Capitulo 2 - O Que Diabos tem de Errado Com Scaban?

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- Eu não te pagarei nada! - gritei, encarando aquele ser medonho bem nos olhos, o que não nego, me assustou um pouco. Como era possível alguém ter os olhos tão incompressíveis mas ao mesmo tempo tão confusos?

- Então, espero que se contente com a sua estadia em Scaban! - ele riu de forma escandalosa e bateu palmas, o que ecoou no quarto e me causou arrepios. Tinha medo desse homem, eu realmente tinha, e odiava isso com todas as minhas forças.

- Não, você fez um pacto comigo, que não pode ser quebrado. - fui firme.

- Hayley, como você é difícil... - ele apoiou uma das mãos no queixo e bufou. - eu não quebrei pacto nenhum criatura! - deu um grito agudo e eu recuei. - você irá me pagar o que prometeu, senão quem quebrará o pacto, será você. - terminou a frase sorrindo.

- E se eu não te pagar? - perguntei, apenas para confrontá-lo, pois eu não era idiota, sabia o que aconteceria...

- Sua linda família volta para debaixo da terra. - sim, eu sabia que ele colocaria a minha família no meio, e infelizmente, minha família era meu ponto fraco.

- Como eu sei que você realmente os trouxe de volta?

- Eu te mostraria, porém estou poupando um pouco de mágica, anda difícil conseguir um pouco dela ultimamente. - ele passou por mim e se sentou na beirada da cama, cruzando as pernas.

- E por que eu deveria acreditar em você? - perguntei, cética.

- Não precisa acreditar em mim, pois mesmo que eu não tenha trazido sua linda família de volta, você ainda ficará presa em Scaban para sempre se não fizer o que quero. - ele falava, analisando suas unhas. Senti meu coração bater mais forte após essas palavras, onde eu fui me meter? Por que eu decidi fazer um trato com ele? O que tinha dado em mim?

- E se eu pagar? Poderei voltar para casa e para a minha família?

- Mas é claro, Hayley! Eu não sou nenhum monstro. - ele sorriu com os dentes amarelados e eu engoli seco. Seria errado não perguntar nem o que ele queria em troca de tudo aquilo...eu não tinha escolha...

- Qual o seu preço? - perguntei, finalmente, o encarando bem nos olhos. O homem ainda estava vestido com uma capa vermelha, porém seu capuz estava mal colocado e eu pude ver de relance um símbolo tatuado no seu pescoço.

- Preciso que você ache um rubi vermelho e traga até mim. - rubi? Tipo, a pedra?

- Um rubi? Você quer que eu te traga uma pedra? - ele gargalhou.

- Como é ingênua! Não é um rubi qualquer, é um rubi que pertence a mim e ao meu povo. - ele estava me confundindo cada vez mais. Juntei as sobrancelhas e perguntei, mais uma vez.

- Seu povo?

- Esqueci que você é estrangeira! - disse, gritando e rindo. - sou do reino de Canby. - ele disse, enquanto afastava a capa e mostrava a tatuagem no seu pescoço. Pude ver que era o desenho de um rubi vermelho.

- É um rubi igual a esse? - perguntei, apontando para a tatuagem do homenzinho, voltando nossa conversa novamente para o que interessava.

- Sim, porém um pouco maior. - ele fez um gesto com a mão, simbolizando certo tamanho, não muito grande, do tamanho de uma pera, mais ou menos. - desse tamanho. - disse por fim e eu assenti.

- Eu trarei para você. - respondi, firme. Eu traria essa maldita pedra para o ser, traria com certeza. Ele tinha minha família nas suas mãos e por mais que minha intuição diga que eu estou cometendo um erro em me meter nessa história, eu não podia fugir dela, pois de outra forma, ficaria sem a minha família mais uma vez, e eu nem havia chegado a tê-los de volta, ou pior, ficaria presa nesse lugar sem sentido para o resto da minha vida, eu definitivamente não aspirava por isso.

Scaban [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora