16 - This could be para-para-paradise

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Fiquei andando de um lado para o outro angustiado. Amargamente, percebi o quão vulnerável eu havia ficado depois de me apaixonar por Aredhel. Era tudo o que sempre quis evitar. Mas não tinha mais volta. Eu não conseguia lutar contra o que sentia. Quanto mais eu pensava na possibilidade de perdê-la, mais desesperado eu ficava. Se Aredhel morresse eu enlouqueceria.

Passado algum tempo, que pareceu uma eternidade para mim, a serva me deixou entrar. Sentei-me em uma cadeira ao lado de Aredhel e agarrei a sua mão, que agora tinha algum calor. Ela estava com um curativo na testa e recuperara sua cor. Passei uma de minhas mãos em seus cabelos e suspirei aliviado. Ela estava viva.

— O que houve com ela? — perguntei aflito para a serva.

— Ela está esgotada, meu príncipe — a serviçal crispou os lábios. — Muito fraca. Imagino que ela não deveria estar se alimentando devidamente e nem dormindo bem — comentou.

Lembrei-me de que, de fato, eu havia visto as bandejas de comida voltarem intactas. Aredhel não comera nesses últimos dias. Consigo suportar privações de sono e comida, mas ela era uma Midgardian, então obviamente não tinha a mesma resistência. Meneei a cabeça negativamente. Eu estivera tão preocupado em manter a farsa que não havia notado o comportamento dela e tampouco me lembrara de sua fragilidade. Culpei-me pelo ocorrido.

— E a batida na cabeça? Foi grave? — passei a mão levemente pelo curativo.

— Aparentemente não foi tão grave, mas ela ficará em observação.

— Ela ficará bem? Quando acordará? — afobei-me nas perguntas.

— Creio que ela ficará bem — parecia incerta. — Ao menos, não corre perigo de morte. Quanto ao tempo que levará para se recuperar, não sei ao certo. Não estamos acostumadas a receber humanos — confessou meio sem jeito.

Pelos deuses! Tanta magia, tantos recursos, mas sem respostas concretas.

— Eu posso ficar aqui, certo? — perguntei angustiado.

— Er... — fez uma pausa pensativa — Claro que pode, príncipe Loki — sorriu de leve e em seguida se retirou.

Aredhel aparentava estar em um sono profundo, parecia não reagir a nenhum estímulo externo. Eu acariciava seu rosto com pesar, implorando mentalmente que logo acordasse. Sua pele, além de pálida, era tão macia. Lamentava tê-la maltratado tanto.

Ela ficou dois dias na sala de cura, mas não acordou. Passado esse período, a transferiram para o seu quarto. Todo este tempo eu permaneci ao seu lado velando seu sono. Saí apenas algumas vezes para ir ao banheiro ou para tomar um banho para me manter melhor acordado. Eu não sentia fome alguma. Olhava para ela tentando imaginar se ela me perdoaria por ter sido tão duro com ela. Perguntava-me se ela podia me ouvir ou se podia sentir que eu estava ao seu lado. Pedia com todas as forças para que não me deixasse.


No final do terceiro dia, eu estava sentando em uma poltrona ao lado da cama de Aredhel quando Thor entrou.

— Você praticamente não saiu do lado dela. Não está cansado? — perguntou Thor franzindo o cenho.

— Não. Eu estou bem — respondi secamente.

Thor suspirou e sentou-se em outra poltrona.

— Com a confusão que se deu, eu nem pude informar o resto de sua sentença — disse com um sorriso tímido.

— Minha sentença? — encarei-o em dúvida.

— Bom — deu um pigarro e se ajeitou na poltrona —, eu não esqueci que você me ajudou em Svartalfheim e tenho que admitir que você vinha fazendo um bom trabalho no lugar de nosso pai. Recuperou o reino, reforçou o nosso exército — enumerou. — Aredhel me explicou os motivos que levaram você a se fingir de morto e se passar por nosso pai. Ela quase me convencera de que você havia mudado. Se não fosse pelo que você falou a ela e o que disse em seu depoimento eu teria acreditado nela — explicou.

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora