Capítulo 5 - A lenda de Salen. Parte I

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Amores, vim no começo desse capítulo anunciar a novidade. Esse capítulo não é da Hayley nem um pov de Ravi, e sim, um capítulo "flashback" que não é da vida de Hayley nem de Ravi (indiretamente é sim kkk), mas esses capítulos vão começar a aparecer, por motivos de: eles explicarão diversas coisas.

Esse é o primeiro, e vamos nos aventurar no passado na visão de Amélia.

No começo parecerá um pouco confuso e diferente, mas se desprendam da história presente e vejam o passado comigo.

Claro que eu continuarei com a história de Hayley, esses capítulos serão menores e serão postados como "bônus", espero que gostem, me digam o que acharam da ideia kk.

Vamos aprender um pouco sobre quem foi Salen?

PS: leia esse cap escutando Ed, meu mozão ❤️

Boa leitura, Bely.

***

O céu de Scaban sempre foi tão azul, nunca choveu aqui. Sinto falta dos pingos caindo no meu rosto, mesmo eles estragando grande parte da nossa casa. Meu pai costumava plantar tomates e aqueles pingos eram como uma benção. Mas desde que cheguei em Scaban, não vejo plantação de nada, a chuva deixou então de ser uma necessidade. Acredito que sou a única que sinto falta dela, já que meu pai nem comenta sobre isso, muito menos minha mãe.

Ainda não tinha me acostumado com aquele vestido trançado que era obrigada a usar todo santo dia, muito menos com aquele aquele colar em forma de lua, que juro, devia pesar sozinho uns 10 Kg. Mas não podia fazer muita coisa, era o símbolo do povoado. Eles perdoaram eu não ter a marca, mas eu devia manter aquele cordão dia e noite, o que era o fim para mim.

Eu caminhava para a casa de Salen. Ele era a única coisa que me fazia bem naquele lugar. Nem os pássaros cantando, nem as nuvens branquinhas me faziam felizes em Scaban. Eu sempre quis voltar pra casa, voltar para o mundo real, mas meu pai alega que Scaban é melhor, e que aqui, eu estou com o meu povo, mas caramba, o meu povo é um saco!

Consegui avistar a humilde casinha feita de pedra, que pertencia a Salen, e logo abri um largo sorriso. O jardim verdinho, que ele cultivava com um zelo imenso, enchia meu peito de alegria.

Bati na porta e esperei ansiosamente a mesma ser aberta, mas ao mesmo tempo que eu era ansiosa, também era cuidadosa. Olhei para os lados várias vezes, para conferir se estava sozinha lá. E eu estava.

A porta se abriu e um Salen sem camisa apareceu na minha frente. Ele estava lindo, como sempre, suado até o dedão do pé, com o longo cabelo preso em um rabo de cavalo. Sorriu para mim e logo me puxou para dentro.

Me deixei ser levada e assim que a porta se fechou, me joguei em um longo beijo. Suas mãos acariciavam meu cabelo e eu sentia meu corpo virar gelatina nas mãos dele. Desde que cheguei, ele era o único que eu sentia prazer em estar perto. Eu amava Salen.

Depois de um tempo, finalmente me desvencilhei de seus braços e sorri.

- O que faz aqui, minha bela Amélia? - ele beijou minha testa e se virou, colocando uma camisa.

- Vim te ver, Salen. - ele não falou mais comigo, apenas mexeu em uns frascos em cima de uma mesinha que estava, no canto da humilde casa e eu o segui. - vim em má hora? - perguntei, me sentando na mesa, ao lado dos frascos.

- Oh não Amélia! Só estou finalizando um projeto. - aquela palavra "projeto" me deixou curiosa. Balancei as pernas e perguntei.

- Posso ver? - perguntei, e ele sorriu, abrindo uma caixa de papelão que estava no chão.

Scaban [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora