Capítulo 45 - Salen e...Amélia?

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Jop fez alguma coisa com a minha cabeça. Tomara que isso não me mate.

Ravi passou o dia discutindo com Alberg, preso naquela sala luxuosa e bem ornamentada enquanto sobrou para Drago alimentar Kioto, dar atenção a Bela que a toda hora o chamava, e por fim, cuidar para que Jop não fizesse nada de errado, como por exemplo, fritar o meu cérebro, de propósito.

Bom, Jop pareceu fazer seu trabalho de forma séria, tocando em minha cabeça e revestindo-a com suas mãos estranhas e tortas.

Nunca entendi porque ele era tão estranho. Tão feio. Mas também nunca me arrisquei a perguntar algo tão pessoal e maldoso.

Até porque, de certa forma, aquilo era insignificante. Principalmente agora.

- Hayley? – O ser me chamou, fazendo com que eu debruçasse a cabeça para trás para enxergá-lo. – Quando estiver pronta...

Completou, fazendo com que eu prendesse a respiração.

Drago já não estava mais na sala, indo às pressas cuidar de Kioto uma vez que a fera havia comido e depois vomitado dez uniformes de guardas reais.

Ele odiou aquilo, mas já que Ravi não saia nunca daquela maldita sala e eu estava me preparando para me comunicar telepaticamente com a minha avó, havia sobrado pra ele.

- Estou pronta. – Anunciei firme, afastando aqueles pensamentos enquanto voltava meu olhar para frente e sentia Jop apertar minha cabeça de uma forma nem um pouco carinhosa.

- Certo, então é o seguinte... – Jop começou, sussurrando algumas palavras que eu não entendia em meio à sua frase principal. – ...conte até três, depois pense em Amélia – respirei fundo, fechando meus olhos. Estava nervosa. – Entendeu, Hayley? – assenti com a cabeça. – Certo – começou, parecendo ansioso. – Certo – repetiu. – Espere um pouco – pediu, enquanto sussurrava alguma coisa.

Foi nesse momento que eu senti que alguma coisa havia sido feita uma vez que minha cabeça começou a estalar. Literalmente. Ouvi estalos vindo de meu cérebro. Aquilo me deixou anestesiada. Estava bem nervosa nessa hora.

- Certo...Hayley...agora. – Jop anunciou, sem mais delongas.

Meu coração começou a acelerar.

Tinha que contar. Ok.

Um...

Comecei, sentindo meu coração bater em um ritmo acelerado. Fechei meus olhos, tentando me concentrar.

Dois...

Já não respirava mais, com medo de que aquilo pudesse atrapalhar em alguma coisa.

Três.

Amélia. Amélia. Tinha que pensar em...

Amélia?

As palavras saíram da minha cabeça como se eu fizesse isso há muito tempo.

Não precisei ao menos pensar demais.

Já estava ali.

Senti orgulho de mim mesma por ter conseguido.

Agora só faltava Amélia responder.

Esperei um tempo, encarando Jop, que havia se posicionado a minha frente, sentando em uma cadeira de madeira, e que agora me encarava, com o rubi no pescoço a amostra e as mãos estranhas entrelaçadas.

Não houve resposta.

Aquilo não era bom.

Amélia? Você está me ouvindo?

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