9 - Every little thing she does, she does for me

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Eu ainda estava absorto em meus pensamentos, tentando entender Aredhel, quando ela voltou a falar.

— E agora? O que diremos a Odin? — perguntou meio preocupada.

— Eu pensei que você já tinha tudo em mente. Falou para o Thor que um guarda viria nos buscar e que você ficaria bem. O plano era seu, não? — respondi em tom de brincadeira.

— Eu sei que você vai usar um de seus truques e trocar sua imagem para a de um guarda. Se bem que... — ficou pensativa. — Não... Isso você não vai fazer... — virou-se para me encarar. — De qualquer forma, eu não sei nada ao meu respeito — franziu o cenho.

— Ah.. É mesmo. Você não pode ver seu próprio futuro. Você pode narrar a Odin o que aconteceu. Quem sabe ele lhe perdoe — falei com sarcasmo.

— Provavelmente me condenará a morte — murmurou com um ar sombrio. — Com muita sorte Odin me mandará de volta para as masmorras — deu um suspiro.

— Não se preocupe. Você já está acostumada a sempre voltar para lá, não é? — fui irônico.

— Aha! Isso é muito engraçado! Você tem que me ajudar. Eu preciso voltar para casa! — rebateu meio irritada.

Eu havia finalmente conseguido irritar Aredhel. Resolvi continuar provocando-a.

— Eu? Por que deveria? — perguntei em tom de zombaria.

— Porque ou você me ajuda ou eu revelo que você está vivo — respondeu irritada.

— Oh, mas isso é simples de resolver — encarei-a com um sorriso cínico. — Eu mato você, digo que você reagiu ou tentou escapar — zombei. — Afinal, ele com toda certeza não se importará que um guarda tenha matado uma traidora.

— Então vá em frente! Mate-me e acabe com isso de uma vez! — rosnou.

Fiquei surpreso. Ela estava mesmo levando a sério aquela conversa? Eu não a mataria. Já havia desejado matá-la algumas vezes, mas depois da prisão e de todo esse tempo, eu já simpatizava com ela. Ainda que ela não soubesse disso, só poderia estar brincando em me provocar daquele jeito. Eu ficava pasmo com a falta de temor dela. Eu podia não conseguir amedrontá-la, mas eu visivelmente estava tendo sucesso em fazê-la perder a compostura. Eu tinha que provocá-la mais um pouco, estava sendo muito divertido vê-la tão irritada.

— Não... — balancei a cabeça com calma. — Sua habilidade ainda pode me ser muito útil — ri de leve.

A expressão de Aredhel mudou de irritada para furiosa.

— Se esse é o motivo para me manter viva, pode desistir! — sibilou. — Eu menti o tempo todo para você! — encarou-me lívida de raiva. — Eu não posso ver o futuro! Venho de um mundo no qual tudo o que revelei a vocês são histórias, filmes — revelou. — O exílio do Thor, você descobrindo que era adotado, sua aparição em Nova York, a luta com os elfos negros, tudo faz parte de filmes. Assisti a esses filmes incontáveis vezes — gesticulava. — Apesar de você ser o vilão das histórias, você era meu personagem preferido! Porque como lhe contei, temos muito em comum. O mesmo drama familiar. Simpatizei com você desde o primeiro filme. A roupa que eu vestia quando cheguei naquele laboratório era uma fantasia em sua homenagem. Eu estava a caminho de uma festa a fantasia quando vi a luz roxa que me trouxe até aqui — vociferou.

Eu fiquei boquiaberto. Ela, afinal, não era vidente, mas sim uma humana comum. Meu mundo era um filme na Midgard dela. Eu um mero personagem de um filme. Não... Mais que isso... Eu era o vilão, o personagem predileto dela. Era muita informação para eu digerir de uma só vez.

Levei uma das mãos ao queixo e comecei a andar, tentando concatenar o que ela continuava a revelar.

— No início acreditei que estava sonhando — ela prosseguiu furiosa. — Eu tentei fazer você mudar de ideia quando percebi que tudo isso era real! Eu não queria que destruísse a Terra, mas eu também não queria que você terminasse preso! Mas você... Sempre arrogante e teimoso, estava tão cego que não me deu ouvidos! — ergueu as mãos. — Por mais que me importasse com você, eu não poderia contar tudo o que sabia! Tentei inutilmente mudar algumas partes dos filmes. Evitar tantas mortes... Tentei fechar o portal antes que causassem mais danos à Terra, salvar Frigga, mas não consegui! — deu um suspiro frustrado. — Parece que tudo pertence a um destino imutável! Por mais que eu tente, eu não consigo mudar certas coisas. E, bem.. Outro fato era que eu não sabia sobre mim. Eu não faço parte dos roteiros em meu mundo. Então eu realmente não sabia o que poderia acontecer a mim — deu de ombros. — Enfim... Os filmes acabaram. Daqui para frente eu não sei o que acontecerá. A única coisa que sei é que Thor conseguirá salvar a Terra novamente e você tomará o lugar de Odin. Então se espera que eu possa lhe falar sobre o futuro, esqueça, eu não tenho mais nada a contar — bufou e cruzou os braços.

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora