32 - Forfeit the game

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Os homens olharam para mim boquiabertos. Empurrei o diretor para cima do ator e os dois caíram no chão. Puxei, com um movimento de meus dedos, uma cadeira que estava do outro lado e me sentei. Meu sósia ficou chocado.

— O que está acontecendo? — perguntou o ator todo confuso.

— Vou explicar a vocês, midgardians. Esses filmes que vocês fazem interferem em minha realidade. Quase tudo o que aparece nos filmes, acontece em meu mundo. Estou cansado de ter minha vida ditada por seus filmes. Sendo assim, vou eliminar vocês, o roteirista e quem mais for preciso eliminar, dando fim a essa série de aborrecimentos — expliquei com muita calma.

— O quê? Outra realidade? — o ator me encarou boquiaberto. — Você está falando de universos paralelos? Isso é possível mesmo? — indagou nervosamente.

— Sim. Exatamente. É não apenas possível como é real — afirmei.

— Entendo sua revolta, mas acredito que possamos encontrar outra forma de resolver esse problema — murmurou o meu sósia com a voz trêmula. — Um caminho no qual não precise terminar em... mortes...

— Sim... Sim... Podemos mudar... M-mudar os roteiros... Sei lá... — gaguejava o diretor.

— Está vendo? — comentou o ator tentando aparentar calma. — Podemos chegar a um acordo. Lamento muito que os filmes estejam afetando sua vida. Eu simpatizo muito com a sua pessoa. Eu que o interpreto nos filmes, sei o quanto você é incompreendido, sei o quanto sofreu... — franziu o cenho e continuou a falar.

— Basta! — vociferei. — Chega dessa conversa melodramática! Não preciso de suas sugestões e muito menos compreensão! Espero que vocês dois fiquem caladinhos aí. A menos que queriam apressar a morte de vocês — dei um sorriso irônico. — Dê-me um dos roteiros, William — ordenei.

Os homens se olharam e baixaram a cabeça, visivelmente apavorados. O jeito amigável, compreensível e educado do atorzinho me enjoava.

— Vai..v-vai.. mesmo matá-los? — gaguejou William.

— Cale-se William e dê-me um dos roteiros! — rosnei. — E arranje algo que eu possa usar para amarrá-los! Ainda temos que achar o roteirista — falei com severidade.

Fiquei folheando o script por um tempo, mas o que chamou a atenção foi um outro documento. Junto com o roteiro, William me entregou sem perceber uma espécie de contrato. Aquele papel deixava claro que de fato haveria outros filmes. Meus pesadelos não teriam fim. Cheguei a amassar o caderno e o documento com raiva. O diretor estava quase chorando e o ator ficava me olhando com uma cara que misturava medo e compaixão. Aquele olhar me lembrava de Aredhel. Ele tinha nos olhos a mesma compaixão que ela demonstrara quando me falou, pela primeira vez, que entendia como eu me sentia. Eu tinha que terminar com isso rápido.

William todo trêmulo me entregou alguns cintos que encontrou no camarim e se encolheu em um canto da sala. A minha ideia era deixá-los amarrados e trancados no camarim enquanto eu ia atrás do roteirista. Depois de todos juntos eu os mataria e voltaria para casa.

Levantei-me impacientemente e amarrei primeiro o ator e depois fui amarrar o diretor. De repente a porta se abriu.

— Loki! O que você está fazendo? — ouvi Aredhel gritar.

Aredhel estava na porta do camarim, fitava-me com um olhar furioso.

— O que faz aqui? — mal consegui esconder a surpresa quando a vi ali.

— Eu que pergunto! O que faz aqui? Por que amarrou estes homens? — perguntou furiosa.

Aredhel havia me pegado de surpresa. Trajava com sua roupa de batalha, a qual era semelhante à minha. Estava bem claro tinha vindo preparada para lutar. Eu realmente pensei que meu plano era perfeito e que ela jamais sequer imaginaria o que teria acontecido. Fiquei imaginando como ela havia descoberto o meu paradeiro. Mas em poucos segundos cheguei à conclusão lógica. Lembrei-me do velho rabugento do pai dela. Trinquei os dentes.

A mulher do meu destino (Loki e Tom Hiddleston Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora