Capítulo 26 - Nosso laranja de cada dia. Parte II. (Hayley e Ravi)

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Ravi.

Quase um mês antes.

- Como assim você pegou ouro com ela? - perguntei, encarando incrédulo aquele mau caráter.

- Ela me ofereceu, príncipe. - disse, com um sorriso torto no rosto, que me fez querer soca-lo ainda mais. Mas aquilo não era atitude de um príncipe. O que ele achava que eu realmente ainda era.

- Por que ela faria isso? - diabos! Estava sendo difícil manter a postura. - Não era pra ela te ver, lembra? - mexi o braço por impulso, sentindo uma dor terrível imediatamente. Maldito, Ravi! Como você é idiota! Não sabe o significado de imóvel? Me repreendi, morrendo os lábios com a dor, que passou instantes depois.

- Me perdoe alteza! - fez uma reverência nervosa. - Mas ela veio atrás de mim. - juntei as sobrancelhas. Era claro que ela tinha ido atrás dele.

- Ok...está tudo bem! - passei a mão, que eu podia mexer, de forma nervosa pelo cabelo. Respirando fundo. - Só não a perca de vista.

- Isso não será um problema. - disse, debochado, e eu decidi que não gostei nada daquelas palavras.

- O que isso quer dizer?

- A sua madame é bem bonita, se me permite dizer. - aquele sorriso debochado ainda estava em seu rosto. Engoli a seco. Diabos! Tinha pedido ajuda a um pervertido!

- Escute, senhor... - esperei que ele completasse seu nome.

- É Pinho, alteza.

- Escute, senhor Pinho. Não preciso mais dos seus trabalhos. - falei de uma vez só, fazendo-o desfazer seu sorriso malandro rapidamente.

- Mas, alteza...

- Não quero você perto dela de novo. Fui claro? - não houve resposta. - Fui claro? - repeti, mais alto, fazendo-o assenti com a cabeça.

- Ficarei longe de sua dama. - disse, e eu assenti com a cabeça. Ele iria mesmo, ou então teria que aprender a andar sem as pernas.

- Ótimo.

- Mas agora que eu tive que caminhar para tão longe de minha fazenda, preciso de algum ouro pra voltar... - foi direto, o que me fez recuar. Ele estava me cobrando? Achei que deixar seu nariz intacto já era o seu pagamento. Um pagamento e tanto.

- Você tem ouro. - disse, firme. Me referindo ao ouro que ele tinha conseguido de Hayley. Só de pensar que ele tinha conversado com ela me fervia o sangue.

Eu era tão idiota, como havia deixado um canalha pra procurá-la? Aquele estupido braço quebrado estava me dando nos nervos.

- Não o suficiente... - ele estava me chantageando. Maldito camponês! Encarei-o. Ele ainda sorria aquele sorriso pervertido. Diabos...

- Imagino que não... - respirei fundo. Queria tanto poder ameaça-lo...mas não poderia fazer isso. Coloquei a mão no meu bolso e tirei algumas moedas de ouro. - Isso é o suficiente. - afirmei, colocando as moedas em sua mão enluvada. O canalha sorriu, fazendo uma reverência.

- Cuide bem de sua bela dama, alteza. Há muitos homens de mau caráter por aqui. - completou, antes de finalmente se virar e sumir na densa mata, me deixando enfurecido.

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