Dias depois, estávamos uma noite novamente na biblioteca na busca incansável por uma forma de mandar Aredhel de volta para a outra realidade. Apesar de ser algo enfadonho e cansativo, prosseguíamos. Já tínhamos conseguido verificar uma boa parte dos livros sobre lendas e magias da biblioteca. Eu estava verificando uma pilha de livros de magia e ela estava prescrutava uma pilha de livros sobre lendas.
— Maçãs e rejuvenescimento, foi só o que entendi desse livro — falou Aredhel me estendendo o livro.
— Não. Este não tem o que procuramos — bufei impaciente. — Acho que misturei os livros. Deveríamos estar procurando apenas em livros sobre portais mágicos — resmunguei ao pegar o livro das mãos dela.
Ao me estender o livro pude notar o pulso direito de Aredhel. Nele havia uma cicatriz que dava a volta no pulso todo. Eu sabia que tinha sido responsável por aquilo. Era a marca que tinha ficado quando eu a algemei em Midgard. Uma onda tristeza tomou conta de mim ao notar o quanto havia machucado Aredhel, não só fisicamente, mas inclusive com palavras. Senti-me culpado.
— Perdoe-me — falei de repente e ela me encarou confusa. — Eu não deveria ter feito isso com você — olhei com tristeza em direção a seu pulso. — Eu não deveria ter lhe tratado daquele jeito — fui sincero.
Aredhel me olhou meio assustada e vi seu rosto corar. Ela rapidamente puxou a mão de volta e tentou esticar a manga do vestido, cobrindo a cicatriz.
— Não tem problema, isso é passado — murmurou baixando os olhos e voltando a mexer nos livros.
Fiquei a observando por um tempo. Perguntava-me por que ela queria tanto voltar para casa. Ela parecia gostar de Asgard, tinha tanta sede de conhecimento e não possuía o melhor dos relacionamentos com os pais. Incomodava-me muito a ideia de que ela tivesse que partir. Estava mais do que acostumado à sua companhia. Eu desejava que ela pudesse ficar em Asgard.
— Porque você deseja tanto retornar para seu lar? — indaguei repentinamente. — Você mesma disse que não tem um bom relacionamento com a sua família. Poderia permanecer em Asgard e continuar aprendendo. Quem sabe ate aprender magia e poderia ler todos esses livros que você tanto deseja — argumentei.
— Sinto falta de minha mãe — ela começou com um semblante triste. — E também tem outra pessoa que deixei lá e que espera por mim — mordeu os lábios pensativa.
— E quem seria essa pessoa? — perguntei curioso.
— Phillip, meu noivo — respondeu meio sem jeito.
Fiquei surpreso com o que ela disse, mas nada falei. Dei as costas a Aredhel e voltei à minha pilha de livros. As palavras "meu noivo" ecoavam em minha mente. Senti uma pontada em meu peito. Uma tristeza e ao mesmo tempo raiva. Eu já havia ouvido o nome Phillip antes, como tantos outros nomes que ela havia citado quando estávamos presos. Mas nunca havia me dito que ele era noivo dela. Imaginei que era apenas um amigo. Eu me senti traído.
Traído? Mais uma vez as palavras de Frigga vieram à minha mente "Sempre tão perspicaz sobre todos, menos sobre si mesmo".
Olhei novamente para Aredhel e ela estava distraída lendo um livro. Ela não fazia ideia da confusão que se instaurou dentro de mim a partir daquele momento. Eu estava cego esse tempo todo! Como eu não percebi? A sensação estranha que senti ao tê-la tão próxima a mim dias atrás. O sentimento estranho que me tomou quando revelei minha forma Jotun a ela. O quanto eu gostava de estar em sua companhia. Como me sentia feliz ao lado dela. Porque me incomodava ela ter que partir. Agora tudo fazia sentido.
Eu estava apaixonado por Aredhel. Como eu deixei isso acontecer?
Perturbado, eu ignorava o livro que tinha em mãos. Não conseguia tirar os olhos de Aredhel. Tão frágil e tão perigosa. Solenemente hipnótica. Meu par perfeito. Era inteligente, atrevida, astuta e corajosa. Aredhel era como uma cópia minha, uma versão feminina, porém era doce, amigável e alegre. Ela fazia tudo por mim. Arriscava-se por mim. Aceitava-me como eu era. Aos pouco foi se revelando para mim e, à medida que isso foi acontecendo, eu fui gostando cada vez mais dela. Antes eu estava sozinho sem ela, agora não conseguia parar de pensar nela.
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A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)
FanfictionLoki acaba de chegar a Midgard e minutos depois surge uma estranha mulher através de um novo portal. Esta mulher diz que pode ver o futuro e diz que pode ajudá-lo. Quem é essa mulher? Qual será o destino de Loki? Escrita em 2014 e sendo revisada.