Fiquei em choque diante da cena. Meu filho visivelmente havia herdado minha parte Jotun. Eu estava paralisado, não sabia o que dizer e nem o que fazer. Aredhel correu em direção a Váli e abriu os braços para abraçá-lo. Eu ia dizer para ela não fazer isso, temendo que ela se queimasse ao tocá-lo, mas antes que eu pudesse dizer algo, ela o abraçou. O toque na pele de Váli estranhamente não a queimou.
— Está tudo bem, meu anjo — Aredhel lhe beijou a fronte. — Isso aconteceu porque você é parte Jotun — sorriu e olhou em minha direção. — Seu pai é um Jotun — revelou.
— Jotun? — Váli arregalou os olho. — O povo de Jotunheim? — pareceu confuso.
Váli nada sabia sobre minha real origem. Aredhel havia deixado Váli assistir os filmes de todos os Avengers, menos os filmes nos quais eu estava. Ela dizia que talvez deixasse o menino confuso ao ver-me atacando Thor ou Midgard. Tampouco entenderia meus conflitos familiares com Odin. Ela alegava que Váli ainda não estava preparado para saber o quanto o pai já havia sido mal. Não quis discutir com ela sobre a legitimidade de meus atos, pois depois do ataque de Other à Asgard, eu me arrependera amargamente do que fiz, uma vez que meus atos quase custaram a vida de Aredhel e de Váli. Se eu não tivesse me aliado a Other e Thanos, nada daquilo teria acontecido.
— Sim. De Jotunheim — ela afirmou ao menino. — Lembra-se de quando eu lhe ensinei sobre todos os povos dos nove reinos? — perguntou calmamente.
— Sim, mamãe — murmurou e franziu o cenho.
Em seguida Váli me olhou com um semblante confuso. Aquilo foi demais para mim. Uma ansiedade começou a crescer dentro de mim. Meu filho me rejeitaria? Não suportaria ser rejeitado. Não de novo. Não por ele...
Virei-me e saí do salão. Ouvi Aredhel me chamar, mas continuei andando. Imagens de minha discussão com Odin passavam por minha cabeça. Uma confusão de sentimentos surgiu. A raiva que senti, o sentimento de rejeição, a mágoa. Todas as mentiras que eu havia acreditado durante a minha vida e que tanto me deixaram ferido. Dores que nunca compartilhei com ninguém, nem mesmo com Aredhel.
Refugiei-me no quarto. Passado algum tempo Aredhel entrou. Ela sentou-se ao meu lado na cama. Fitou-me e passou as mãos carinhosamente sobre meus cabelos.
— O que disse a ele? — perguntei friamente.
— Tudo — olhou-me e enrugou a testa. — Contei toda a verdade sobre sua origem.
— E como ele reagiu ao saber que o pai dele é um monstro? — indaguei entredentes. — Que ele é neto de Laufey? Que Thor não é tio legítimo dele? — tentava conter a raiva que vinha não sei de onde.
— Ele agiu com normalidade — ela sorriu. — Não se incomodou nem um pouco. Na verdade, ele deve estar esperando que você vá vê-lo — disse despreocupada. — Ele queria tanto ver sua verdadeira forma. Ele ficou bem curioso.
Olhei para Aredhel chocado. Eu não conseguia entender a reação de Váli. Ela pareceu perceber minha confusão e deu um longo suspiro.
— Loki, quando eu falei sobre os povos dos nove reinos a Váli, eu o fiz isso sem floreios. Nunca quis ocultar a realidade de nenhum fato, mas também sempre fiz questão de que ele tirasse as próprias conclusões sobre o que aprendia. Eu tenho o educado para nunca julgar ninguém por sua origem. Ou prejulgar alguém por qualquer outro motivo — ela segurou minha mão. — Vocês sempre falaram dos Jotuns como um povo subdesenvolvido, ignorante, de práticas atrozes. Como a de abandonar uma criança — crispou os lábios. — Eles sempre foram os "monstros que os pais falam aos filhos à noite". Mas olhe-se no espelho. Você é um Jotun, é um gênio e mestre em magia. E agora também é rei de Asgard. Você seria incapaz de fazer o mesmo que o Laufey fez. Você não é como eles — afirmou dando um sorriso tímido.
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A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)
FanfictionLoki acaba de chegar a Midgard e minutos depois surge uma estranha mulher através de um novo portal. Esta mulher diz que pode ver o futuro e diz que pode ajudá-lo. Quem é essa mulher? Qual será o destino de Loki? Escrita em 2014 e sendo revisada.