importante para resolver.
- O que está acontecendo, Henrique? Você descobriu quem colocou a cobra no quarto dela?
- Sim, vovó, foi a Beatriz. E ela levou a Stella. Eu preciso salvar minha irmã daquela psicopata, por isso a senhora não pode contar a ninguém. Se mais alguém souber, a Stella pode morrer, ele diz com a voz embargada.
- Tudo bem, meu filho. Vá e traga nossa menina de volta. Eu cuidarei da Mary. E, por favor, tenha cuidado, aquela mulher é louca.
- Eu vou ter cuidado, vovó. Hoje eu vou acabar com aquela demônia, Henrique diz com determinação.
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𝙼𝚈 𝙷𝙰𝙲𝙺𝙴𝚁
RomanceA ᴠɪᴅᴀ é ʀᴇᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴄʜᴇɪᴀ ᴅᴇ sᴜʀᴘʀᴇsᴀs, ᴇ ɴãᴏ ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴛᴇʀ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴅᴇ ɴᴀᴅᴀ. O ᴅᴇsᴛɪɴᴏ é ɪɴᴄᴇʀᴛᴏ ᴇ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴀɴᴛᴏ ᴜɴɪʀ ϙᴜᴀɴᴛᴏ sᴇᴘᴀʀᴀʀ ᴀs ᴘᴇssᴏᴀs. Nᴏ ᴇɴᴛᴀɴᴛᴏ, ʜá ᴀʟɢᴏ ᴀɪɴᴅᴀ ᴍᴀɪs ᴘᴏᴅᴇʀᴏsᴏ ϙᴜᴇ ᴘᴏᴅᴇ ғᴀᴢᴇʀ ɪssᴏ: ᴏ ᴀᴍᴏʀ ᴇ ᴏ óᴅɪᴏ. Essᴇs ᴅᴏɪs sᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏs ᴛêᴍ ᴀ ᴄᴀᴘ...
