Vinte e Três - O castelo de areia

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Daehyun jogou o violão na cama e agarrou Youngjae pela cintura. Juntou os lábios com violência, dando-lhe um beijo desesperado. As três palavras mágicas pareciam ainda presentes no quarto, flutuando entre eles e soando na voz do economista pelas paredes. Aquele era um momento apenas deles. Um momento verdadeiro de casal.

O beijo ficou menos rápido e desesperado, dando lugar a um lento e carinhoso. As mãos de Yoo bagunçavam os cabelos escuros do cantor, puxando-os e apertando-os, enquanto os dedos de Daehyun delineavam as costas do outro sob a blusa, arranhando cada centímetro da pele macia.

Com certeza se amavam! Não haviam dúvidas. Apesar dos problemas, das diferenças e dificuldades, um sentimento como aquele era palpável no momento.

— Eu também te amo. — Cochichou o cantor sem fôlego, abrindo um sorriso após se soltarem. Sentou no colchão e puxou Youngjae para si, deixando-o deitar ao seu lado. — Esse momento merece uma foto. — No mesmo instante, sacou o celular do bolso e ajustou a câmera. O flash foi acionado várias vezes e ambos fizeram caretas divertidas.

Após se dar por satisfeito, foi para a tela principal do aparelho e modificou o fundo para uma das fotos que havia acabado de tirar. Exibiu orgulhoso para o outro, estufando o peito. Ao bloquear o celular, os olhos de Youngjae arregalaram-se de surpresa vendo o papel de parede que o enfeitava.

— O que... Que foto é essa!?

A foto de bloqueio de Daehyun era uma em que Yoo estava deitado de bruços com um dos braços embaixo do travesseiro. Reconhecia o lençol excessivamente branco e o quarto claro. Estava na própria cama, no próprio apartamento e não se lembrava de ter posado daquele jeito. Soluçou assustado, levantando o tronco para encarar os olhos escuros do namorado.

— Quando você tirou essa foto?

— Na noite em que te encontrei bêbado no corredor. Você dormia e eu não queria ir embora. — Daehyun praticamente jogou as palavras, sem dar importância nenhuma ao fato de parecer um stalker. Era uma situação normal para ele.

— Vo-Você ficou me vigiando?

— Não sabia como você reagiria quando acordasse, então te fotografei. Estava tão tranquilo e relaxado... — Acendeu a tela do celular mais uma vez, sorrindo. Amava aquela foto inocente. — Não queria te deixar acordar confuso e sem respostas.

— Essa desculpa tem um sinônimo: ficar me observando dormir sem parecer um stalker obsessivo.

— Mandei bem nessa, né? Foi a melhor mentira que já contei. — Retrucou brincalhão, apertando Youngjae em seus braços. — Você sabe muito bem que fiquei encantado com a sua pessoa desde a primeira vez em que nos encontramos.

— O amor à primeira vista só veio da sua parte, você sabe... — Cutucou o outro, quase se arrependendo de ter feito tal confissão. Era bem indelicada. Mas imaginava que Daehyun não se ofenderia.

— Seus olhos nunca me enganaram! Sei muito bem o frio que dominou o seu estômago e as borboletas que dançaram em seu corpo.

— É... Você disse tudo ao contrário. O certo seria: as borboletas que dançaram no meu estômago e o frio que dominou meu corpo. 

— Sabe por quê errei? — Youngjae balançou a cabeça em negativa, curioso. Reprimindo uma risada, Jung quase cantou as palavras: — Porque perto de você fico confuso. As palavras se enrolam e minha língua...

— COMO VOCÊ ESTÁ CLICHÊ HOJE! — Interrompeu o economista, se afastando até a beirada da cama para gargalhar alto. Limpou a borda dos olhos e voltou ao mesmo lugar, encarando Daehyun ainda risonho.

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