Notei que Aredhel acordara chorando e meio assustada. Queria acalentá-la, mas não podia. Resolvi fingir que nada percebi e continuei planejando o que faria. Depois de algum tempo ela voltou a se sentar ao meu lado.
— O que aconteceu enquanto estive fora? — perguntou calmamente.
— Depois que você partiu continuei a nossa farsa — respondi indiferente. — Eles aceitaram a história de sua carta, então tudo ocorreu conforme o planejado. Passaram-se muitos meses sem ter problemas até que alguns dias atrás um guarda descobriu Odin morto em seu quarto — revelei.
— Meses? — indagou com o olhar distante.
— Sim. Mais de um ano — confirmei. — Por quê?
— Então foi como imaginei — meneou a cabeça. — O tempo passa de forma diferente entre as realidades. Quando fui para a outra Terra, tinha apenas se passado cerca de vinte e quatro horas desde que parti de lá, enquanto que aqui eu vivi muitos meses. Foi mais de um ano? — franziu a testa confusa. — Agora eu tinha passado apenas um dia e algumas horas no meu mundo antes de Sif me trazer de volta e você falou que fiquei mais de um ano fora — explicou.
Fiquei pasmo. Para mim havia se passado quase um ano e meio e para ela somente um dia e meio? A diferença da passagem de tempo entre nossos mundos era absurda.
— Então seu... — fiz uma pausa. Eu sentia ciúmes da palavra "noivo", uma vez que esta se referia a outro. — Seu noivo morreu há pouco tempo? Foi Sif que o matou? — questionei.
— Sim, ele havia morrido no dia anterior, mas não foi Sif — parecia triste. — Ele morreu em um acidente, pouco depois de me deixar na festa à fantasia. Ele faleceu momentos depois que vim para cá. Se eu soubesse do acidente, ele estaria morto há um ano para mim e há um dia para quem vive lá... É tão confuso... — coçou a cabeça. — Odin foi morto como? — perguntou de repente.
Realmente a satisfação não pertencia à minha natureza. O destino estava sendo irônico comigo. Eu havia me livrado de Phillip com facilidade, através das fatalidades da vida humana e Aredhel finalmente era minha. Mas agora pairava sobre minha cabeça o machado de ser condenado pela morte de Odin. Naquele instante compreendi o motivo do desespero de Aredhel, perderia os dois homens que dizia amar em um curto espaço de tempo.
— Eu não tenho ideia — fui sincero. — Tudo que sei é que ele estava morto. O que Sif falou a você?
— Chegou fazendo acusações. Demorei para entender o que estava acontecendo. Eu tinha passado a noite em claro. Não consegui dormir depois do velório e enterro do Phillip — passou a mão pela fronte, visivelmente cansada. — Ela disse que haviam descoberto a nossa farsa, que Odin estava morto e que dessa vez eu pagaria por meus crimes — suspirou. — Quem decidirá se somos culpados ou não? — encarou-me.
— Vamos ser julgados por Thor. O futuro novo rei de Asgard — respondi com amargura. — Eu pelo crime e você como cúmplice.
— Já estou ficando acostumada a ser presa e ameaçada de morte — falou com sarcasmo e deu de ombros.
Ouvir aquilo me deixou mais triste ainda. Aredhel havia passado por tanta coisa por minha causa e, mais uma vez, minhas mentiras a colocaram novamente diante da morte.
Aredhel e eu não trocamos mais nenhuma palavra. Passei o resto da noite preparando meu discurso para Thor. Escolhendo com cuidado cada palavra que diria a ele a fim de deixar claro que Aredhel não participara de meus planos. Fiquei tão absorto em meus pensamentos que não cheguei a perceber se Aredhel estava acordada ou não. Na manhã seguinte vieram nos informar que seríamos ouvidos por Thor até o fim do dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)
FanfictionLoki acaba de chegar a Midgard e minutos depois surge uma estranha mulher através de um novo portal. Esta mulher diz que pode ver o futuro e diz que pode ajudá-lo. Quem é essa mulher? Qual será o destino de Loki? Escrita em 2014 e sendo revisada.