>>Capítulo 34<<

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SOPHIA

Entrei no quarto para pegar as minhas malas, quando eu estava pagando elas os meninos me encaram.

— Onde você vai?— Felipe pergunta e eu finjo não escutar.— Eu sei que você me escutou!

— Para o lugar de onde eu nunca devia ter saído!

— Mas elas não estão conversando com você.

— É, mas eu prefiro ficar com elas, do que ficar com você que não passa de um galinha, idiota, ridículo, que só pensa em ficar com todas as garotas e iludir elas...— Parei por uns segundos para respirar. — Você me dá nojo!

Terminei de falar, e quando já estava na porta Felipe levantou e já ia vim atrás de mim.

— E não venha atrás de mim!— Digo antes de fechar a porta.

Entrei no quarto das meninas, não tinha ninguém, joguei minhas malas no chão e corri para a cama, afundei meu rosto no travesseiro, escuto a porta abri, mas nem me movo para ver quem é.

— O que aconteceu, Sophia?— Gabi pergunta se sentando na beirada da cama.

— Vi o Felipe — começo a dizer e me endireito para olhá-la.— Ele estava no quarto aos beijos com a Jenny.

— E você gosta dele, né?

— Gosto, só que ele não percebeu e não sente o mesmo que eu. Fui uma boba, achava que depois do Nathan, não me apaixonaria por mais ninguém, mas aí o Felipe apareceu e no momento que eu mais precisava dele.— Eu ia falando e as lágrimas surgiam.— Só que agora, ele some na hora que eu mais preciso dele!

Eu me abrir para a Gabi, era o que eu precisava, desabafar e confio nela, por mais que nós nos conhecemos a pouco tempo.

— Mas é claro que ele gosta de você!

— O Felipe é o capitão do time de futebol, o menino mais galinha da escola, ele não gosta de ninguém além dele mesmo, da sua popularidade e o time!

— Ele pode ser isso tudo, mas que ele está apaixonado por você, pode ter certeza que está, e eu fiquei sabendo que ele chorou quando você saiu do quarto!

— Não.. espera o Felipe, ele chorou por minha causa?— disse gaguejando, um sorriso me escapa.

— Uhum!

— Mas espera, por que você está falando comigo?— pergunto olhando para ela.

— Porque é minha amiga!— ela fala, abre um sorriso confortante e eu abracei ela. — Nunca parei de falar com você, só que você queria um espaço.

Depois que Gabi me deixou sozinha no quarto, acabei dormindo. Acordei com o despertador, não sei nem porque apitou. Sério, acordar cedo em plena segunda-feira é horrível. E agora falta apenas uma semana aqui no acampamento.

Fui no banheiro, fiz minhas higienes, vesti um short branco, uma camiseta rosa, o meu all star branco, fiz um rabo de cavalo. Fui para o refeitório e peguei uma maçã, já estava saindo quando lembrei do Tornado, voltei e peguei outra maçã.

— Tá com fome hoje em, fofa!— Vitória fala pegando o seu café da manhã.

— Nossa, é péssimo acorda com a visão de uma bruxa como você!— falo e ela revira os olhos.

Sai do refeitório e fui até o cural. Quando cheguei tinha uns quatros homens, o loiro, o veterinário, o ajudante do veterinário e o que vi na cela do Tornado ontem. O veterinário estava preparado a agulha, o ajudante segurando o Tornado e os outros dois perto. Ele já ia por a agulha nele. Eu corri o máximo que pude.

— Nãooo...— Gritei enquanto corria, a atenção foi toda para mim.

—-Aí Chico, é aquela menina!— disse o loiro.

— É ela mesmo!— diz o homem e descobri que se chamava Chico.— Ô menina, o que você está fazendo aqui? Vai embora!

— Não, eu não vou embora!— Ficamos nos encarando.

— É para continuar ou parar? Eu tenho outros trabalhos para fazer!— diz o veterinário.

— Continua!— fala Chico.

— Para!— disse e depois nós nos olhamos com cara feia.

— E aí?— o veterinário diz.

— Continua, o dono dele que mandou!— Chico diz.

— Não, não ele não pode ser sacrificado!

— Ele tem todos os motivos possíveis para ser sacrificado!

— Não, ele tem todos os motivos possíveis para não ser sacrificado!

— Ah é, então me diz um!— Chico diz me provocando.

— Ele, ele...— Procurei as palavras mas elas fugiram.

— É muito importante..— ouvi a voz da Ana Clara, me virei e vi a Rafa, Ana Clara e Gabrielle atrás de mim.

— Especial, amigo...— Senti como se aquelas palavras fossem para mim, talvez fosse como um pedido de desculpas, que a gente ia poder ser como antes, melhores amigas.

— Verdadeiro, sincero, o melhor amigo que alguém pode ter...— Rafa diz, uma lágrima desceu em meu rosto e um sorriso cresceu em meus lábios.

— Então eu já vou embora, tenho muito trabalho.— diz o veterinário.

No fim, eles não sacrificaram o Tornado e estava tudo bem entre eu e as meninas, já estávamos conversando como antes, como se nunca tivéssemos brigado.

— Me desculpa por ter dito aquelas coisas — Rafa falou.— Eu estava de cabeça quente e com raiva de você.

— Eu sei, eu também não queria ter dito aqui.

— Me perdoa?

— Claro que sim!— ela sorriu e me abraçou.

Chegamos no refeitório e todos nos olharam, deve ser porque eu e as meninas estávamos abraçadas e em altas gargalhadas.

— Sofi, você quer sentar em outra mesa?— ela diz quanto a gente estava quase chegando perto da mesa onde está os meninos. Eu olho brevemente para Felipe.

— Não, eu não me importo!

Sentamos na mesa, fiquei meio constrangida de está ali, com o Felipe, depois de tudo que eu disse para ele ontem. Percebi que ele também ficou constrangido quando eu cheguei, ele me olhava, com um jeito diferente, meio perdido e triste.

— Então vocês voltaram a conversar?—Vinicius  pergunta.

— É..— Rafa diz sorrindo para mim.

Os olhos dele queriam me dizer alguma coisa, eu senti uma coisa estranha, ele parecia arrependido, tá eu sei que isso pode ser apenas coisas da minha cabeça, mas eu pude ver a sinceridade no fundo dos seus olhos.

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