Capítulo 4

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Amar pode curar
Amar pode remendar  sua alma
E é  a única coisa que eu sei
Eu juro que fica mais fácil
Se lembre disso em cada pedaço seu
É  a única coisa que leva o com agente quando morremos.

Photograph....  Ed Sheeran

Marcos era maravilhoso,  sorriamos muito apesar de pertencemos a níveis sociais diferentes assim que descobri sua posição social me preocupei mas ele logo se encarregou de tirar esse pensamento bobo de mim,  eu pobre pra variar  e ele bem de vida,  ficava impressionada o quão  rico ele era e pra ele tanto faz como tanto fez o que pra mim era uma fortuna pra ele era algo normal, gastar com coisas supérfluas , Tudo entre nós era divertido acho até que foi a simplicidade dele que me atraiu no começo, chamou minha atenção de certa forma,  ele sempre estava pronto pra qualquer aventura,  vivia o hoje e pronto o amanhã,  ah!  O amanhã deixe vir,  vamos viver era assim que ele dizia e não tinha como não gostar dele , do sorriso fácil de menino bobo.

Sumiamos pelo mundo por dias até semanas,  todos ficavam loucos nos procurando, viviamos sonhos,  vontade,  desejos íamos para praias afastadas namoravamos no mar,  dormimos em hotéis  que em geral só  decidiamos dormir já  de madrugada quando estávamos  bêbados  o suficiente pra não se aguentar de pé,  onde bagunçavamos tudo,  acordavamos os hóspedes , dois loucos aproveitando a vida .

Todos os dias íamos da minha casa pra dele pelo meio da rua gritando,  se mordendo,  fazendo cócegas um no outro, subia nas costas dele preciamos duas crianças  birrentas eu o adorava me sentia plena,  completa quando estava ao lado dele. Não foi muito tempo me entreguei pra Marcos o tempo passava e só nos enlaçavamos mais e mais eu acreditava ter achado meu par perfeito.

Marcos fazia meu corpo todo tremer só em vê lo,  minhas mãos suavam,  Eu ficava gelada ele me deixava fora de mim,  meus olhos não enxergavam outra pessoa,  nem desejava outro alguém  ,  não sabia mais ser feliz sem ele comigo. Depois de dois anos juntos percebemos que queriamos algo mais,  não aguentava um dia longe dele, então nos casamos em uma cerimônia  simples apenas para a família foi um dos dias mais felizes da minha vida.

Marcos me colocou em um mundo o qual não sabia que existia o BDSM (bandagem, dominação,  sadismo  e masoquismo) no  começo por ter perdido a virgindade com ele não foi fácil achava que isso não era certo bater em alguém pra sentir prazer,  na minha opinião  era fora da sanidade eu gostava de mais dele e aos poucos fui cedendo, era tudo tão  Bom, ele foi fazendo com que eu descobrisse meu corpo e me descobrisse  passei a gostar dos jogos,  o sexo com ele era ma-ra-vi-lho-so sempre uma nova descoberta.

Ele não  se satisfez em ficar jogando em casa ou em motel,  Começamos a ir a encontro de casais,  em casas afastadas da cidade onde diversas pessoas iam em busca de prazer, nessas casas hoje chamados de clubes tinha barzinho,  boate e diversos quartos.  A primeira vez que fui pensei está  indo a uma festa particular,  me arrumei toda crente que iria beber e dançar  com amigos  da empresa de Marcos, fui com um tubinho Preto, reto,  bem colado ao corpo o qual me arrependi de ter vestido depois que cheguei lá.

