10 - No one knows what it's like, to be the bad man

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Ainda na aeronave, eu coloquei as algemas, que Thor havia colocado em mim, em Aredhel, para ficar mais convincente. Para todos os efeitos, eu seria um Einherjar que havia seguido os traidores e Aredhel era uma dos fugitivos. Depois seguimos o resto da viagem em silêncio. Enquanto eu divagava sobre o que faria a respeito de Odin, Aredhel ficou entretida com o funcionamento das algemas. A curiosidade dela era fascinante. Ri imaginando que se ela tivesse um pouco mais de tempo, aprenderia a abrir as algemas sem ajuda.

Assim que chegamos a Asgard, parei a aeronave nas docas, próxima as cachoeiras da área de treinamento. A passos rápidos, fomos direto para a sala do trono, a fim de informar a Odin sobre a minha suposta morte.

Entrei na sala do trono com Aredhel caminhando ao meu lado. Ela seguia de cabeça baixa com um semblante meio triste. Impressionava-me a habilidade dela atuar.

Paramos diante de Odin. Ele parecia estar com um olhar distante e preocupado.

— Perdoe-me, meu senhor — falei cabisbaixo. — Eu retornei de Svartalfheim com notícias.

Ele virou o rosto lentamente e fitou Aredhel.

— Ah... Você... — murmurou Odin. — E Thor?

— Não há sinal de Thor, ou da arma, mas...

Olhei para Aredhel e dei um passo me aproximando de Odin.

— O quê? — indagou Odin.

— Nós encontramos essa mulher ao lado de um corpo — informei.

— Thor? — perguntou Odin virando-se para Aredhel com uma expressão severa.

— Não... — ela disse com voz chorosa.

— Loki? — murmurou Odin.

Aredhel balançou afirmativamente a cabeça e fez cara de choro. Tive que conter meu riso.

— Conte o que aconteceu, Aredhel.

Ela começou a narrar tudo o que acontecera. Contou sobre o plano de Thor e sua participação nele. Explicou sobre a característica indestrutível do Aether, bem como o plano de Thor, a luta e a fuga de Malekith. Frisou minha participação na batalha, como defendi Jane e como fui em socorro de Thor e os demais pontos de minha morte honrosa. Fez questão inclusive de repetir palavra por palavra do diálogo entre Thor e eu em meus últimos momentos. Ou Aredhel tinha uma boa memória, ou realmente decorara cada fala do suposto filme, pois contou tudo com riqueza de detalhes.

As feições de Odin foram mudando no decorrer da narrativa de Aredhel. Ele pareceu se entristecer. Eu, pelo contrário, estava feliz. Tinha a satisfação de ver minha brilhante participação naquela história e minha morte heroica.

De repente Odin pareceu cambalear, subiu os degraus e praticamente desabara no trono. Eu prontamente corri para socorrê-lo. Aredhel veio em seguida.

— Eu já estou muito cansado... — disse Odin meio ofegante.

Eu o amparei e encaminhei para deitá-lo no chão com a ajuda de Aredhel. A respiração de Odin pareceu ficar mais pesada e dificultosa. Fiz menção de ir chamar por ajuda, mas ele agarrou meu braço.

— Embora ele nunca acreditasse, eu sempre o amei como um filho — ele falou com dificuldade. — Confesso que errei, que tinha outras intenções quando o adotei. Sei que deveria ter dito a verdade, mas eu o amava. Sabia que saber de tudo o faria infeliz. Menti para protegê-lo da cruel verdade — apertou mais a mão sobre meu braço. — Pensei que ele havia se perdido. Que seria para sempre amargurado e ambicioso. Acreditei que ele continuaria odiando Thor e a mim. Talvez eu estivesse errado afinal — deu um suspiro alto.

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora