Ironias do Destino

>>Capítulo 24<<

SOPHIA

Felipe leva os cavalos de volta para o curral e eu vou para o meu quarto. Quando entro vejo que as meninas estavam lá, não consigo esconder o sorrisinho bobo que me escapa.

— Onde você estava?— Rafa pergunta.

— Estava com o Felipe!— disse e me jogo na minha cama.

— Que sorrisinho é esse?— Ana Clara pergunta.

— Me conta tudo!— Rafa disse.

— Ele me levou para dar uma volta de cavalo, fomos em uma cachoeira e fizemos um piquenique. — Como sempre tive que contar tudo, tudo para elas.

— Aí que fofo, vocês ficaram?

— Uhum.

— Como foi?

— Foi bom, Felipe tem um beijo ótimo e uma pegada.— falo e um fogo percorre meu corpo quando lembro do nosso beijo.

— Girls — Gabrielle entra no quarto.— Fiquei sabendo que daqui à pouco é pra gente se encontrar em volta da fogueira.

— Gostei!— Rafa diz animada.

— Vou tomar um banho!

Vou para o banheiro, tomo banho e lavo meu cabelo, coloco uma calça jeans de lavagem escura e um cropped branco de renda, penteio meu cabelo e espero as meninas terminarem de se arrumar.

FELIPE

Depois que deixo os cavalos no curral vou para o quarto, estava precisando de um banho. Eu entro no quarto e vejo o Vinicius deitado.

— Onde você estava? Ficou fora a tarde inteira!— ele diz e larga o celular.

— Eu sai com a Sophia!— digo com um sorriso malicioso.

— Fala aí! — comecei a contar para ele.— Vocês ficaram?— pergunta e eu balanço a cabeça positivamente.

— Já era hora né, achei que não ia pegar a Sophia nunca!

— Idiota!— disse e pego uma toalha e vou para o banheiro.

Eu tomo banho, coloco uma calça jeans, uma camisa azul, um casaco de moletom preto, calço um tênis preto. Quando saio do quarto, vejo Sophia entrando no quarto do Nathan, decido ir atrás da doidinha, sabia que estava aprontando alguma, entro no quarto também. Sophia toma um susto quando me vê e eu tento não rir da cara dela.

— O que você está fazendo aqui?— ela pergunta sussurrando.

— Vim aqui pra ver o que você vai aprontar dessa vez! — digo e ela revira os olhos.

— É melhor você ficar quieto, o Nathan está tomando banho!

— O que você vai fazer?— pergunto.

— Vou trocar o shampoo dele por tinha azul!—diz e eu rio.— Cala a boca, idiota, vai estragar tudo.

Tento ficar sério e Sophia troca o shampoo. Saímos do quarto sem fazer barulho e quando chegamos do lado de fora caímos na gargalhada e fomos para a fogueira.

NATHAN

Saio do banho e me seco, coloquei uma calça jeans, uma camiseta branca, um tênis preto, vou pentear meu cabelo e quando vi estava azul.

— Mas que porra é essa?.— digo passando a mão no cabelo.

Eu vejo o shampoo que eu passei e vejo que está todo azul, não sei o que aconteceu. Procurei alguma outra tinta, mas não tinha, vou ter que ficar com esse cabelo até amanhã. Merda!

Quando chego na fogueira, viro o centro das atenções, todos os olhares caiem sobre mim, vejo as pessoas cochicharem e rirem.

— Que merda é essa no seu cabelo?— Leo pergunta.

— Eu não sei, é aquele shampoo que estava no banheiro.

— Eu usei ele hoje de manhã e meu cabelo ficou ótimo.— Edu diz e os moleques começam a rir, dou um soco no braço dele que riu mais ainda.

SOPHIA

Quando o Nathan chegou eu e o Felipe rimos igual duas hienas, na verdade geral riu dele, eu acho pouco, isso não é nem perto do que ele fez comigo, da humilhação que eu passei. Podia ser criancice ou sei lá, mas que era divertido aprontar algumas com eles era.

Ficamos ali em volta da fogueira, algumas pessoas cantando, outras conversando e rindo e eu me encolhendo de frio, devia ter colocado um casaco.

— Você está sentindo frio?— Felipe pergunta.

— Um pouco!

— Quer a minha blusa?

— Não precisa.— falo.

— Toma!— ele diz tirando a blusa, eu a coloco.

Passa uns minutos e a Mariana, a sobrinha do dono do acampamento pergunta se alguém quer cantar ou tocar violão.

— A Sophia quer!— Felipe diz apontando para mim, que estou ao lado dele e todos me olham.

— N..Não, eu não sei cantar e nem tocar violão!— minto. Rafa me olha e sussurra que é o troco por ter dito aquilo para o Vinicius mais cedo.

— Sabe sim , ela tem até um violão em casa!

— Sua vaca!— digo.

— Também te amo!— ela diz irônica.

— Sofi, o Felipe também sabe tocar, pede ele para tocar com você!— Vinicius diz e pisca para o Felipe.

— Eu acho bem justo, já que você me colocou nessa!

— Tá legal, baixinha, qual música vamos cantar?— Felipe perguntou.

— Ah, eu sei uma legal pra vocês tocarem!—Rafa diz.

— E qual é?

— De janeiro à janeiro do Nando Reis e Roberta Campos!

— Ah, essa é boa!— todos gostaram da escolha. Felipe pega o violão e começa a tocar.

— "Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar, deixam no ar. As várias fases, estações que me levam com o vento e o pensamento bem devagar." — começo a cantar e Felipe abre um sorriso.— "Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr, pra não me entregar
As loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer que eu não posso chorar"

— "Olhe bem no fundo dos meus olhos e sinta a emoção que nascerá quando você me olhar. O universo conspira a nosso favor. A consequência do destino é o amor, pra sempre vou te amar."— Felipe canta, sua voz é bonita, eu sorrio para ele.

— "Mas talvez você não entenda, essa coisa de fazer o mundo acreditar, que meu amor não será passageiro, te amarei de janeiro a janeiro. Até o mundo acabar."— cantamos o refrão juntos.

— "Até o mundo acabar. Até o mundo acabar.
Até o mundo acabar."— canto.

— "Mas talvez você não entenda, essa coisa de fazer o mundo acreditar, que meu amor não será passageiro. Te amarei de janeiro a janeiro, até o mundo acabar."— cantamos juntos e quando acabamos a galera aplaudiu, eu olho para Felipe e ele abre um sorriso para mim.