Capítulo 32 - Você soca como uma moça, Hayley.

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Uma semana depois.

- Onde diabos estão os gigantes? - perguntei, com a boca aberta, ao perceber que o imenso portão de Matri estava escancarado, e que não havia movimentação alguma lá dentro.

- Espero que eles tenham feito o que combinamos, não que tenham todos morrido. - Jop se pronunciou, atrás de mim. Me virei então pra ele, confusa com suas recentes palavras.

- Do que você está falando? Você combinou o que com eles?

- Eles nos ajudaram. - disse apenas isso e sorriu.

Esperei então, pacientemente, que ele completasse a frase, mas isso não aconteceu. Odiava quando ele fazia isso.

- Ajudaram no que, caramba? - perguntei, irritada.

- Você está ficando burra, Hayley? Seu instinto já foi melhor...

- Eles nos ajudaram a acabar com o ritual. A te salvar. - Ravi respondeu por ele, cortando o desaforo de Jop pela metade.

Respirei fundo. Então eu tinha mesmo visto um gigante aquele dia. Os gigantes tinham ido lá, ajudar a acabar com o ritual.

Nossa.

Isso era bem...estranho.

- Pra onde eles foram agora, então? Por que eles largariam Matri? - perguntei, evitando encarar Ravi enquanto falava.

- Eles não podiam ficar em Matri depois de tudo que aconteceu. Deu tudo errado, Salen está de volta. Ficar aqui seria suicídio. - foi Ravi que me respondeu.

Assenti com a cabeça.

Fazia sentido.

- Mas por que eles ajudaram afinal? - perguntei, curiosa.

- Eles odeiam Salen. - Jop respondeu dessa vez. Me lembrei então, do que Amélia tinha me contado. Da primeira maldição. Dos gigantes terem sido transformados por Salen.

Fazia mais sentido ainda agora.

- Então eles simplesmente largaram Matri para as traças? - perguntei, cruzando os braços e encarando Jop. Não Ravi, nunca Ravi.

Durante toda a viagem eu tinha evitado passar muito tempo o encarando, pois desde que eu havia aceitado meus sentimentos por ele, me sentia a mais completa idiota ao seu lado. Meu estômago revirava e eu me sentia extremamente vulnerável. Por isso, ignora-lo sempre que possível foi a melhor forma de conviver que eu encontrei.

- O que são traças? - Ravi perguntou, curioso. Não consegui então, evitar encara-lo de volta, com uma expressão de descrença total no rosto. Como assim ele não sabia o que eram traças? Céus!

- Deixa pra lá. - disse apenas isso, seguindo meu plano de evitar contato visual por muito tempo e desviando meu olhar para dentro de uma Matri sem gigantes mais uma vez.

Com o portão aberto sem preocupação alguma era fácil ver as diversas casinhas gigantes e laranjas. Assim como as ruas largas e cobertas de terra. A organização daquele lugar era invejável.

Parecia um condomínio familiar no meio de uma cidade grande.

Eu gostaria de morar ali, se eu fosse gigante, claro. Ou então eu podia morar ali agora, já que estava vazio...

- Será que devemos entrar? - Ravi perguntou, chamando a minha atenção e a de Jop. Não o encarei ao responder.

- Sim. Devemos...

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