SOPHIAAcordei atrasada e fui correndo para o banheiro, tomei banho, escovei os dentes e voltei correndo para o quarto, coloquei minha calça jeans rasgada, meu all star branco, a blusa de uniforme e minha camisa xadrez vermelha com preto. Desci as escadas vi minha mãe e meu pai tomando café.
— Bom dia!— disse me esforçando para abrir um sorriso.
— Bom dia!— disseram juntos.
— Está melhor, filha?— minha mãe pergunta.
— Sim!— digo pegando uma torrada e um copo de suco.
— Senta para comer, Sophia.— meu pai diz.
— Já até acabei, pai!— disse e dou um beijo na testa dele e da minha mãe.— Tchau, amo vocês!— disse já quase do lado de fora de casa.
Quando fecho a porta e olho pra frente vejo Felipe fazendo o mesmo. Ele me olha assustado e depois abre um sorriso largo.
— Vizinha?!— ele diz e acena para mim, eu dou um sorriso falso.— Quer carona?
— Bom, estou atrasada e se eu ir andando vou chegar mais atrasada ainda, então vamos!— falo e Felipe sorri pra mim.
Entramos no carro e vamos o caminho todo conversando. Chegamos na escola e eu fui correndo para a sala, bato na porta e o professor de Física abre. Droga! Ele me odeia e eu também odeio esse velho rabugento.
— Senhorita Sophia, por que chegou atrasada?— o professor diz e todos me olharam.
— É... que eu estava vindo andando e acabei tropeçando. Ai!— comecei a mancar e fiz uma cara de sonsa.
— Hum! Vai pro seu lugar e dá próxima vez vê se presta atenção por onde anda.— Todos riram e eu revirei os olhos, fui pro meu lugar e quando eu vi quem estava lá meu coração disparou e meu corpo congelou, senti minhas pernas bambearem.
— Você está no meu lugar!— falei com frieza e arrogância, tentando não manter contato visual com ele.
— Ah desculpa, Sofi!— Nathan sorri e eu sinto meu corpo fraquejar quando ele fala o apelido que me deu.
— Sophia, senta aqui! — o professor disse apontando para a carteira na frente do Nathan, eu me sentei e o professor continuou a dar aula.
— Sentir saudades, Sofi, desculpa por não te avisado que ia voltar. — Nathan disse, sussurrando em meu ouvido.— E você sentiu saudades?
— Não!— digo grossa e não olho para ele, continuo com o meu olhar focado no professor.
— Ei, Sofi, eu ainda te amo e você também, que eu sei!— Aquelas palavras "eu ainda te amo" veio como uma facada no meu peito.
— Cala a boca!— disse me levantando e saindo de sala.
— Aonde você vai, Sophia?— o professor pergunta.
— Na enfermaria.— falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.— Eu estou passando mal!— Disse passando a mão no cabelo.— Acho que torci feio o pé, está doendo muito.
O professor pareceu acreditar, porque me liberou para sair de sala. Fui andando pela escola olhando para o chão, nem vi quando esbarrei no Felipe, cai no chão e ele me olhou.
— Você gosta de ficar no chão, né?— ele diz rindo.
— E você adora me perseguir, né?— digo e rimos.
— O que você está aprontando?
— Nada, só meu ex que voltou e está na minha sala me atormentado.— disse baixinho.
— Que? Quem é seu ex?— ele pergunta, curioso.
— Não, ninguém, eu não tinha percebido que tinha falado do Nathan, desculpa!— disse tão rápido que nem percebi o que tinha falado, mas ele ouviu.
— Que? Você é a tal menina que foi traída pelo Nathan?— ele diz assustado.— Toda a escola sabe!
— Não me diga!— falo grossa.— E agora vão ver ele no intervalo e vão falar mais ainda, eu não sei o que vou fazer, eu tenho vontade de fazer ele pagar por tudo que fez.— disse com raiva.
— Estressadinha!
— Não gosto de apelidos e não sou estressada.— disse puxando ele.— Vamos sair daqui!
— Como? Os portões estão fechados!—Felipe fala.
— Eu sei, mas tem um muro atrás da quadra!—eu disse.
— Vamos pular o muro?
— Não, vou voar com as minhas asas não tá vendo?— mostrei as costas para ele.
— Nossa tem alguém de TPM aí?— revirei os olhos e empurrei ele de leve para o lado, fazendo ele ri.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ironias do Destino
RomanceSophia Gonçalves é uma menina de 17 anos que teve seu primeiro namoro um fracasso, foi traída. Com o término conturbado, fecha seu coração para o amor e acredita que nunca mais irá se apaixonar de novo. Mas o destino prega peças na gente. Depois que...