Não sabia mas meu amado Marcos já  era cliente,  na chegada entregou um cartão preto com as letras prateadas  ao passar pela porta onde havia  rapaz em pé  achei estranho mas,  não disse nada pensei ser uma festa  muito chique,  deve ser o convite não sei... entramos era tudo lindo um bar enorme,  com um lustre de cristal no Centro  o ambiente parecia ser bem maior por dentro,  diversas mesas dispostas só  que um pouco distante umas das outras,  E o detalhe que mais me chamou a atenção era que a iluminação era rebù,  um som bem legal já  dava pra ouvir,  deveria ser a boate, deixei passar os detalhes e fomos nos sentar, pedimos as bebidas e antes que o garçom saísse  em vez de agradecer chamou Marcos pelo nome, agradeceu e saiu ai foi que a pulga da minha orelha pulava,  me mordia, saltitava tudo de uma unica vez. Eu o olhei nos olhos apesar da má iluminação , ele continuava impassível não aguentei tive que indaga lo eu sabia ele estava me escondendo algo e sempre assim ele fica quieto.

-Você  conhece esse rapaz Marcos?

Antes de responder ele me olhou atentamente como se pensando se me dizia algo ou não mas,  acabou respondendo.

-Conheço sim!  Sempre venho aqui. Ele cuspiu a frase olhando para os lados.

-Mas, aqui não é uma festa particular?    Você quis dizer a esse lugar não é?  Esse espaço de festas?  Não sabia mais o que estava falando estava confusa.

-Helena  não te disse pra não te deixar ansiosa mas,  aqui  é uma casa de suwing, pra que você  não fizesse um julgamento errado a respeito do lugar ou não quisesse vir sem ao menos conhecer. Se acalme que não vamos fazer nada que você não queira.

Achei incrível  a naturalidade como ele falava pois,  quando ele falou a  palavra suwing me deu uma vontade  de sair correndo sem nem ao menos olhar pra trás,  fiquei gélida. Me aproximei dele  por cima da mesa com receio que alguém escutasse o que eu iria falar e entre os dentes falei.

-Marcos não quero ficar aqui!  Você está entendendo o que estou falando? Não quero ficar aqui!  Você agiu errado deveria ter me falo.

Ele percebeu que eu  estava extremamente nervosas sentia minha pulsação  no pescoço  batendo feito um martelo,  como se meu coração estivesse ali a cem por segundo, nunca me vi tão desesperada.

-Se acalme Lena como você está vendo ninguém vai te pegar a força,  não vou te compartilhar com ninguém,  se você quiser podemos ir dançar no salão  privativo, podemos ir para um quarto ficarmos sozinhos eu e você, podemos ver alguém transando ou alguém pode nos ver transando se permita, se liberte, deixe seu corpo falar.

Ele na maior calma do mundo como se estivesse pedindo um suco numa lanchonete,  fiquei pensando eu sou louca em não concordar ou ele que é?

Era ele falando e eu voando sem conseguir  acompanhar as palavras que ele falava e meu pensamento ao mesmo tempo trabalhando  a mil, peguei a bebida tomei toda de uma vez só,  senti o líquido queimando minha garganta  mas,  não liguei, era como se de uma hora pra outra todos ao meu redor começassem a me olhar,  estava me sentindo nua ou como se eu tivesse feito algo errado e as palavras  compartilhar e suwing ficavam pairando, gritando na minha cabeça tentei me acalmar depois da bebida de um único gole,  Marcos pediu outro drink a essa altura qualquer coisa que tivesse uma quantidade elevada de álcool  estava de bom tamanho nem queria saber o que era.

Marcos segurava minha mão fazendo carinho sempre me observando sem nada dizer. Só depois de me acalmar um pouco comecei a observar  as pessoas ao meu redor vi um casal sentado no balcão  a moça estava com um vestido bem parecido com o meu o cara falando algo no ouvido dela e acariciando suas partes íntimas por cima da calcinha,  um homem bem na frente deles aparentava ter uns quarenta anos mais ou menos estava vidrado se deliciando com a cena,  fiquei olhando como não percebi  as pessoas de certa forma estavam ali com um propósito claro,  explícito  sexo e sexo e mais sexo.

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