62 - And when I go there, I go there with you, it's all I can do

607 44 18
                                    

Na manhã seguinte acordei abraçado à minha amada Aredhel. Ela estava encolhida com a cabeça encostada em meu peito. Eu adorava observá-la dormir. Ressonava tranquila, nem parecia que o dia anterior tinha sido tão difícil para ela. Eu gostava de imaginar que eu tinha o poder de fazê-la se sentir segura em meus braços e que, por isso, ela conseguia ter um sono tão sereno.
Seus cabelos bagunçados cobriam seu rosto e colo. Com os dedos afastei seus cabelos e os coloquei atrás de sua orelha. Acariciei seu rosto e Aredhel se mexeu revelando seu corpo desnudo. Mordi os lábios e meneei a cabeça negativamente ao ver seu corpo cheio de marcas. Visivelmente eu tinha exagerado na noite anterior. Tinha marcas avermelhadas e roxas pelo pescoço e seios, mas os pulsos estavam piores. Acredito que ficaram tempo demais amarrados. Dei um suspiro exasperado. Mesmo após a maçã de Iduna, Aredhel, como todos os humanos, ainda era frágil como vidro. Passei os dedos pelas marcas de seu pulso sentindo um pouco de culpa. Dei um beijo em seu rosto e Aredhel acabou acordando.
— Bom dia, meu amor... — sorriu sonolenta e se espreguiçou.
— Bom dia, Aredhel... — murmurei meio sem jeito. — Er... Você está bem? Está sentindo dor? — perguntei preocupado.
— Estou bem sim... — franziu o cenho. — Por que eu estaria sentindo dor? — fez uma careta.
Entristecido, apontei para seus pulsos. Ela olhou, passou as mãos massageando eles e sorriu.
— Não doem... — deu de ombros.
— Tem certeza? — insisti desconfiado. — Acho que exagerei... Você está toda marcada — fui sério.
— Tenho — deu um suspiro impaciente e puxou um robe para se cobrir. — Se tivesse sentido dor na hora, eu teria reclamado. Você já me marcou desse jeito em outras vezes. Sendo feitas dessa forma eu não ligo. Pelo contrário... Eu adoro! — riu.
Fiquei calado apenas massageando os pulsos dela.
— Ei... — ela ergueu meu queixo para que a encarasse. — Não estrague a minha fantasia preferida... Loki... Você sabe que eu gosto desses nossos — fez aspas com os dedos — "joguinhos sexuais". Eu amei a noite passada... Da próxima vez eu amarro você... — deu um sorriso malicioso.
— Aredhel... Minha taradinha... — ri. — Na próxima vez vou usar algemas. Elas não vão apertar seus pulsos dessa forma — sorri maliciosamente e dei um beijo em seus lábios.
— Ainda assim vou amarrar você... — deu uma risada. — Serei sua dona e mestra! — Fechou os olhos e um sorriso brincou em seus lábios. — Vou aguardar ansiosamente essas próximas vezes — mordeu os lábios.

Fomos juntos tomar um banho. Estávamos sentados na banheira e eu, delicadamente, passava a esponja nas costas dela enquanto ela lavava os próprios cabelos. Aproveitei a ocasião para tocar em um assunto delicado.
— Aredhel... — passei os dedos por seu pescoço e em seguida a esponja. Ela fez um som que lembrou um ronronado. — E se sua família estiver nisso por vontade própria? Está preparada para lidar com isso? — indaguei meio preocupado.
Ela jogou a água sobre os cabelos e deu um suspiro. Ficou calada por um tempo e, ainda de costas para mim, respondeu.
— Sim... — murmurou despreocupadamente.
— E no que pensou? — perguntei meio ansioso.
Aredhel virou o rosto e encarou-me.
— Quando será que você vai entender que há muito tempo eu já fiz minha escolha? — começou meio impaciente.
— Meu amor, quando perguntei isso minha intenção não era pressionar você e nem nada do tipo... — fui sincero. — Estou apenas preocupado com você no meio dessa confusão. No impasse de ter que escolher entre sua família e eu.
— Eu escolhi você, Loki — meneou a cabeça, como se falasse de algo óbvio. — Eu sempre estarei ao seu lado até o fim. Já lhe falei isso tantas vezes... — encostou-se em meu peito e ergueu o rosto para continuar me olhando. — Você e nossos filhos são também minha família e vou defender vocês com a minha vida se for preciso. Contra quem for — disse com firmeza.
— Saber disso, não me deixa menos preocupado com você... — murmurei.
Afaguei seus cabelos e dei um beijo em seu topo. Lembrei-me daquele dia no qual, na saída das masmorras, Aredhel sussurrou em meus ouvidos que sabia o que eu planejava e jurou que estaria ao meu lado até o fim. Ela sem dúvida vinha sendo fiel a mim desde o início. Sempre ao meu lado, me apoiando, mesmo quando não concordava com meus métodos ou objetivos. A fidelidade de minha Aredhel era incontestável, contudo não sabia como isso a afetaria. Tudo o que eu não queria era vê-la infeliz ou arrependida das escolhas que fez.
Aredhel se virou ficando de frente para mim e sentou-se em meu colo.
— Você confia em mim, não é? — perguntou repentinamente.
— Claro que confio, Aredhel — falei com urgência e segurei seu rosto entre as mãos. — Você não imagina o quanto eu me arrependo de um dia, mesmo que por alguns instantes, ter duvidado de sua fidelidade — dei um beijo em seus lábios. — Confio em você plenamente — falei com sinceridade. — Mas é com seus sentimentos que estou preocupado.
— Então confie no que eu digo. Eu vou ficar bem— sorriu. — Eu também confio em você, Loki. Cegamente — afirmou.
Ficamos em silêncio por um tempo. Aredhel brincava com minha mão e começou a rir.
— O que é engraçado? — fiquei curioso.
— Eu confiar cegamente no rei da trapaça — riu de novo.
— É irônico mesmo... Afinal, eu confio na rainha da trapaça também... — ri e a abracei.

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora