Capítulo 18 - A de Amelia B de Bruxos C de Conspiração. Parte II.

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- O que? - estava paralisada, com minha respiração pesada, não sabia o que pensar. Não fiz nada por um tempo, então Ravi tomou as rédeas da situação.

- Faz quanto tempo? - perguntou, se posicionando na minha frente e encarando Drago, que ainda estava curvado, se apoiando na árvore e encarando nós dois, com a expressão mais triste e destruída que já tinha visto em seu rosto.

Drago não respondeu por um tempo apenas suspirou, se virando para a árvore e ficando praticamente paralisado, só o que podia se escutar era o som que sua pesada respiração fazia. Me peguei então, mais preocupada com Drago do que com Bela.

- Drago...você está bem? - perguntei, da forma mais calma possível, e recebi sim uma resposta, mas não a que esperava.

Sem aviso prévio, logo após minha pergunta, Drago se levantou de forma bruta e arremessou seu arco na árvore, com a maior quantidade de força que conseguiu acumular em um braço naquela fração de segundo. O objeto voou por pouco tempo, até que atingiu com tudo o tronco da árvore, se despedaçando como um copo de vidro.

- Eu deveria te-la protegido! - gritou logo em seguida, descontrolado, chutando os pedaços de seu arco no chão.

- Drago... - chamei-o, tentando acalma-lo, mas Ravi me impediu de chegar perto, segurando meu pulso.

- Drago, fica frio. - começou Ravi, me colocando atrás de si e segurando o ombro de Drago, que se esquivou.

- Ela é só uma criança... - ignorou minha tentativa e a de Ravi de colocar um pouco de calma em sua cabeça e continuou, descontrolado. - Aqueles malditos vão matá-la! - gritou, chutando a árvore com força.

- Drago, está tudo bem... - comecei, e ele se virou rapidamente para mim, com uma expressão vazia, de ódio.

- Não Hayley, não está! - gritou comigo, caminhando em minha direção. - Você não entende a gravidade da situação? Eles vão matá-la Hayley! Vão matar uma criança! - gritou, me encarando com raiva. Senti então medo, medo do que ele poderia fazer, Ravi pareceu perceber a mesma expressão intimidadora nos olhos dele pois sem que eu percebesse, ele me colocou atrás de seu braço, empurrando um pouco Drago para trás logo em seguida, e agarrando seu ombro com sua mão.

- Escuta, cara, eu entendo que você está irado com essa situação, e não te culpo, mas você não pode descontar isso em cima dela. - Ravi começou e eu tentei impedi-lo de continuar, chamando-o de forma repressiva, mas ele me ignorou, continuando logo em seguida. - Fica frio, Drago. - disse por fim, dando um empurrão de leve no ombro de Drago, fazendo-o cambalear um pouco.

Encontrei o olhar de Drago por cima dos ombros de Ravi e pude enxergar uma lágrima se formar em seus olhos.

- Me desculpa...eu... - se virou de costas para nós e encostou a testa no tronco da árvore, sabia que estava escondendo suas lágrimas, e aquilo fez meu coração se partir. - Eu deveria ter cuidado dela... - começou, apoiando o peso de seu corpo em um braço, no tronco

- Eu também devia. - comecei. - Todos nós devíamos. - apontei para Ravi e o mesmo concordou com a cabeça. - Não coloque a culpa em você, Drago, porque não é. - disse por fim, esperando alguma resposta por parte de Drago, o que não aconteceu.

Um silêncio corrosivo se instaurou durante um tempo maior do que o aceitável, então, comecei a me preocupar.

- Drago... - chamei-o, ressentida, e recebi um olhar coerente em resposta. Mais do que instantaneamente, ele se virou, com o olho um pouco marejado, e respirou fundo, limpando o sangue que escorria pela sua testa com a palma da mão, sem delicadeza alguma, em seguida resmungou alguma coisa.

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