23 - For you I'd bleed myself dry

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O local parecia estranhamente abandonado. Suspeito e quieto demais. Segui me esgueirando até alcançar o palácio de Laufey. Dentro do palácio o mesmo abandono e muitas ruínas. Minha tentativa de extermínio havia feito muito estrago e, pelo jeito, ainda não tinham se recuperado.

Facilmente localizei a estátua de Iduna e achei a caixa das maçãs. Era feita de uma madeira escura, cheio de runas entalhadas. Abri a caixa e vi que tinham pequenas bolinhas que pareciam feitas de vidro, de um vermelho-escuro cristalino. Peguei duas, uma para Aredhel e outra de reserva. Se não precisasse utilizá-la, poderia me ser muito útil no futuro. Quem sabe um item para barganha.

De repente senti como se estivesse sendo observado. Escondi com minha ilusão as maçãs e virei-me. Havia um gigante me encarando.

— Ora, ora. Se não é o traidor? O assassino de nosso rei Laufey — falou calmamente, arreganhando os dentes em um esgar.

Mantive-me impassível, precisava pensar em uma fuga rápida, antes que ele me denunciasse ou outros jotuns me descobrissem ali. Minha simples presença naquele reino poderia gerar uma nova guerra. Fiquei encarando-o por um tempo, fazendo rotas de fuga mentalmente, quando percebi que ele fixou o olhar na caixa aos meus pés.

— Você veio atrás delas — rosnou. — O que faz pretende com minhas maçãs?

Então o livro estava certo, havia um guardião, Tjazi. Diante daquela situação, não havia porque negar o óbvio. Não podia perder mais tempo.

— Você deve ser Tjazi — sorri.

— Fique longe de minhas maçãs! — avançou sobre mim e atravessou minha projeção.

Reapareci atrás dele. Ele me encarou irritado e virou-se para a caixa. Ajoelhou, enfiou a mão na caixa e deslizou os gigantes dedos pelas maçãs.

— Estão faltando maçãs! Você pegou duas delas! — gritou furioso.

— Sinto lhe informar, mas eu preciso dessas maçãs — falei com ironia.

Preparei-me para fugir, mas ao me virar notei que estava cercado. Tarde demais. Tinha perdido muito tempo. Minha presença fora notada ou os urros daquela besta os tinham atraído. Havia dezenas de Jotuns ao meu redor. Engoli seco. Eu estava irremediavelmente em desvantagem.

— Você jamais sairá daqui com vida, filho de Odin! — ouvi Tjazi rosnar para mim.

Os gigantes avançaram sobre mim. Disparei em uma corrida alucinada. Não teria condições de enfrentá-los. Despistei alguns com minhas ilusões, mas fui duramente alvejado com adagas de gelo. Desviei da maioria, entretanto algumas me atingiram de raspão, fazendo cortes em meu traje e em minha pele. Mais jotuns surgiram. Tentei correr abrindo caminho lutando com alguns, mas eram muitos. Um gigante acertou-me com um soco fazendo-me voar e cair deslizando pelo chão. Senti o gosto de sangue na boca. Quando tentava me levantar vi Tjazi diante de mim. Percebi que estava com problemas e de repente, morrer tinha se tornado uma ameaça muito provável. Ele sorriu, então senti uma pancada na cabeça e tudo ficou escuro. Perdi a consciência.



Não fazia ideia de quanto tempo fiquei desmaiado. Aos poucos comecei ouvir algumas vozes, mas eram inteligíveis. Senti que me sacudiam e vieram os gritos. Ao abrir os olhos, ainda com a mente embotada pela pancada que levei, vi que cabelos escuros cobriam meu peito e dois braços alvos e finos me agarravam. Aquela criatura quase etérea ergueu a cabeça e me fitou com aqueles inconfundíveis olhos castanhos escuros. A visão mais linda que poderia ter. Era Aredhel debruçada sobre mim. Passada a euforia momentânea de reconhecê-la, fiquei chocado. O que tinha tudo para ser um sonho, parecia um pesadelo. O que ela estava fazendo em Jotunheim?

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora